Bitcoin “falha” em meio à crise bancária e cai para o nível mais baixo em dois meses

Parece que a narrativa de que o Bitcoin (BTC) é um refúgio contra problemas macroeconômicos, como a recente crise bancária nos Estados Unidos, perdeu parte da força.

Apesar de as ações do PacWest Bancorp terem derretido 22,53% ontem após o banco norte-americano divulgar uma queda acentuada nos depósitos – em mais um episódio da tragédia do setor no país -, a principal criptomoeda do mercado teve um tombo feio.

Nas últimas 24 horas, o Bitcoin caiu 4%, sendo negociado a US$ 26.371 por volta das 8h desta sexta-feira (12). Durante a madrugada, o criptoativo encostou em US$ 26.100, o preço mais baixo em dois meses.

“O Bitcoin caiu porque a aversão ao risco corre solta em Wall Street. O retorno de algum nervosismo bancário ao PacWest não foi capaz de desencadear uma forte demanda por criptos desta vez”, disse Edward Moya, analista sênior da formadora de mercado Oanda, em nota.

O Ethereum (ETH), que no mês passado passou por uma importante atualização chamada Shanghai, caiu 3%, para US$ 1.766, também o menor preço desde março. A Pepe Coin (PEPE), criptomoeda meme suspeita que chegou a subir 10.000% em abril, derreteu 24%. Entre as 10 principais altcoins do mercado, as únicas que amanhaceram em alta foram XRP (XRP), com 1%, Cardano (ADA), com 1,20%, e Dogecoin (DOGE), com 0,4%.

Sentimento negativo

Parte dos players do setor também acredita que a crise de liquidez, o recente congestionamento na blockchain do Bitcoin e à repressão regulatória dos EUA minaram o sentimento no setor cripto.

“A recente onda de vendas tem a ver com instituições financeiras tradicionais tentando se livrar de seus ativos digitais, lideradas pelas repressões regulatórias sobre criptomoedas e a necessidade de gerenciar seus balanços”, disse Robert Alcorn, diretor executivo da Clearpool, uma empresa de empréstimos financeiros descentralizados, para a Bloomberg.

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No início desta semana, saiu a notícia de que duas das principais formadoras de mercado do mundo, a Jane Street Group e a Jump Crypto, estão deixando de negociar ativos digitais nos EUA. A Jane Street também está reduzindo suas ambições criptos globais.

Os volumes “caíram materialmente nas exchanges e notícias nesta semana sobre duas grandes formadoras de mercado saindo de várias corretoras impactaram o sentimento”, falou Richard Galvin, cofundador da gestora de fundos Digital Asset Capital Management, para a Bloomberg.

As oscilações recentes do setor foram impulsionadas em grande parte por “vendas à vista, com dados de derivativos ainda não mostrando sentimentos extremos ou posicionamento”, acrescentou ele.

Os analistas agora estão procurando os próximos níveis de suporte para o Bitcoin. Markus Thielen, chefe de pesquisa da Matrixport, disse que seria “cauteloso até que os preços do Bitcoin caíssem para US$ 24.600”.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 8h:

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

(Com informações da Bloomberg)

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