Corretora TOV fez ao menos 143 operações com dados de pessoas mortas, diz revista

Além de operar com dados de pessoas mortas, a corretora, investigada pela Lava Jato, utilizou também CPFs de aprovados em concursos públicos, sem conhecimento dessas pessoas

Paula Barra

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SÃO PAULO – A corretora TOV, que fechou as portas no último dia 7 de janeiro a mando do Banco Central, registrou ao menos 143 contratos de venda de moeda estrangeira emitidos em nome de gente que constava no sistema de controle de óbitos do INSS, segundo documento do BC obtido pela revista Época

Além de operar com dados de pessoas mortas, a corretora – que está investigada na Operação Lava Jato – utilizou também CPFs de aprovados em concursos públicos para fazer transações financeiras, sem conhecimento dessas pessoas, de acordo com investigadores. O documento do BC cita, por exemplo, um grupo de pessoas nomeadas para trabalhar na rede de saúde do estado do Tocantins, cujo resultado oficial saiu em 2010, que teria realizado um volume de venda de moeda em espécie no valor de US$ 49,4 milhões entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013 e de outubro de 2014 e a janeiro de 2015. 

A maior parte das operações suspeitas realizadas pela corretora estão concentradas em contratos de câmbio de importação e transferência de dinheiro para o exterior feitas por pequenas empresas e sem tradição comercial de realizar tais movimentações. Segundo material do BC, dos 30 maiores clientes de remessas ao exterior, com pagamentos de US$ 647,5 milhões, 45% do volume total, 21 são microempresas com “enquadramento fiscal totalmente incompatível com os valores transacionados”. O documento do BC está sendo analisado pela Polícia Federal em Curitiba.. 

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