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A Genesis Global Holdco LLC, controladora da plataforma de criptomoedas Genesis Global Capital, entrou com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos na madrugada desta sexta-feira (20) depois de ser atingida por dois dos maiores colapsos da indústria em 2022.
A proteção contra falência é um dispositivo da lei americana similar à recuperação judicial no Brasil, e abre um período de reestruturação das finanças da empresa para evitar a decretação de falência. Outras empresas do mundo cripto, como FTX e Celsius, adotaram a mesma estratégia.
A empresa e e suas subsidiárias Genesis Asia Pacific Pte. Ltd e Genesis Global Capital, LLC entraram com três petições no tribunal de falências. Todas elas fazem parte do conglomerado cripto Digital Currency Group (DCG), que também é dono do CoinDesk e da gestora de ativos digitais Grayscale.
No documento, a Genesis Global Capital estima ter mais de 100.000 credores e entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões em passivos, bem como ativos de valor não especificado. As duas outras entidades estimaram seus ativos e passivos na faixa de US$ 100 milhões e US$ 500 milhões, respectivamente.
A Genesis deve mais de US$ 3,5 bilhões a seus 50 principais credores, entre os quais a exchange cripto Gemini, dos irmãos bilionários Winklevoss, que ficaram famosos por processar Mark Zuckerberg pelo roubo da ideia do Facebook.
A corretora também tem entre os credores a gigante comercial Cumberland, Mirana, MoonAlpha Finance e o New Finance Income Fund, da VanEck, de acordo com o pedido de falência.
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Essas empresas compreendem o negócio de empréstimos cripto da Genesis, que foi abalado no ano passado pelas implosões do hedge fund Three Arrows Capital e da exchange cripto FTX. As outras subsidiárias da Genesis envolvidas em trading, derivativos e custódia, bem como a Genesis Global Trading, não foram incluídas no pedido e continuam as operações, de acordo com um comunicado à imprensa.
A Genesis Global Capital diz esperar que, por meio do processo de reestruturação, sobre dinheiro para pagar os credores não garantidos – um grupo que pode ficar a ver navios em casos de falência.
Pouco depois que a FTX entrou em colapso, em novembro, a Genesis Global Capital foi forçada a suspender as retiradas de clientes, o que prejudicou usuários de um produto de rendimento oferecido pela exchange de criptomoedas Gemini.
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A Genesis estava lutando para levantar novo capital ou chegar a um acordo com os credores. Ela, juntamente com a controladora Digital Currency Group, estava sob pressão crescente para pagar US$ 900 milhões em depósitos bloqueados.
A falência “é um passo crucial para que possamos recuperar seus ativos”, twittou Cameron Winklevoss, da Gemini, logo após o anúncio do pedido da Genesis.
Na mesma sequência de tweets, o CEO da Gemini ameaçou processar o CEO do DCG, Barry Silbert, pelo pagamento do empréstimo. A mensagem vem depois que Winklevoss travou uma guerra no Twitter contra o DCG para recuperar o dinheiro travado de seus clientes.