Bitcoin sobe, recupera os US$ 42 mil e salva altcoins de colapso; Cardano é exceção e volta a cair

Detentores de ADA realizam lucros após subida no começo da semana em momento de leve recuperação da maioria das criptomoedas

Paulo Barros CoinDesk

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O Bitcoin (BTC) se aproxima do final da semana buscando se estabilizar perto da região dos US$ 42 mil, recuperada após novo recuo para perto de US$ 41 mil durante a madrugada. Com isso, a criptomoeda preserva o suporte de US$ 40 mil, considerado crucial por analistas para manter as chances de recuperação no curto prazo.

Ainda assim, o momento permanece marcado por incerteza entre investidores, em meio a uma correlação cada vez mais nítida do ativo digital com as ações de empresas de tecnologia nos Estados Unidos.

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Empurrado pela inflação, o índice Nasdaq, que é fortemente influenciado por ações de tecnologia, caiu 1,1% ontem e já acumula perda de mais de 10% em relação à máxima histórica de novembro de 2021. Nesse cenário, ao contrário da tese de reserva de valor, o temor pela perda de poder de compra do dólar ajuda a derrubar o preço do Bitcoin.

“O mercado está digerindo uma série de coisas”, disse o fundador e CEO da Osprey Funds, Greg King, à CoinDesk TV na quarta-feira. “Ativos de risco, como criptomoedas, serão vendidos ou sofrerão um pouco de rotatividade à medida que o mercado se ajusta a um ambiente macro diferente”, acrescentou.

Ainda assim, King crê na recuperação das criptomoedas no longo prazo. “Ainda estamos otimistas com o setor e suspeito que, no final do ano, os valores sejam muito mais altos do que agora”, avaliou.

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Apesar do momento de insegurança, o novo fôlego do Bitcoin entre ontem e hoje ajuda a segurar uma queda mais aguda nas altcoins, que costumam reagir mal quando a moeda digital passa por turbulência.

A maioria das 20 principais criptomoedas por valor de mercado operam em território positivo nesta manhã, com destaque para a Cosmos (ATOM), que sobe 8,9% no dia em meio a uma adoção maior de sua tecnologia de conexão de blockchains.

Já o FTX Token (FTT), que ocupa a 30ª posição do ranking e é considerado um dos mais promissores do ano, avança 9,5% e já soma 15,5% em semana marcada pelo lançamento de um novo braço de investimentos de US$ 2 bilhões da exchange FTX.

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Por outro lado, alguns criptoativos registram forte queda com realização de lucros após valorização nos últimos dias. É o caso da Cardano (ADA), que recua 3,3% e volta a ser negociada a US$ 1,36 após alta no começo da semana.

Já a Stacks (STX) passa pelo mesmo movimento e cede 9,3%, resultado que só não é pior do o da Pocket Network (POKT), plataforma de computação em nuvem que quer rivalizar com a Amazon. Seu token POKT recua 12,4% hoje.

O ponto positivo é que apenas um ativo digital cai dois dígitos hoje. Diante disso e aliado ao bom desempenho de projetos pontuais, a capitalização das criptomoedas se mantém acima dos US$ 2 trilhões.

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Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h10:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 42.117,00 +1,3%
Ethereum (ETH) US$ 3.151,98 +2%
Binance Coin (BNB) US$ 471,11 +2,2%
Cardano (ADA) US$ 1,36 -3,3%
Solana (SOL) US$ 137,03 +1,7%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
FTX Token (FTT) US$ 48,23 +9,5%
Cosmos (ATOM) US$ 39,48 +8,9%
Osmosis (OSMO) US$ 4,31 +6,9%
Hedera (HBAR) US$ 0,273099 +6,2%
The Graph (GRT) US$ 0,540952 +5,4%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Pocket Network (POKT) US$ 1,86 -12,4%
Stacks (STX) US$ 2,08 -9,3%
Near (NEAR) US$ 16,71 -2,7%
Cardano (ADA) US$ 1,36 -3,3%
Ethereum Classic (ETC) US$ 31,12 -3%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 42,05 -2,66%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 54,60 -3,87%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 51,24 -0,98%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 14,40 -1,77%
QR Ether (QETH11) R$ 12,47 -3,85%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quinta-feira (20):

Hack de US$ 15 milhões afetou 400 usuários, afirma corretora Crypto.com

O CEO da exchange de criptomoedas Crypto.com, Kris Marszalek, confirmou ontem à Bloomberg TV que 400 contas foram invadidas no início desta semana em um ataque hacker que teria penetrado várias camadas de segurança da empresa.

Segundo o executivo, no mesmo dia, “todas as contas afetadas foram reembolsadas para que não houvesse perda de fundos de clientes”.

Na segunda-feira, a Crypto.com suspendeu saques em sua plataforma após relatos de “atividade não autorizada”. Mais tarde, os usuários foram obrigados a fazer login novamente em suas contas e redefinir a autenticação em duas etapas.

Segundo dados levantados pela empresa de segurança Peck Shield, 4.600 ETH, avaliados em aproximadamente US$ 15 milhões, foram roubados no ataque e lavados por meio da plataforma Tornado Cash, que embaralha transações para esconder a origem do dinheiro.

Google prepara novo braço de criptomoedas, diz Bloomberg

O Google está formando um grupo dedicado à blockchain e tecnologias relacionadas, disse a Bloomberg em reportagem publicada ontem. O executivo Shivakumar Venkataraman teria sido promovido para tocar uma divisão responsável por “blockchain e outras tecnologias de computação distribuída e armazenamento de dados de próxima geração”.

A nova iniciativa seria desenvolvida no âmbito do Google Labs, divisão de negócios na qual a empresa abriga seus vários projetos experimentais, incluindo realidade virtual e aumentada. Segundo a Bloomberg, a nova unidade de blockchain do Google é relativamente pequena em comparação com outras áreas.

Em junho, o Google liberou anúncios sobre criptomoedas em aplicativos e nos resultados de busca. Além disso, o chefe de pagamentos e comércio da empresa disse recentemente que presta “muita atenção nas criptomoedas”.

Empresa de investimentos quer levantar US$ 3,5 bilhões para investir em empresas de cripto

A empresa de capital de risco Andreessen Horowitz (a16z), famosa por investir amplamente na indústria de criptoativos, está buscando levantar mais US$ 4,5 bilhões para novos fundos, informou o Financial Times (FT). Desses, US$ 3,5 bilhões seriam destinados para criptomoedas.

O valor ultrapassaria os US$ 2,2 bilhões levantados em junho para o Crypto Fund III, na época o maior do setor, seria maior que um fundo da Paradigm, avaliado em US$ 2,5 bilhões.

Ainda segundo o FT, o novo produto planeja alocar US $ 1 bilhão em startups de ativos digitais.

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Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas