Publicidade
SÃO PAULO – Embora ainda tenha poucos representantes na bolsa, o setor petroquímico tem apresentado fortes taxas de crescimento nos últimos anos. o setor tem como seu principal representante na BM&F Bovespa a Braskem (BRKM5), companhia de resinas termoplásticas, como polietileno, polipropileno e PVC e com forte presença no mercado nacional e aumento de participação fora do País.
Vale lembrar que no mês de julho a empresa adquiriu ativos de prolipropileno da Dow Chemical consolidando a liderança da empresa nesse segmento nos Estados Unidos e ampliando a participação no continente europeu. Esta foi a segunda aquisição da empresa em território norte-americano – “o maior mercado de resinas do mundo” -, que permitirá a captura de sinergias de aproximadamente US$ 140 milhões em VPL (Valor Presente Líquido), disse a empresa na ocasião.
O presidente da Braskem, Carlos Fadigas, destaca que em 18 meses a companhia praticamente dobrou de tamanho. “E o mercado reconheceu isso, como vimos em nossas ações na bolsa”, disse Fadigas. Em 2009, ano de recuperação da bolsa brasileira, as ações PNA da Braskem subiram 153,7%, enquanto o índice de ações avançou 82,65%. Já em 2010, enquanto o benchmark ficou praticamente de lado – leve alta de 1,04% -, o papel BRKM5 subiu 44,6% e foi uma das maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa no ano.
Além disso, no primeiro semestre do ano a Braskem assumiu 100% da central petroquímica do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) que terá capacidade de produzir 1,1 milhão de tonelada de eteno a partir de 2017. O crescimento econômico do País deve estimular o uso de resinas termoplásicas, além da crescente demanda devido as obras de infraestrutura para viabilizar os eventos de Copa do Mundo e Olimpíadas, que acontecem em 2014 e 2016 no País.
Neste cenário, analistas apontam motivos para investir ou não nas ações do setor, que também é representado na bolsa brasileira pela Unipar (UNIP6), M&G Poliester (RHDS3), Elekeiroz (ELEK3) e GPC Participações (GPCP3). Esta última, por sinal, ganhou destaque pela forte valorização de seus ativos no últimos meses, sobretudo no pregão do dia 19 de julho, quando eles dispararam 131,25%, passando na época de R$ 0,80 para R$ 1,85, após aprovação de aumento de capital e desdobramento das ações. Atualmente, eles acumulam ganhos de 102,52% no ano – até o fechamento de sexta-feira (9).
1 – Comprar: aquisições
O setor petroquímico é promissor e tem bastante espaço para fusões e aquisições, a exemplo da própria Braskem, que vem avançando em competitividade, após aquisições e planos de internacionalização. “A empresa está bem posicionada no mercado interno e externo e capitalizada para fazer novas aquisições aqui e lá fora”, aponta diretor técnico da Geral Investimentos, Ivanor Torres.
Continua depois da publicidade
2 – Comprar: investimento em sustentabilidade
O uso de materiais orgânicos pelas empresas do setor petroquímico, que não poluem ou degradam o meio ambiente, são vistos pelo analista da corretora Amaril Franklin, Eduardo Machado, como positivos. “A tendência da sustentabilidade deixa a empresa no centro das atenções”, diz Machado.
3- Manter: desaceleração da economia
No entanto, o analista da SLW Corretora, Erick Hood, destaca que embora o setor petroquímico passe por um bom momento de crescimento desde o primeiro semestre do ano, é preciso estar atento aos sinais de desaceleração da economia e ao cenário externo conturbado, o que podem impactar diretamente a demanda pelos seus produtos.
4 – Comprar: preço do petróleo e consumo interno
As perspectivas das companhias estão atreladas ao preço do petróleo e ao consumo interno. Embora o cenário econômico externo seja preocupante, o fato das empresas negociarem commodities, permite as companhias “certa tranquilidade” no mercado interno, já que o preço do petróleo negociado no Brasil é controlado pelo governo, ou seja, não sofre com as oscilações das cotações no mercado internacional, conforme explica André Mello, analista sênior da TOV Corretora.
Continua depois da publicidade
5 – Manter: investidor posicionado
“O investidor deste setor está posicionado e não tem por que sair. Há também o desempenho positivo no médio e longo prazo acompanhando o desempenho da economia brasileira”, aponta Hood. O analista lembra que o setor petroquímico, embora tenha poucas empresas representadas na bolsa brasileira, tem grande importância para a economia, no qual o comportamento do PIB (Produto Interno Bruto) interfere diretamente.
6 – Manter: papel precificado
De acordo com Torres, no panorama das petroquímicas do País, a Braskem tem um comportamento diferenciado. Ele destaca que os papéis da companhia estiveram entre os que menos “sentiram” o primeiro movimento de queda da bolsa, chegando a ter um movimento diferenciado em relação ao restante do mercado. No entanto, por conta desse movimento, ele acredita que a ação BRKM5 já está “relativamente precificada”.
7 – Manter: benchmark melhor ou igual Ibovespa
Diante da posição ocupada pela Braskem no setor petroquímico no País, Mello destaca que o cenário não está ruim para essas companhias. Por conta disso, o analista da TOV, a empresa acredita que os papéis “podem ter um desempenho melhor ou igual ao Ibovespa”, benchmark da bolsa brasileira.
Continua depois da publicidade
8 – Comprar: parceria com a Petrobras
No caso da maior representante do setor, Torres destaca a parceria estratégica da companhia com a Petrobras (PETR3, PETR4), com a Petrobras Química detendo cerca de 20% das ações preferenciais da empresa, segundo informações da BM&F Bovespa. Segundo o diretor técnico, essa parceria permite uma tranqüilidade para a empresa com relação a aquisição de matéria-prima.
A nafta é a principal matéria-prima da cadeia petroquímica no Brasil e a Petrobras é praticamente a única produtora de nafta no Brasil.
9 – Manter: concorrência
Segundo Mello, o fato de empresas do setor, como a Braskem, que vem adquirindo algumas plantas de produção, aqui e lá fora, incentiva a concorrência. Isso permite que as empresas conquistem espaço e expansão no longo prazo.
Continua depois da publicidade
10 – Comprar: maior central petroquímica da América Latina
Especificamente falando da Braskem, Torres destaca que o fato da companhia ser a maior central petroquímica da América Latina e almejar assumir posições melhores em nível mundial, deixa a empresa, mesmo com a crise no mercado externo, preparada para assumir riscos e compromissos, fortalecendo todo o setor.