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SÃO PAULO – Por ser a maior criptomoeda do mundo, o Bitcoin se torna o centro das atenções em dias de grande movimentação do mercado, como ocorre nesta quarta-feira (19). Porém, hoje a queda das moedas digitais é generalizada, com todos os 50 maiores criptoativos do mundo registrando perdas.
Dentro do top 10, todos os ativos digitais apresentam queda de dois dígitos nesta tarde, com exceção do Tether, que por ser uma stablecoin (ativo com lastro em uma outra moeda) não sofre volatilidade.
Às 13h30 (horário de Brasília), enquanto o Bitcoin recuava 10,9%, para US$ 38.614, o Ethereum tinha perdas de 18%, a US$ 2.786. Já a Binance Coin, que perdeu o posto de terceira maior moeda digital do mundo, registra queda de 25,6%, cotada a US$ 382,11.
O Dogecoin, ativo criado como uma piada baseada em um meme de um cachorro, recua 17% no mesmo horário, a US$ 0,3958. Nas últimas semanas, o Dogecoin tem ganhado destaque com altas acentuadas principalmente por conta do apoio do CEO da Tesla, Elon Musk.
Entre as 20 maiores criptomoedas, os piores desempenhos nesta tarde eram do Litecoin, caindo 31%, a US$ 213,99, além do Polkadot, que tem queda de 29%, para US$ 27,93.
Com essas perdas, o valor de mercado total das criptos chegou a cair mais de US$ 720 bilhões em cerca de 12 horas, batendo uma mínima de US$ 1,350 trilhão. No atual momento, porém, houve uma recuperação e agora o mercado vale cerca de US$ 1,690 trilhão, contra US$ 2,070 trilhões no fim da tarde de terça.
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Esse movimento generalizado também pesa para o fundo de índice (ETF) de criptomoedas Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11), da gestora Hashdex. No mesmo horário, ele tinha queda de 12%, cotado a R$ 40,10, após bater em R$ 37,06 na mínima do dia. Com isso, o ativo agora acumula perdas de 14,6% desde sua estreia na bolsa brasileira em 26 de abril.
Este fundo replica o Nasdaq Crypto Index (NCI), índice desenvolvido em conjunto pela Nasdaq e pela Hashdex e que é composto por seis criptomoedas: Bitcoin, Ethereum, Stellar, Litecoin, Bitcoin Cash e Chainlink.
Por ser uma cesta de criptoativos, o ETF consegue realizar uma diversificação dentro deste mercado e captar as nuances nos movimentos dos diferentes ativos. Porém, como a queda de hoje é generalizada, o impacto acaba sendo mais forte também.
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Outra opção de investimento no mundo das criptomoedas e que está apresentando uma queda menor nesta quarta são as ações da corretora Coinbase, que recuam 6,5% nesta tarde, cotadas a US$ 223,60.
Por ser uma empresa ligada às moedas digitais, a Coinbase acaba menos exposta a estes movimentos mais fortes dos ativos, seja numa queda como a de hoje, mas também em um rali. Seu negócio está mais ligado à negociação das moedas digitais e ao crescimento deste mercado como um todo.
Vale lembrar que os investidores também têm a opção de investir e criptomoedas via fundos, com alternativas de diferentes exposições a este mercado, que variam entre 20% e 100% (saiba mais aqui). Com isso, em momentos como a queda de hoje, as perdas acabam mitigadas em fundos com exposições menores.
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A queda de hoje
O movimento de queda teve início durante a madrugada e chegou a se acentuar durante a manhã após agências de notícias divulgarem que instituições financeiras e empresas de meios de pagamento da China não podem mais participar de quaisquer transações relacionadas a criptomoedas, nem devem fornecer serviços relacionados aos seus clientes.
O Banco do Povo da China (PBoC) emitiu um alerta, por meio de sua conta no aplicativo WeChat, sobre o alto nível de especulações das criptomoedas e proibiu instituições financeiras e de pagamentos de realizarem operações com essas divisas. Segundo o PBoC, moedas digitais não podem ser usadas como forma de pagamento porque não são moedas reais.
Apesar disso, especialistas ressaltam que operações com critpomoedas já não eram permitidas na China e que esta decisão foi apenas um reforço de posição do governo. Mesmo assim, a notícia se juntou ao cenário já negativo que tem afetado o mercado de criptoativos há pelo menos uma semana.
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Na semana passada, houve uma queda acentuada nos preços, principalmente do Bitcoin após o CEO da Tesla, Elon Musk, suspender a venda de carros da companhia com pagamento em bitcoins.
De qualquer forma, essa combinação de fatores, puxadas pela notícia envolvendo a China, também pesou no mercado de derivativos, com grandes quantidades de posições em aberto. Com investidores operando alavancados e com ordens automáticas de vendas – buscando evitar perdas muito acentuadas -, o início de uma derrocada cria um efeito cascata que aciona essas ordens e piora ainda mais a queda dos preços.
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