Bitcoin vira para alta, bate novo recorde em US$ 69 mil e mais assuntos que vão movimentar o mercado de criptos hoje

Cripto Loopring, que pretende resolver altos custos e lentidão do Ethereum, já acumula alta de mais de 500% após rumores ligados à GameStop

Paulo Barros

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SÃO PAULO – Após realização de lucros no início da manhã, o Bitcoin (BTC) registra um novo topo histórico acima dos US$ 69 mil, pouco à frente do recorde anterior de US$ 68.600 atingido na madrugada de ontem.

Às 7h, a criptomoeda era negociada a US$ 66.847,61 e chegou a cair brevemente para menos de US$ 66 mil antes de se recuperar após as 10h e subir 4,7% para US$ 69.020 na Binance, corretora com maior volume no mercado. Às 12h21, o Bitcoin é cotado a US$ 68.482 na média das demais exchanges, conforme dados do agregador CoinGecko.

A demanda institucional pela criptomoeda continua dando o tom do mercado, mas outros fatores também contribuem para a alta atual. Na terça-feira (10), o CEO da Apple, Tim Cook, confessou possuir criptomoedas sob a justificativa de diversificação de portfólio.

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Além disso, especialistas consultados pelo InfoMoney afirmam que o subida atual do Bitcoin vem sendo sustentada por compras no mercado à vista, reduzindo os riscos trazidos pela operação de futuros após reguladores forçarem corretoras a frearem a oferta de alavancagem ao usuário de varejo.

Com isso, permaneceria aberta a possibilidade de explosão de valorização no curto prazo – o consenso é de que a criptomoeda deve bater, no mínimo, US$ 100 mil até o final do ano.

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Demais criptos com maior valor de mercado também se recuperam junto com o Bitcoin, como o Ethereum (ETH), que vai a US$ 4.852, a Binance Coin (BNB), que sobe 1,9% para US$ 655, e a Solana (SOL), que registra ganhos de 1,6%, a US$ 245, após ter atingido US$ 260 nesta semana.

A Solana cresceu muito nas últimas semanas ao alimentar a expectativa de que a blockchain pode ser uma alternativa viável para o Ethereum. No entanto, outros projetos menores também aproveitam essa oportunidade de mercado e disparam de preço.

Entre as 100 maiores do ranking de capitalização, o destaque é novamente a Loopring (LRC), que alimenta uma blockchain que funciona como aliada do Ethereum para acelerar pagamentos. O ativo já acumula mais de 500% de alta desde que começaram a surgir rumores de que a plataforma será escolhida pela GameStop para lançar um mercado de NFTs.

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Outra que segue em alta é a Kadena (KDA), criada por dois ex-executivos do JP Morgan, que valoriza mais de 1.000% nos últimos 30 dias. O protocolo promete oferecer transações sem custos e mais segurança adotando o mesmo sistema de consenso do Bitcoin.

Outra que avança de forma expressiva no momento é o IoTeX (IOTX), token de uma plataforma descentralizada focada em Internet das Coisas (IoT). O ativo dispara 100% no dia após anúncio de uma apresentação que ocorre hoje sobre o uso da tecnologia para construção de metaversos.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 12h21:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 68.482,91 +2%
Ethereum (ETH) US$ 4.852,68 +1,1%
Binance Coin (BNB) US$ 655,92 +1,9%
Solana (SOL) US$ 245,14 1,6%
Cardano (ADA) US$ 2,27 -2,2%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
IoTeX ([ativo=IOTX]) US$ 0,201094 +100%
Loopring (LRC) US$ 3,74 +65,1%
Kadena (KDA) US$ 22,95 +42,9%
Litecoin (LTC) US$ 289,14 +11,3%
Chainlink (LINK) US$ 37,72 +11%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Livepeer ([ativo=LPT]) US$ 67,41 -17,4%
Curve DAO Token (CRV) US$ 4,49 -6,8%
Shiba Inu (SHIB) US$ 0,00005154 -6,8%
Basic Attention Token (BAT) US$ 1,16 -6%
Theta Fuel (TFUEL) US$ 0,369130 -3,1%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

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ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 68,25 +1,18%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 88,6 +0,68%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 79 +0,5%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 23,5 +2,17%
QR Ether (QETH11) R$ 19,23 -1,18%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quarta-feira (10):

Nova York terá sua própria criptomoeda

O prefeito-eleito de Nova York, Eric Adams, anunciou apoio formal ao projeto da NYCCoin, iniciado por moradores e que pode gerar uma nova fonte de investimentos para a cidade.

Adams é um ferrenho defensor das criptomoedas e já disse que pretende adotar uma postura pró-cripto na sua administração, aproveitando o potencial da tecnologia para atrair talentos e investimentos.

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Ele disse também que deve apoiar um projeto para incluir criptomoedas no currículo escolar, e que pretende receber parte do seu próprio salário em Bitcoin. O democrata segue os passos do prefeito de Miami, o republiccano Francis Suárez, que anunciou recentemente que receberá 100% do seu salário em BTC.

A NYCCoin é um espelho da MiamiCoin, que já está em funcionamento na principal cidade da Flórida. O projeto é criado pela empresa CityCoins, e costuma surgir de baixo pra cima: primeiro interessados lançam a proposta e adquirem moedas, deixando grande parte da oferta em um cofre digital que só pode ser aberto pelo prefeito.

Comitê de Basileia revisa proposta de regulação de criptos

O Comitê de Supervisão Bancária de Basileia, entidade internacional que regula o setor bancário, deverá revisar sua estrutura de regulação de criptos após contribuições de associações comerciais.

Uma das mudanças deverá estar nas regras impostas a bancos, que poderão reservar capital para cobrir possíveis perdas com criptomoedas. A alteração vem após pedido do próprio setor, que pediu que o Comitê reavaliasse a norma dado que enxergam as criptos como altamente arriscadas.

Segundo o Comitê, a mudança se justifica porque o aumento do interesse de alguns bancos por criptomoedas traria preocupações com relação à estabilidade financeira global.

Nesta semana, o presidente do conselho da Orogen Group e ex-CEO do Citigroup, Vikram Pandit, disse acreditar que todas as grandes instituições financeiras irão considerar a negociação de criptomoedas dentro de um a três anos.

Projetos brasileiros usam cripto para impulsionar energia renovável

O setor de criptoativos vem ganhando força também no setor de energia. Em linha com os temas debatidos na COP26, o Mercado Bitcoin anunciou ontem que irá comercializar tokens lastreados em fontes de energia renovável.

Em nota, a corretora afirma que o projeto começará com dois tokens a serem lançados em janeiro de 2022 que oferecerão rendimento pela geração distribuída da energia solar. Na sequência, outro ativo colocado à venda terá lastro em certificado que registra o consumo de eletricidade a partir de fontes renováveis.

A empresa se junta à Light DeFi, uma iniciativa lançada há três meses que utiliza as finanças descentralizadas (DeFi) para financiar projetos de geração de energia renovável. Os valores levantados com mais de 20 mil usuários serão usados agora para a compra de um terreno de 17 hectares no Ceará para a construção de uma usina fotovoltaica.

A expectativa é que o projeto saia da planta no primeiro trimestre de 2022 e gere, inicialmente, 2.5 MegaWatts de energia, aproximadamente 1300 casas.

De acordo com Rocelo Lopes, especialista em blockchain e advisor da Light DeFi,  o setor de energia sustentável começou a perceber a blockchain como forma de assegurar transparência aos processos e reforçar seus compromissos para o aumento da geração de energias sustentáveis e a consequente redução de emissão de poluentes.

Transfero adquire cBRL e firma BRZ como maior stablecoin pareada ao real

A Transfero anuncia nesta quarta a compra do CryptoBRL (CBRL), stablecoin pareada ao real, e reforça a posição do Brazilian Digital Token (BRZ) como maior moeda digital que tem paridade com a moeda brasileira.

Criado no começo de 2020 por um grupo de empresas e exchanges, entre elas o marketplace BitPreço, o cBRL é uma stablecoin que roda na rede Ethereum e que passará a ser migrada para o BRZ, criado em 2019 e que recentemente foi integrada à Solana.

“Hoje existem mais de dez mil criptomoedas e tokens no mundo e boa parte deles não estão disponíveis diretamente ao usuário brasileiro. Nós criamos o BRZ para diminuir a fricção e dar mais acesso ao mercado global de criptoativos. A aquisição da cBRL visa a união da comunidade de criptoativos brasileira”, explica Thiago Cesar, CEO da Transfero.

O cBRL deixará de existir em 31 de dezembro de 2021, data limite que atuais detentores terão para migrar seu saldo para BRZ em uma proporção de um para um, por meio da BitPreço.

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Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas