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SÃO PAULO – Mantendo a magnitude do aperto monetário promovido em sua última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) optou na noite desta quarta-feira (10) por elevar em 0,75 ponto percentual a taxa Selic, levando-a ao patamar de 13,75% ao ano.
Em linha com as expectativas, a decisão – por 5 votos a 3 e sem viés – demonstra uma autoridade ainda preocupada com uma eventual deterioração do cenário inflacionário brasileiro, apesar de os últimos indicadores terem sinalizado redução no ritmo de alta dos preços.
A ata do último encontro do comitê, realizado nos dias 22 e 23 de julho e que contou com alta no juro básico da mesma magnitude, já dava claros sinais de uma nova elevação na taxa Selic dada a persistência do descompasso entre oferta e demanda na economia brasileira somada à tendência global de pressão inflacionária.
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Decisão esperada pelos analistas
Minimizando o recente arrefecimento dos preços, os analistas já vinham afirmando que a percepção de que o atual cenário ainda gera riscos de pressões inflacionárias – e que as mesmas podem se espalhar para a economia como um todo – deveria fazer com que o colegiado desse seqüência ao tom conservador das últimas reuniões.
“A manutenção do aperto monetário é importante para assegurar que a demanda desacelere a contento e para favorecer um movimento de queda nas expectativas de inflação, condições necessárias para que o BC interrompa a trajetória de alta dos juros”, avaliou a equipe do ABN-Amro Real.
Por sua vez, os analistas da Tendências Consultoria ressaltaram que o movimento de queda dos preços das commodities e a melhora da inflação corrente não alteram o cenário de que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de preços no País, ficará acima do centro da meta em 2009, o que justifica a elevação de 75 pontos-base.
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Opiniões divididas para as próximas reuniões
Mas se por um lado a magnitude do aumento desta quarta-feira era praticamente consenso entre os analistas, o mesmo não se pode dizer da decisão de outubro e do momento em que o ciclo de aperto no juro básico será interrompido pelo Copom.
Diante da perspectiva de menor crescimento para 2009, o Banco Schahin – que também apostou no aumento de 0,75 ponto percentual neste encontro – prevê gradativa diminuição do ritmo de aumento dos juros nas últimas reuniões deste ano, com a Selic encerrando 2008 em 14,50% ao ano.
Já o ABN Amro Real entende que ocorrerão apenas mais duas altas de 50 pontos-base no juro básico – uma em outubro e a última em dezembro – antes que o ciclo de elevação seja encerrado, deixando a taxa em 14,75% ao ano.
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Por fim, afirmando que é preciso que o Banco Central continue subindo a taxa de juros para promover uma desaceleração da demanda interna, a Tendências acredita que a Selic seja elevada até 15% ao ano, com o último ajuste ocorrendo em janeiro de 2009.
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