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Como está escrito nas estrelas, o assunto dominante ontem nos meios políticos foram os meios e modos de anistiar as contribuições empresariais irregulares de campanha – o caixa 2 e também agora o caixa 1 e outros caixas eleitorais e similares. O desafio é estabelecer uma diferença mais ou menos crível entre o que é propina e corrupção de simples ajuda eleitoral, mesmo que não registrada legalmente e de origem desconhecida.
A campanha teve mais dois “lobistas” públicos se manifestando nesta segunda feira, anda que de forma indireta: o presidente da Odebrecht, Emílio, que em depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, disse que o caixa 2 no Brasil existiu desde e sempre, ou seja, é “normal”ou “reinante”; e o ex-ministro da Justiça do governo Dilma, José Eduardo Cardoso, a mostrar que o movimento é mesmo suprapartidário, que disse o caixa 2 no Brasil é “cultural” e nem sempre é corrupção.
Nesta segunda-feira ainda, um grupo de parlamentares, ministros e até o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, para quem é preciso “desmitificar” o caixa 2, discutiu o tema casa de Rodrigo Maia.
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O nó é como fazer a mutreta para que não pareça descarado demais e não dê brechas para que a anistia seja contestada e anulada numa ação no STF. Ministros da Corte já dão sinais de que estão incomodados com essa possibilidade. Marco Aurélio de Mello abordou o assunto com ironia no fim de semana. O ex-ministro do STF, Carlos Ayres, disse a “O Globo” que “caixa 2 é um atentado à Constituição, uma desfaçatez”.
Uma das saídas pode ser tentar colocar o “jabuti” na reforma eleitoral que está sendo discutida no parlamento, na qual se incluiria a volta do financiamento público das campanhas e então o perdão para o passado. Numa demonstração de que nem o Palácio do Planalto, o que é difícil de entender, está alheio a esta manobra, o presidente Temer se reunirá amanhã com líderes partidários e o ministro Gilmar Mendes para debater a reforma. Até agora Temer vinha afirmando que a reforma é uma atribuição do Congresso.
É o movimento “SOS política” – ou melhor, políticos.
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Enquanto isso, a “lista de Janot” continua pairando no ar, mais assustadora que os “fantasmas” que afastaram a família Temer do Palácio da Alvorada; o ministro Eliseu Padilha permanece mais ministro do que nunca; a agenda das reformas anda a “banho Maria” no Congresso (o projeto da terceirização, por exemplo, já ficou para a semana que vem) …
(Sobre o caixa 2 e o STF veja a entrevista do jurista Oscar Vilhena no “Na Real na TV)
Destaques dos
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jornais do dia
– “Governo prepara mudanças no incentivo à informática” (Valor)
– “Reforma da Previdência: Câmara já propôs 65 emendas” (Globo)
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– “Pedro Parente: ‘Venda de ativos da Petrobras é uma necessidade” (Globo)
- – “Disputa por aeroportos terá três empresas” (Globo/Folha)
- – “Concessão da BR 153, da Galvão, deve ser cassada” (Estado)
LEITURAS SUGERIDAS
1. Editorial – “Não existe caixa 2 do bem” (diz que é risível a teoria de que dinheiro não registrado merece anistia prévia, sem que haja qualquer cuidado de averiguar a origem dos recursos) – Globo
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2. Carlos Fernando dos Santos Lima e Diogo Castor de Matos – “Ouçam as vozes de Bucareste” (diz a verdade é simples: diante da iminente revelação pública de crimes de corrupção, muitos simplesmente esqueceram o medo da reação popular na esperança de salvarem ao menos sua própria liberdade) – Globo
3. Yoshiaki Nakano – “Políticas fiscal e monetária” (diz que crises financeiras são causadas por expansão excessiva do crédito seguida por processo de deslavancagem) – Valor
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