Ação da Copel (CPLE6) fecha em alta de 4,5% após governador reeleito do Paraná mudar tom sobre privatização

Ratinho Jr (PSD), sinalizou na última sexta que pode mudar sua opinião quanto à privatização da companhia de energia elétrica

Vitor Azevedo

Preços de energia elétrica puxaram altas do Grupo Habitação no mês
Preços de energia elétrica puxaram altas do Grupo Habitação no mês

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Enquanto as estatais federais despencaram na Bolsa, a paranaense Copel (CPLE6) teve suas ações preferenciais série B fechando com alta de 4,51%, a R$ 7,19, após o governador reeleito do estado em que atua, Ratinho Jr (PSD), sinalizar que pode mudar sua opinião quanto à privatização da companhia de energia elétrica.

Em evento de inauguração da fábrica de painéis solares Sengi Solar na última sexta-feira (21), Ratinho Jr afirmou que não tem planos de privatizar a estatal por enquanto, mas que pode rever sua posição em uma mudança de cenário, a “depender do cenário que for se desenhando”.

A Copel vem, recentemente, enfrentando certos problemas financeiros. No final do segundo trimestre, o endividamento bruto da estatal representava 61,6% do seu patrimônio líquido consolidado, ou R$ 12,9 bilhões. A dívida líquida da estatal era de R$ 9,02 bilhões, com um caixa de cerca de R$ 3,8 bilhões.

“Apesar de não haver pretensão de privatizar a companhia no curto prazo, Ratinho indicou uma mudança de postura ao aventar a possibilidade do evento caso ocorram eventuais mudanças na perspectiva, um avanço em relação a posicionamentos passados”, explica a Levante Investimentos, em seu morning call.

A casa de análise, contudo, fala que o evento não deve sair do papel no curto prazo – apesar de a Copel ter uma posição financeira limitada, o mais provável é que ela busque, novamente, o processo que realizou com a sua subsidiária SPE FDA – a enquadrando no Decreto Federal nº 9.271/2018.

“Tal decreto permite a renovação da concessão, a qual expira em 2024, por mais 30 anos, tendo como condição que tal subsidiária passe por um processo licitatório de privatização, com a Copel perdendo assim o controle do ativo e mantendo uma participação minoritária neste”, contextualizam os analistas.

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Sem dinheiro em caixa, a Copel deve voltar a usar este arranjo para contornar o seu problema financeiro, uma vez que ele permite contornar o problema.

No caso da UHE Foz do Areia, utilizada pela SPE FDA, a União estabeleceu, na última semana, um valor mínimo para a outorga de concessão de R$ 1,83 bilhão.

A desestatização da empresa será conduzida pelo Governo do Estado do Paraná. O regime de exploração da usina será alterado de “Serviço Público” para “Produção Independente de Energia (PIE)” e a empresa poderá negociar livremente a energia nos mercados regulado e livre.