Bitcoin supera US$ 17 mil após 3 semanas e criptos disparam com possível reversão; SOL sobe 20% e ADA, 16%

Alta vem na esteira de maiores expectativas entre traders por uma mudança de tom do banco central dos EUA sobre a política de juros

Paulo Barros CoinDesk

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Após aproximadamente três semanas negociado na estreita faixa entre US$ 16.400 e US$ 17.000, o preço do Bitcoin (BTC) enfim rompeu essa barreira e opera em alta nas primeiras horas desta segunda-feira (9). Às 7h, 1 BTC valia, em média, US$ 17.247, avanço de 1,7% nas últimas 24 horas.

O movimento do Bitcoin começou ainda no domingo (8), refletindo a divulgação, dois dias antes, de dados sugerindo desaceleração econômica nos Estados Unidos. Para traders, a informação foi encarada como sinal de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) poderá em breve diminuir o ritmo de subida dos juros.

Segundo analistas, esse foi o empurrão final para que o Bitcoin finalmente conseguisse ultrapassar o patamar de US$ 17 mil, que até então vinha se mostrando uma resistência (zona com alto interesse de venda) capaz de frear qualquer rali desde meados de dezembro.

Para David Duong, da Coinbase Institutional, a alta pode colocar o Bitcoin no caminho para o próximo nível técnico em torno de US$ 17.800. Já segundo Sean Farrell, da FundStrat, dados consultados na blockchain sugerem que há muitos compradores prontos com “apetite para comprar BTC no nível muito específico de US$ 16.00 a US$ 17.200”.

“Isso mostra uma imagem incrível de uma forte parede de compra nos preços atuais do mercado e sugere que um forte fundo está se formando”, escreveu Farrell em um relatório.

Nesta semana, traders de criptomoedas estarão atentos a um novo dado de inflação nos EUA que também é visto como subsídio para a tomada de decisão do Fed a respeito do próximo reajuste na taxa de juros.

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Em paralelo, o mercado segue monitorando as especulações em torno da plataforma cripto Genesis e de sua controladora, o conglomerado cripto Digital Currency Group (DCG), também proprietário da Grayscale, maior gestora de ativos digitais do mundo, e do site CoinDesk.

Até aqui, no entanto, os investidores mais otimistas vêm dominando as negociações, com criptomoedas menores, chamadas de altcoins, passando por um rali com alta generalizada de dois dígitos. Entre os destaques estão a Ziliqa (ZIL), rival do Ethereum (ETH) que puxa a alta de hoje com disparada de 48,9% em 24 horas.

Na sequência vêm Solana (SOL), com valorização de 20,9% em um dia e mais de 60% em uma semana, e o token da plataforma Lido DAO (LIDO), especializada em staking (renda passiva) de ETH, com ganho de 17,4% desde domingo.

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Entre as criptos com maior valor de mercado, o melhor desempenho é da Cardano (ADA), com alta de mais de 15% em 24 horas. Já Ethereum, Binance Coin (BNB), Dogecoin (DOGE) e Polygon (MATIC) sobem 4,2%, 6,7%, 5,8% e 7,3%, respectivamente.

Nenhuma criptomoeda entre as 100 maiores do mercado registra perdas desde ontem às 7h.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 17.247 +1,70%
Ethereum (ETH) US$ 1.317 +4,20%
Binance Coin (BNB) US$ 278 +6,70%
XRP (XRP) US$ 0,350937 +2,80%
Cardano (ADA) US$ 0,328500 +16,40%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Ziliqa (ZIL) US$ 0,02633615 +48,90%
Solana (SOL) US$ 16,36 +20,90%
Lido DAO (LIDO) US$ 1,88 +17,40%
Cardano (ADA) US$ 0,328500 +16,40%
Immutable X (IMX) US$ 0,489193 +16,30%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 16,00 +0,31%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 21,57 0,00%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 19,49 -0,30%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 16,00 -0,62%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 11,36 +2,34%
Hasdex Crypto Metaverse (META11) R$ 27,49 +7,76%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 5,54 -0,53%
QR Ether (QETH11) R$ 4,60 -0,43%
QR DeFi (QDFI11) R$ 2,62 0,00%
Cripto20 EMPCI (CRPT11) R$ 4,92 +0,20%
Investo NFTSCI (NFTS11) R$ 16,15 -3,23%
Investo BLOKCI (BLOK11) R$ 75,83 0,00%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta segunda-feira (9):

EUA investigam hedge funds que operaram na Binance, diz jornal

Promotores federais dos EUA estão investigando a relação entre a Binance e os hedge funds norte-americanos como parte de uma investigação mais ampla sobre possível lavagem de dinheiro na exchange, segundo informações do Washington Post.

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Segundo o jornal, citando duas pessoas que revisaram uma das intimações, a procuradoria em Seattle enviou intimações a empresas solicitando registros de suas negociações com a Binance nos últimos meses.

As intimações ocorrem em um momento em que a Binance enfrenta crise no setor, em meio a uma desconfiança com corretoras de criptomoedas após a implosão da FTX, em novembro.

Digital Currency Group estaria sendo investigada nos EUA

Funcionários do Distrito Leste de Nova York do Departamento de Justiça dos EUA e da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC) estão investigando as transferências entre o Digital Currency Group (DCG) e sua subsidiária Genesis, informou a Bloomberg na sexta-feira (6).

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Promotores teriam solicitado entrevistas e documentos ao DCG e à Genesis, enquanto a SEC estaria em estágio inicial de uma investigação semelhante.

Segundo a Bloomberg, que citou pessoas familiarizadas com o assunto, nem a Genesis nem a DCG “foram acusadas de irregularidades”.

É “hipocrisia” FTX ser contra Binance comprar ativos por US$ 1 bi, diz Voyager

A plataforma cripto falida Voyager defendeu a venda de seus ativos para a Binance por US$ 1 bilhão, chamando as críticas de “hipocrisia e ousadia”, segundo documentos judiciais publicados no domingo (8).

O plano foi contestado pela Alameda Research, o braço comercial da FTX, bem como pela SEC, pelo Departamento de Justiça (DoJ) e vários reguladores estaduais.

Uma audiência sobre a proposta da Binance está marcada para terça-feira (10) em um tribunal de falências de Nova York.

Para a Voyager, as dúvidas expressas pelas autoridades sobre a capacidade da Binance.US de arcar com o acordo são “injustas”.

Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas