Bitcoin sobe, Dogecoin dispara e puxa alta de altcoins com aquisição do Twitter por Elon Musk

Ethereum vai melhor do que o BTC e soma 6% de alta nas últimas 24 horas, apesar da alta correlação de criptos com o mercado de ações

Paulo Barros CoinDesk

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Após uma grande oscilação de preço na semana passada, o Bitcoin (BTC) abriu a segunda-feira (25) negociado em seu ponto mais baixo desde meados de março, ao redor de US$ 38.300, mas se recuperou rapidamente. Às 7h15 desta terça-feira (26), a maior criptomoeda por capitalização de mercado registra ganhos de 4,8% nas últimas 24 horas, sendo negociada a US$ 40.398.

Já o Ethereum (ETH) vai melhor e sobe 6,2% nas últimas 24 horas, para US$ 3.000, em desempenho que parece ser suficiente para investidores seguirem apostando em altcoins, criptomoedas conhecidas pelo maior risco dada a volatilidade ainda mais aguda.

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O destaque do dia é a Dogecoin (DOGE), criptomoeda meme apoiada por Elon Musk que disparou de preço ontem com o fechamento da aquisição do Twitter pelo CEO da Tesla. A meme coin acumula alta de quase 30% hoje.

O salto de preço da DOGE aconteceu, no entanto, principalmente nas horas que antecederam o anúncio da aquisição do Twitter por Musk. Não existe uma ligação direta entre os dois eventos, mas analistas apontam que o bilionário poderia usar sua influência para incluir a cripto como método de pagamento na rede social. A Tesla, vale lembrar, já aceita a meme coin como opção de pagamento para suas mercadorias.

Por outro lado, como o preço da Dogecoin parece não ter maior fundamento, estaria possivelmente exposto a qualquer movimento mais brusco no Bitcoin e no Ethereum, que costumam dar o tom do mercado como um todo.

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“A volatilidade recente foi impulsionada por fatores como inflação, crise na Ucrânia e políticas monetárias contracionistas”, disse Daniel Khoo, analista de pesquisa da Nansen, sobre a alta do BTC hoje. “Isso afetou não apenas o mercado de ações, mas também o mercado de criptomoedas, que parece andar em conjunto recentemente.”

Khoo disse ainda que uma queda nos preços pode ser impulsionada por um sentimento negativo de curto prazo, à medida que as pessoas deixam ativos de risco. “Muitos investidores também estão mudando para [stablecoins] dada a incerteza e a perspectiva de baixa de curto prazo, já que o mercado ficou muito quente e, historicamente, períodos de euforia extrema foram seguidos por correções de mercado”, disse Khoo.

As ações nas bolsas dos Estados Unidos têm desempenho misto à medida que as restrições à Covid na China se intensificam, com o índice S&P 500 caindo 0,7% e o Nasdaq subindo 0,2%.

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A correlação do Bitcoin com o mercado de ações criou uma economia circular com a China – mesmo que a negociação do ativo seja oficialmente proibida no país.

À medida que os bloqueios continuam em Xangai com possíveis expansões em outros locais, o CSE 300, um índice de referência das 300 maiores ações da China, caiu 3%, enquanto o Hang Seng Index, o índice de ações de Hong Kong, caiu 2%. No acumulado do ano, o índice Hang Seng cai quase 15%, o CSE 300 recua 22% e o SP 500 cede11%.

O Bitcoin, por sua vez, caiu 1% durante o pregão de segunda-feira na Ásia e mergulhou ainda mais durante as negociações de segunda-feira nos EUA. Axie Infinity (AXS), principal cripto de metaverso, despencou 10% na segunda-feira na Ásia, enquanto Near (NEAR) e Neo (NEO), tokens associados a blockchains de primeira camada (com rede própria), caíram 10% e 9,3%, respectivamente.

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O Bitcoin acaba ficando em um fogo cruzado entre os desempenhos das bolsas dos EUA e da China, em tendência inversa ao que aconteceu em março do ano passado. Na época, o BTC Bitcoin não seguiu a tendência porque refletia apenas os preços das ações dos EUA. Mas, agora a “economia circular” da China derrubam o mercado dos EUA e , por sua vez, impacta também o Bitcoin.

Não só o fator macroeconômico apresenta uma ameaça para o Bitcoin. Em participação ontem durante o Cripto+ (assista no player acima), o trader Vinícius Terranova alertou que existe uma forte chance de que novas quedas venham pela frente dada a fragilidade da criptomoeda, conforme evidenciam os indicadores técnicos.

“Eu diria que agora qualquer subida é uma chance de vender”, afirmou, reforçando que a próxima zona de suporte (preço com alta demanda de compra) está ao redor de US$ 36 mil.

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Já a Transfero enxerga a possibilidade de o BTC cair para US$ 37,5 mil, apontado como o principal suporte dos últimos três meses. “Mais uma vez, poderemos ter uma boa oportunidade de compra nesse ponto”, destacou a equipe de especialistas da empresa.

Apesar da recomendação, a equipe alertou que é importante ter atenção a uma possível queda mais forte, o que poderia dar força ao rompimento do suporte de US$ 37,5 mil, podendo levar o preço para a faixa dos US$ 30 mil.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 40.398,25 +4,8%
Ethereum (ETH) US$ 3.000,81 +6,2%
Binance Coin (BNB) US$ 400,24 +3,4%
Solana (SOL) US$ 100,49 +5,4%
Terra (LUNA) US$ 96,30 +8,6%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Dogecoin (DOGE) US$ 0,161097 +29%
The Graph (GRT) US$ 0,390051 +16%
Synthetix (SNX) US$ 6,17 +14,8%
Zcash (ZEC) US$ 168,41 +13%
Lido DAO (LDO) US$ 3,30 +12,7%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
PancakeSwap (CAKE) US$ 8,25 -6%
Amp (AMP) US$ 0,02196801 -2,3%
Chain (XCN) US$ 0,094100 -1,5%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 35,45 +2,75%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 45,90 +1,32%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 42,97 +2,13%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 40,20 +3,79%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 41,68 -1.92%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 12,39 +3,5%
QR Ether (QETH11) R$ 10,62 +4,42%
QR DeFi (QDFI11) R$ 7,25 +5,37%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta terça-feira (26):

Exchange Kucoin passa a aceitar depósitos em reais via Pix

A exchange de criptomoedas Kucoin fincou os pés no Brasil e passou a aceitar depósitos em reais via Pix. Com a novidade, a plataforma passa a ser mais uma opção para compra de Bitcoin, Ethereum e outras criptomoedas no país.

Fundada em 2017 por Johnny Lyu, a empresa é reconhecida como uma das maiores corretoras de criptoativos do mundo.

A Kucoin, no entanto, não tem escritório no Brasil, o que a tornará ilegal uma vez que o marco das criptomoedas, previsto para ser votado no Senado hoje, for finalmente sancionado.

Liga de futebol americano entra na onda dos NFTs

A National Football League (NFL) entrou de vez na onda dos tokens não fungíveis (NFT), lançando uma série de colecionáveis de cartas temáticas vinculadas ao seu próximo draft de jogadores, marcado para a próxima quinta-feira (28).

A coleção está disponível em um marketplace póprio da liga lançado em novembro de 2021 e que, desde então, tem sido usado para várias promoções de ingressos para jogos de playoffs. A plataforma roda na blockchain Polygon (MATIC).

Os NFTs também serão distribuídos aos membros do clube “Inner Circle” deste ano, que inclui fãs selecionados para representar cada equipe na noite do draft.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos