CPFL arremata transmissora CEEE-T em leilão de privatização com lance de R$ 2,67 bi, ágio de 57%

O lance representou um ágio de 57,13% em relação ao valor mínimo de R$ 1,7 bilhão

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A CPFL (CPFE3) adquiriu 66,08% do capital social da Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-T), do Rio Grande do Sul, em leilão de privatização ocorrido nesta sexta-feira (16) na B3.

O lance foi de R$ 2,67 bilhões, representando um ágio de 57,13% em relação ao valor mínimo de R$ 1,7 bilhão.

Os papéis CPFE3 fecharam em baixa de 1,41%, a R$ 26,55. Os altos prêmios pagos devem levantar preocupações em relação à Taxa Interna de Retorno (TIR) final e, consequentemente, pressionar os preços das ações até que a empresa divulgue detalhes sobre sua oferta, destaca o Credit Suisse que aponta que, como esperado, houve alta competição. Na máxima do dia, cabe destacar, os papéis subiram 1,75%.

A CPFL arrematou o ativo depois de uma disputa por viva-voz com dois concorrentes: a Energisa (ENGI11), que chegou a uma oferta de R$ 2,66 bilhões (ágio de 56,54%), e a MEZ Energia, que se classificou para a etapa, mas manteve seu lance inicial de R$ 2,035 bilhões (ágio de 19,76%).

Outras três companhias apresentaram propostas, mas não se classificaram para a etapa de viva-voz. Foram elas, a Infraestrutura e Energia (Cymi), que ofereceu R$ 1,958 bilhão (ágio de 15,25%), a Transmissão Paulista (TRPL4), com proposta de R$ 1,925 bilhão (ágio de 13,29%), e a CL RJ 004 Transmissora de Energia, com oferta de R$ 1,765 bilhão (ágio de 3,87%).

O resultado foi comemorado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que esteve em São Paulo acompanhando o leilão.

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“Para que consigamos ter um ambiente mais propício ao investimento privado, além de voltar nossas atenções para aquilo que é nossa responsabilidade, é importante reconhecer que o setor privado tem maior capacidade de eficiência na administração daquilo que talvez no passado tenha feito sentido. A operação com o ganho de eficiência próprio do setor privado vem em proveito de toda a sociedade, com melhores serviços, com menores preços, e esse ganho de eficiência reverte em melhores oportunidades de emprego”, disse ele.

A CEEE-T é responsável pela operação e manutenção de mais de 6 mil quilômetros (km) de linhas (5.900 km próprios) e mais de 15.700 estruturas de transmissão (quase 15.300 próprias) que cobrem todo o estado do Rio Grande do Sul, com um total de 69 subestações que somam potência instalada própria de 10.513 megavolt-ampères (MVA).

Em comunicado ao mercado, a CPFL destacou que, de aproximadamente 66,08% do capital social total da CEEE-T, a aquisição foi de aproximadamente 67,12% das ações ordinárias e de 0,72% das ações preferenciais atualmente detidas pela
Companhia Estadual de Energia Elétrica Participações – CEEE-Par.

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A CPFL Energia é responsável pela distribuição de energia em 77% do território do Rio Grande do Sul por meio da RGE.

A publicação do resultado definitivo do leilão está prevista para ocorrer até 17 de agosto de 2021. Nos termos do edital de licitação, após essa divulgação, a aquisição das ações deverá ser submetida à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e  ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a obtenção de todas as autorizações necessárias, destacou a empresa.

A homologação do resultado do leilão e a transferência da posse das ações estão previstas para ocorrer até 26 de agosto
de 2021, afirmou ainda.

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Este é o segundo braço do Grupo CEEE a se privatizado. Em março, a CEEE Distribuidora (CEEE-D) foi leiloada e adquirida pelo Grupo Equatorial Energia (EQTL3). Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que coordenou os estudos e a modelagem de privatização e de avaliação da empresa, a Companhia Estadual de Geração de Energia Elétrica (CEEE-G) também deve ser vendida. Neste momento, a CEEE-G encontra-se em fase de aprovação de estudos e o edital de venda deve ser publicado ainda neste semestre.

(com Agência Brasil)

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