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O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) subiu 1,0% em maio, na comparação com abril, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Departamento do Trabalho americano.
Na comparação com abril de 2021, a alta foi de 8,6% (o pior resultado em 12 meses desde dezembro de 1981). Já o núcleo de inflação, que exclui alimentos e energia (cujos preços são mais voláteis), subiu 0,6% na comparação mensal e 6,0% na anual.
Os dados vieram bem acima do esperado pelo mercado, pois a estimativa era de uma alta de 0,7% na comparação mensal para a inflação e 0,5% para o núcleo, segundo o consenso Refinitiv. Na base anual, a projeção era 8,3% para o índice “cheio” e 5,9% para o núcleo.
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O aumento de preços nos EUA é o ponto principal de atenção dos mercados porque o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) está elevando as taxas de juros e cortando seu balanço patrimonial para tentar conter a escalada dos preços.
Após a divulgação do indicador, o rendimento de curto prazo dos títulos do Tesouro americano dispararam (para 2,908%, uma alta de 0,091 ponto percentual), e os índices futuros em Nova York se firmam no negativo (o Dow Jones futuro recua 0,85%; o S&P 500 futuro, 1,06%; e Nasdaq futuro, 1,48%).
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Alta generalizada
O resultado também ficou bastante acima da alta de 0,3% de abril, quando a inflação já havia surpreendido o mercado, o que pode elevar os temores dos investidores de que o Fed precisará subir a taxa de juros mais do que o previsto atualmente pelo mercado para combater a inflação.
O Departamento de Comércio dos EUA diz que o aumento de preços em maio foi generalizado, com os índices de moradia, gasolina e alimentação sendo os que mais contribuiram para a inflação. Os preços de energia subiram 3,9% no mês, após terem caído em abril, e gasolina ficou 4,1% mais cara. Comida subiu 1,2% e alimentação em casa, 1,4%.
“Embora quase todos os principais componentes tenham aumentado ao longo do mês, os maiores contribuintes foram os índices de moradia; passagens aéreas; carros e caminhões usados; e veículos novos”, afirma o Departamento de Comércio.
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Energia sobe 34% em 1 ano
A alta anual de 8,6% do CPI (nos 12 meses encerrados em maio) é a maior para o indicador desde dezembro de 1981. Já o núcleo da inflação (que exclui alimentos e energia) sobe um pouco menos (6,0%).
Dos preços mais voláteis, os da energia acumulam alta de 34,6% em 12 meses, o maior nível desde setembro de 2005, puxados por gasolina (+48,7%) e óleo combustível (+106,7%). Já a inflação de alimentos sobe 10,1% em um ano, e pela primeira vez desde março de 1981 alcançou o patamar de dois dígitos.
Longe do pico?
Para o economista Étore Sanchez, o CPI de maio mostra que a inflação nos EUA ainda não atingiu seu pico e deve continuar subindo. Ele diz que a surpresa mais proeminente foi a alta em 12 meses ter acelerado de 8,3% em abril para 8,6% — acima da projeção mais pessimista, que era de 8,5%. “A teoria de que a inflação já tinha atingido seu pico perde força”.
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Sanchez diz que a alta de preços foi concentrada em alimentos e energia, mas o efeito sob os núcleos também não foram desprezíveis. Ainda que o núcleo de inflação tenha desacelerado de 6,2% para 6,0% na base anual, a velocidade da queda foi inferior ao que boa parte do mercado esperava (pois a mediana das expectativas estava em 5,9%).