CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5): Goldman Sachs espera 4º tri fraco e vê início de 2024 incerto para siderúrgicas

Além da invasão do aço chinês, altas do preço do minério e do carvão também são apontadas como detratoras dos resultados

Vitor Azevedo

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As metalúrgicas brasileiras – como CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) – devem continuar a enfrentar desafios no curto e médio prazo – ao menos é o que acredita o time de analistas do Goldman Sachs, encabeçado por Marcio Farid. Assim, os analistas do banco projetam um quarto trimestre de 2023 ainda fraco para o setor e ainda uma incerteza para o primeiro trimestre do ano que vem.

O que justifica a crença do banco americano é, majoritariamente, a perpetuação da competição das companhias nacionais com o aço importado. Já há algum tempo, as empresas brasileiras do setor vêm reclamando da forte entrada do aço chinês no mercado nacional.

“As importações brasileiras de aço aumentaram 7% na base anual em outubro. Os volumes agressivos de importação pressionaram os preços e as vendas de aço doméstico, levando siderúrgicas a discutir com o governo a necessidade de aumentar as tarifas de importação para 25%”, explica o Goldman.

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Segundo rumores, apesar da pressão das metalúrgicas pelo aumento do imposto sobre os importados, outros setores da economia, que têm no aço um gasto, vêm lutando contra a iniciativa.

Do lado positivo, os analistas destacam que houve uma queda de 31% das importações de aço plano na base mensal em outubro e de 41% das de aço longo.

O recuo pode ser reflexo de uma mudança daquilo que está sendo visto na China, com o gigante asiático voltando a comprar o produto por conta dos recentes anúncios de estímulos ao setor de construção civil e na preparação para o Ano Novo chinês. Fora isso, há também a possibilidade das empresas brasileiras terem montando mais estoques, que podem durar até o fim do primeiro trimestre de 2024.

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“A recente queda nas importações, porém, poderia impactar negativamente a potencial implementação desse aumento nas tarifas. Agora vemos prêmios de paridade de importação em 10% para produtos planos e 5% para longos, que estão próximos dos níveis históricos de 5-10%”, ponderam os especialistas.

A retomada da demanda na China por minério e aço, apesar de potencialmente diminuir o nível de importação do Brasil do aço chinês, contudo, deve pressionar as metalúrgicas brasileiras de outra forma.

“Com os preços do minério de ferro e do carvão permanecendo elevados, esperamos que a melhoria de custos seja um fator limitante de apoio aos lucros dos produtores de aço”, comenta, A tonelada do minério de ferro, por exemplo, deixou de ser negociada a cerca de US$ 115 dois meses atrás para, agora, estar próxima a US$ 130.

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Por fim, o Goldman Sachs menciona ainda que o consumo de aço no Brasil dá sinais de fraqueza. Apesar de estável no acumulado do ano, o consumo de planos caiu 2% em outubro, enquanto o de longos recuou 4%. O Instituto Nacional do Aço (IABR) espera que o consumo aparente de aço diminua 2,6% em 2023 frente a 2022.

“Acreditamos que a demanda por aço diminuirá no curto prazo devido à queda nos lançamentos imobiliários e ao fraco sentimento do mercado, até que os programas de investimento do governo comecem a refletir na demanda”, explicam.

Os lançamentos de moradias em São Paulo, por exemplo, atingiram 7,3 mil unidades em setembro, com queda de 10% na base anual. No acumulado do ano, os lançamentos somam 70 mil, com baixa de 17% frente ao mesmo intervalo de 2022.

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O Goldman tem recomendação neutra para Usiminas e Gerdau e de venda para CSN, enquanto tem recomendação de compra para Vale (VALE3) entre as mineradoras. Confira abaixo as projeções para as ações das companhias: