Bitcoin zera perdas e retoma US$ 30 mil mesmo com pessimismo entre investidores; SOL sobe 8% e AVAX dispara 11%

Dados do mercado de derivativos mostram que sentimento negativo predomina e que traders ainda esperam por novas quedas

Paulo Barros CoinDesk

(Andre Francois Mckenzie/Unplash)
(Andre Francois Mckenzie/Unplash)

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Depois de cair brevemente para menos de US$ 29 mil ontem, o Bitcoin (BTC) retomou fôlego e voltou se recuperar para US$ 30 mil na tarde de ontem, nível que mantém nas primeiras horas da manhã de hoje. Em 24 horas, a criptomoeda salta 3,9%, para US$ 30.306, apagando as perdas do dia anterior. O Ethereum (ETH), que caiu mais forte na quinta-feira, acompanha o BTC e zera o resultado negativo subindo 4,2% nesta sexta, para US$ 2.032.

O movimento ocorreu logo depois da divulgação de uma auditoria das reservas da Tether, empresa que emite a USDT, principal stablecoin do mercado que ficou no centro das atenções após o colapso da TerraUSD (UST). Segundo o relatório, a companhia mostra corte de papeis comerciais nas reservas de US$ 82,4 bilhões, acima dos US$ 74,3 bilhões em tokens emitidos.

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Entre as principais criptomoedas do mercado, os melhores resultados de hoje são da Avalanche (AVAX), que dispara 11%, e da Solana (SOL), que avança 8,5% em relação ao mesmo horário ontem. Já a Binance Coin (BNB) sobe 4,3%. Por trás do salto dessas criptos está a especulação sobre o possível destino dos desenvolvedores da Terra (LUNA) após o colapso dos tokens Luna e UST.

A recuperação de hoje se soma à sequência de sessões de altos e baixos para o mercado cripto, com o Bitcoin dando o tom dos demais ativos digitais, negociado entre US$ 28 mil e US$ 30 mil desde que despencou para US$ 24 mil e retomou rapidamente no dia 12 de maio.

A alta de hoje, no entanto, ocorre em meio um sentimento de mercado que se mantém pessimista, segundo dados de plataformas de derivativos. A relação entre negociações de opções de call (compra) e put (venda) de Bitcoin atingiu a máxima desde o auge da crise de mineração após o banimento da China no ano passado, afirmou a casa de pesquisa Delphi.

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“A relação put/call mede a quantidade de compra de put em relação às calls”, explicaram os analistas da Delphi em nota. “Uma alta relação put/call indica que os investidores estão especulando se o Bitcoin continuará o sell-off, ou pode significar que os investidores estão protegendo seus portfólios contra um movimento descendente”.

Segundo a Delphi, a relação put/call chegou a patamar 25% maior que o atual antes que o preço do Bitcoin caísse mais de 50% em maio de 2021. Levando em conta apenas esse indicador, portanto, é possível que a criptomoeda ainda não tenha passado pelo fundo de mercado.

As opções de put são contratos que dão ao comprador o direito, mas não a obrigação, de vender uma quantidade específica de um ativo a um determinado preço pré-acordado. Já  as opções de call permitem que os compradores adquiram o ativo a um preço predeterminado no futuro.

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O preço do Bitcoin segue acompanhando de perto do desempenho das bolsas pelo mundo, refletindo as preocupações com o cenário macroeconômico. O catalisador de queda mais recente foi os resultados ruins de empresas de consumo americanas.

“Os resultados do Walmart e da Target esta semana colocaram em foco a situação enfrentada por empresas e consumidores à medida que a inflação começa a morder”, afirma Craig Erlam, analista de mercado sênior da Oanda.

“A inflação está se recuperando e as margens de lucro estão sendo afetadas. Em breve, porém, esses custos mais altos serão repassados e os consumidores começarão a ser mais cuidadosos com seus gastos. Há um sentimento de inevitabilidade sobre a economia, a questão é se nós veremos uma desaceleração ou uma recessão”, explica.

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Erlam, no entanto, vê com bons olhos o fato de o Bitcoin permanecer no nível de US$ 30 mil mesmo com a economia global tão conturbada. “O Bitcoin está se mantendo surpreendentemente bem no cenário de pessimismo nos mercados. Talvez porque seja alimentado por preocupações econômicas, e não simplesmente por taxas de juros”, disse em nota. “Se o BTC poderá continuar a nadar contra a maré, só o tempo dirá”.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h03:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 30.306,17 +3,9%
Ethereum (ETH) US$ 2.032,28 +4,2%
Binance Coin (BNB) US$ 308,69 +3,4%
XRP (XRP) US$ 0,431006 +6,5%
Cardano (ADA) US$ 0,531080 +2,7%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Osmosis (OSMO) US$ 1,68 +13,6%
Ziliqa (ZIL) US$ 0,053439 +14%
Monero (XMR) US$ 175,71 +11,7%
Cosmos (ATOM) US$ 11,43 +11,6%
Theta Fuel (TFUEL) US$ 0,066958 +9,5%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Chain (XCN) US$ 0,082131 -14,1%
TerraUSD (UST) US$ 0,073859 -4,3%
BitDAO (BIT) US$ 0,807309 -1%
Convex Finance (CVX) US$ 10,44 -0,8%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 26,20 +1,78%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 34,79 -1,72%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 28,68 -0,58%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 22,12 -4,65%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 22,46 -4,01%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 9,23 +1,76%
QR Ether (QETH11) R$ 7,12 +0,28%
QR DeFi (QDFI11) R$ 3,84 -5,88%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta sexta-feira (20):

Coinbase corta custos para enfrentar crise

A exchange de criptomoedas Coinbase está pausando novas contratações por duas semanas e reduzindo os gastos em nuvem na Amazon Web Services, juntamente com outras medidas de corte de custos após divulgar resultados abaixo do esperado no balanço do primeiro trimestre, em meio à queda de preço das criptomoedas.

Citando e-mails internos da Coinbase, o portal The Information afirmou que a empresa irá facilitar a compra de ações por funcionários para compensar parte das perdas do papel desde o início do ano.

Um dos e-mails teria ainda discutido planos para reduzir gastos em serviços em nuvem, como Amazon Web Services e Datadog, e também cortar taxas de rede em transferências internas entre carteiras.

Bitcoin Pizza Day na Bitconf em São Paulo

Amantes de pizza têm um motivo a mais para visitar os estandes da Bitconf, um dos maiores eventos de cripto e blockchain do Brasil, que começa hoje (20) e vai até o próximo domingo (22), no Centro de Eventos Hakka, em São Paulo.

O evento planeja uma comemoração especial do Bitcoin Pizza Day, que celebra o 12º aniversário do dia em que um entusiasta de Bitcoin comprou duas pizzas por 10 mil bitcoins nos EUA – hoje, a quantia vale mais de US$ 300 milhões.

A Bitconf promete “o maior Bitcoin Pizza Day do mundo”, reunindo mais de 2.000 pessoas para comer pizza de graça.

Reino Unido vai abordar colapso Luna/UST em novo relatório

O regulador financeiro e o Tesouro do Reino Unido examinarão o colapso dos tokens do ecossistema Terra em estudo sobre a criação de novas regras para criptoativos, informou a Bloomberg nesta sexta-feira.

A recente instabilidade do mercado de stablecoins “precisará absolutamente ser levada em consideração” no trabalho em conjunto da Autoridade de Conduta Financeira (FCA) com o Tesouro para criar as regras ainda este ano, disse Sarah Pritchard, diretora executiva de mercados da FCA, à Bloomberg.

Em março, o Reino Unido disse que trabalharia em um novo pacote regulatório de criptomoedas e planejava regular as stablecoins. Em sua consulta, o governo propôs que as stablecoins algorítmicas não deveriam ser regulamentadas.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos