Copel (CPLE6): banco vê fundamentos sólidos e elege ação como preferida no setor

BBI vê a companhia em um caminho claro para se tornar uma concessionária líder de “nova geração”

Felipe Moreira

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Correção (29/01/2025): Na versão original desta matéria, informamos que o Itaú BBA havia escrito o relatório. O banco correto é o Bradesco BBI.

O Bradesco BBI elegeu a ação da Copel (CPLE6) como sua preferida no setor elétrico, com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 13, o que representa um potencial de valorização de 37,6% em relação ao preço de fechamento da última segunda-feira (27) de R$ 9,45.

A equipe de análise do banco justifica a escolha com base em fundamentos sólidos e um caminho claro para se tornar uma concessionária líder de “nova geração”.

Na visão de analistas, além de ter cumprido a meta de disciplina na alocação de capital (ou seja, recente acordo de M&A com a Eletrobras) e contratado uma equipe de gestão de primeira linha, eles destacam dois importantes impulsionadores de crescimento/transformação que merecem atenção.

Medidores inteligentes

A Copel tem como meta instalar cerca de 1,7 milhões de medidores inteligentes até 25 de novembro, enquanto ainda expande suas redes de autocur. Segundo BBI, todas essas ações devem gerar opex (custos) mais baixo, mantendo a Copel na fronteira da eficiência do setor por mais tempo.

“Notavelmente, essas são todas as iniciativas que ouvimos a maioria das outras distribuidoras falar, mas, fazem menos sobre isso, pois estão focadas em múltiplas concessões que são em geral mais desafiadoras (por exemplo, em áreas de alto crescimento, mas também com maiores tendências de perdas/recebíveis de dívidas incobráveis)”, diz o banco em relatório.

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A Copel, por outro lado, tem que lidar com uma única concessão de menor risco e mais resiliente que tem a segunda menor tarifa do Brasil. Portanto, na avaliação do BBI, a Copel tem uma chance muito maior de sucesso em impulsionar a agenda de atualização tecnológica.

Máximo valor

O BBI pontua que a companhia elétrica busca extrair o máximo valor da base de consumidores de suas distribuidoras, desenvolvendo novas linhas de negócios conectadas a esse ativo inestimável representado por 5,2 milhões de consumidores no estado do Paraná, uma das regiões mais ricas do Brasil, com um PIB per capita de R$ 42,4 mil.

Por exemplo, isso poderia incluir a venda de serviços pelo aplicativo da Copel, como seguros ou mesmo “micro” crédito. Notavelmente, esse modelo de negócio não evoluiu muito no Brasil, embora algumas distribuidoras de energia continuem tentando.

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Essas fontes de receita “alternativas” ainda não são relevantes porque as distribuidoras, em geral, continuam crescendo sua infraestrutura em um ritmo rápido, portanto, focadas no ângulo de engenharia e regulamentação de seus negócios.

Em contraste, para a maioria das distribuidoras de energia, desenvolver um relacionamento comercial robusto com os consumidores é uma questão secundária. No entanto, à medida que o setor evolui, as discussões estão amadurecendo sobre a desagregação do serviço de “fio” das empresas (por exemplo, infraestrutura) do fornecimento de eletricidade em si.

Neste contexto, segundo BBI, como ao longo do tempo o crescimento da receita das distribuidoras deve desacelerar naturalmente, a importância de adicionar linhas de receita alternativas será maior, e a Copel parece já estar planejando com antecedência nesta área.

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Alavancagem e dividendos

O Itaú BBI prevê uma meta de Dívida Líquida/EBITDA de 3,5 vezes, com espaço para aumentar temporariamente para 4,0 vezes a 4,5 vezes em caso de movimentos de fusões e aquisições (M&A).

Para analistas, a meta de alavancagem provavelmente será definida com base em condições macroeconômicas normalizadas e deverá ser alcançada dentro de um período determinado (por exemplo, até o final de 2026, quando a revisão tarifária das distribuidoras entrar em vigor).

Ao assumir uma meta de 3,0 a 3,5 vezes de Dívida Líquida/EBITDA, o dividend yield da Copel seria de aproximadamente 8% para o final de 2025, 11% para o final de 2026 e 12% para 2027. Para referência, para o final de 2024, o banco projetou dividendos totais de R$ 2,2 bilhões, incluindo pagamentos ordinários (50% do lucro líquido) e dividendos extraordinários provenientes da venda de ativos.

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Lucro

O banco projeta um crescimento robusto dos lucros em 2026, com alta de 49% na base anual e em 2027, com alta de 45% na compração ano a ano, impulsionado pela revisão tarifária das distribuidoras em junho de 2026, levando a uma alta de 80% no EBITDA regulatório, e cortes de despesas operacionais do PMSO de 20%.