Conflito entre China e Vietnã? Além da Rússia, esta é a maior preocupação de bilionário

Aproximação entre China e Rússia preocupam, mas um outro grande fator de preocupação global é a reinvindicação de territórios da China pelo Vietnã

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O bilionário americano Wilbur Ross é bastante conhecido por “caçar pechinchas” e por reestruturar empresas falidas nos setores industriais, telecomunicações e têxtil. Ross, que possui uma fortuna avaliada em US$ 2,9 bilhões segundo a Forbes, chegou a ganhar destaque no Brasil em 2009 ao ser relacionado a uma forte alta das ações da Plascar (PLAS3) uma desconhecida fabricante de autopeças do interior paulista, em meio aos investimentos na companhia. 

Mas, em 2014, os seus olhos se voltam para a Ásia e para a Europa. Em entrevista ao Market Watch, o bilionário destacou que as suas principais preocupações são o aumento da influência da Rússia no cenário global e algo que ainda não estava no radar dos mercados. 

Ross ressalta a disputa entre o Vietnã e a China. O Vietnã está reinvindicando territórios no Mar do Sul da China, o que também tem atraído protesto das Filipinas e outros. As tensões têm aumentado desde que a China implantou uma plataforma de petróleo perto das ilhas Paracel, no início deste mês. O primeiro-ministro do Vietnã disse na última quinta-feira que o país está considerando uma ação legal contra a China. Para o bilionário, o conflito pode desestabilizar toda a região.

Enquanto isso, o acordo da Rússia com a Ucrânia no valor de US$ 400 bilhões nesta semana é outro fator de preocupação. “A Rússia já tem um monopólio na Europa, o que deixa muitos países vulneráveis”, ressaltou o bilionário.

A Rússia está em uma disputa diplomática com os líderes dos EUA e da Europa desde a anexação da Crimeia. Analistas temem que, com o enfraquecimento dos laços entre a Rússia e os EUA, os laços entre os russos e chineses podem se reforçar. 

Com relação ao início da redução de estímulos à economia pelo Federal Reserve, ou o chamado “tapering”, Ross afirmou que a autoridade monetária está “no caminho certo”. “Eu acho que [o programa] sobreviveu à sua utilização”, destacou. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.