Bitcoin e Ethereum operam estáveis, mas ainda sem precificar derrocada de “banco cripto”, alerta analista

Enquanto isso, traders se agarram em dados econômicos da China com a esperança de que o capital asiático sustente os preços

Paulo Barros CoinDesk

(Vitaly Mazur/Unsplash)
(Vitaly Mazur/Unsplash)

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Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) iniciam a semana próximos da estabilidade, negociados a US$ 22.409 e US$ 1.564, respectivamente.

Analistas observan que o mercado está à beira de um precipício no momento. Embora haja consenso de que o fundo do poço deve mesmo ter sido atingido em novembro do ano passado e que dificilmente os preços voltarão aos níveis daquele mês (cerca de US$ 15.500 e US$ 1.000), especialistas apontam que o mercado pode ainda não ter precificado totalmente a derrocada do “banco cripto” americano Silvergate.

“Não parece que a questão do Silvergate esteja levando a um amplo contágio. E talvez já tenhamos visto a maior parte da queda associada a essas notícias ”, disse Matt Weller, head global de pesquisa da Forex.com, ao CoinDesk.

Ele ressaltou, porém, que “não ficaria surpreso de ver o Bitcoin voltar para US$ 20 mil, talvez até US$ 18 mil, para testar novamente essas mínimas”.

Em paralelo, traders de criptomoedas se agarram na expectativa de que novos dados econômicos da China podem reforçar a especulações de que o país esteja contribuindo para a alta de preços dos ativos digitais em fevereiro.

Desse modo, a semana deve ser movimentada com divulgação de dados econômicos do país, incluindo balança comercial, reservas cambiais e taxas de inflação.

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“A abertura da China é um fator positivo para a economia mundial”, disse March Zheng, sócio da Bizantine Capital, em nota.

“Acreditamos que isso contrabalançará os temores contínuos e persistentes nos mercados de ações dos EUA, bem como o aumento das taxas de juros”, disse ele.

Assista: O que é a atualização Ethereum Shanghai?

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Confira o desempenho das principais criptomoedas às 6h55:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 22.409 0,00%
Ethereum (ETH) US$ 1.564 -0,20%
BNB Chain (BNB) US$ 285 -1,90%
XRP (XRP) US$ 0,363507 -2,80%
OKB (OKB) US$ 48,53 -2,90%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Stacks (STX) US$ 0,754804 +4,50%
Synthetix (SNX) US$ 3,15 +4,30%
Curve DAO (CRV) US$ 0,950913 +3,40%
Maker (MKR) US$ 931,26 +3,30%
GMX (GMX) US$ 68,26 +2,40%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas  
Trust Wallet (TWT) US$ 1,30 -5,60%
SingularityNET (AGIX) US$ 0,447585 -5,40%
Dash (DASH) US$ 63,29 -5,40%
Quant (QNT) US$ 123,92 -4,20%
Lido DAO (LDO) US$ 2,56 -3,80%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 20,38 -5,77%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 27,39 -3,79%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 23,88 -3,31%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 21,60 -2,87%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 16,19 +1,44%
Hasdex Crypto Metaverse (META11) R$ 40,23 +0,57%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 7,33 -2,25%
QR Ether (QETH11) R$ 5,88 -2,80%
QR DeFi (QDFI11) R$ 3,90 +2,36%
Cripto20 EMPCI (CRPT11) R$ 5,69 -4,04%
Investo NFTSCI (NFTS11) R$ 22,00 -1,56%
Investo BLOKCI (BLOK11) R$ 94,96 0,00%

Confira as principais notícias do mundo cripto desta segunda-feira (6):

Hedge fund Multicoin Capital perde 91,4% em 2022

O hedge fund Multicoin Capital perdeu 91,4% em 2022, de acordo com uma cópia da carta anual a investidores obtida pelo CoinDesk.

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A carta atribuiu o declínio do ano passado a um ano turbulento para as criptomoedas, bem como ao impacto direto e indireto do colapso da exchange cripto FTX.

“Embora o fundo tenha evitado com sucesso as implosões catastróficas da LUNA e da Three Arrows Capital no início do ano, não evitamos as revelações explosivas sobre o FTX nem o contágio subsequente que se espalhou pelo mercado”, disse a carta.

“Depois de um ano notável em 2021, nosso desempenho em 2022 foi o pior desde o início”.

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Sam Bankman-Fried deve ter só celular “de flip”, pede promotor

As condições impostas para manter Sam Bankman-Fried em liberdade devem incluir o uso de um “celular de flip” não conectado à Internet, propuseram promotores nos EUA na sexta-feira (3).

A proposta feita ao juiz distrital Lewis Kaplan do tribunal do Distrito Sul de Nova York segue as suspeitas de que o fundador da falida exchange de criptomoedas FTX tentou contatar testemunhas enquanto enfrenta acusações como fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, das quais ele se declarou inocente .

O laptop de Bankman-Fried poderá acessar apenas uma lista de sites aprovados, incluindo notícias, esportes, Wikipedia e o governo dos EUA, e seu uso de videogames e outros aplicativos conectados deve ser restrito, disse o promotor que cuida do caso.

A Justiça ainda vai apreciar o pedido nos próximos dias.

Binance negocia valores mobiliários não registrados, diz funcionário da SEC

Um funcionário da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC) disse que a agência acredita que a Binance.US, braço norte-americano da empresa, está operando uma bolsa de valores não registrada nos EUA.

Segundo o procurador sênior da SEC, William Uptegrove, que testemunhou em uma audiência de falência para determinar se a Voyager deve ser vendida para a Binance.US, a agência acredita que a venda de tokens VGX pela Voyager Digital violou as leis federais de valores mobiliários.

“A equipe acredita – com base apenas nos fatos e circunstâncias atualmente conhecidos – que a oferta e venda de tokens VGX tem os atributos de uma transação de valores mobiliários”, disse ele. “A equipe também acredita que a Binance.US está operando uma bolsa de valores não registrada nos Estados Unidos”, comentou.

O funcionário observou que as opiniões da equipe da SEC não refletem necessariamente as opiniões dos cinco comissários à frente da agência. Ele também não disse se a SEC tem alguma medida em andamento relacionada ao assunto.

Tether abriu contas de empresas de fachada no passado, diz WSJ

A Tether, a empresa por trás da maior stablecoin do mundo, a USDT, acessou contas bancárias por meio de documentos e intermediários falsificados, afirmou reportagem do Wall Street Journal na sexta-feira (3)

Segundo o jornal, a Tether usou contas bancárias em nome de executivos de várias empresas, alterando ligeiramente os nomes dessas empresas, para manter seu acesso ao sistema financeiro global em 2018.

O relatório apontou, entre outros, para a Crypto Capital Corp., um “banco paralelo” que detinha fundos da Tether antes de ser fechado pelas autoridades em 2018, alegando que a empresa irmã Bitfinex e a Tether “conseguiram abrir pelo menos nove novas contas bancárias para empresas de fachada na Ásia” em outubro de 2018.

Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas