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SÃO PAULO – O relatório Focus desta segunda-feira (10), o primeiro publicado após a já esperada manutenção do juro básico brasileiro na semana passada, mostrou a elevação das expectativas para a Selic ao fim de 2008, passando de 10,25% ao ano para 10,50% ao ano.
A aposta na manutenção do juro era praticamente unânime antes do encontro do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), encerrado em 5 de dezembro. Contudo, bastou o colegiado não mencionar a “pausa no processo de flexibilização da política monetária” na breve nota explicativa que acompanha o anúncio de sua decisão para o mercado elevar as projeções para a taxa Selic.
“A pesquisa mostrou que a preocupação do Banco Central com o forte ritmo de atividade econômica do país e a contínua pressão dos índices de preços deve se prolongar e resultar em um corte mais contido do juro no próximo ano”, foi a leitura da corretora Elite.
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Diferentes cenários, diferentes projeções
As incertezas que rondam o cenário para a inflação nos próximos meses levaram o banco Schahin a concluir que as diferentes percepções de cenário levam às diferentes perspectivas sobre a conduta do Copom em 2008.
Entre as hipóteses levantadas pelo banco, a tida como mais provável é a acomodação das perspectivas para a trajetória dos preços, mantendo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) abaixo da meta do próximo ano, o que traria margem para novos cortes na Selic ao longo de 2008.
Contudo, o Schahin não descarta um cenário mais conservador, com incertezas na trajetória da inflação remetendo em manutenção da Selic, nem mesmo um quadro mais pessimista, com intensificação dos riscos e novas altas do juro básico doméstico.
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Trajetória dos cortes
Embora o consenso antes da última reunião do Copom apontasse para a decisão tomada, de manutenção da Selic, analistas divergiam sobre a retomada do processo de flexibilização monetária.
A maior aposta era que novos cortes na Selic viriam no segundo semestre de 2008. Contudo, havia algumas apostas de que isto ocorresse no encontro de março. Com a alta das projeções para a taxa, agora em 10,5% ao ano ao final de 2008, as estimativas sobre quando virá a esperada mudança de postura do Copom também entra em discussão.
Por ora, a aposta do banco Schahin é que o Copom realizará dois cortes de 25 pontos-base na Selic nos encontros de janeiro e março do próximo ano, o que já deixaria a taxa no patamar atualmente projetado para o final de 2008. Ou seja, a partir de então, a política de manutenção do juro básico seria retomada.
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A revelação da Ata
Se o teor do comunicado do Copom já abriu a possibilidade de o período de manutenção do juro básico ser mais longo do que o anteriormente estimado, a ata da reunião do colegiado poderá por fim ou mesmo esquentar ainda mais as discussões sobre o tema.
O banco Schahin acredita que o documento trará mais elementos para que o mercado trace de forma mais adequada as expectativas para os próximos passos da autoridade monetária. “Provavelmente o BC irá intensificar os sinais de cautela, diante do aumento dos riscos no cenário atual em relação à reunião de outubro”, diz a instituição.
A equipe de analistas do banco ABN Amro corrobora a percepção de que o tom da ata poderá ser mais conservador. “A razão para isto deverá ser a clara deterioração do balanço de riscos inflacionários. No período entre as reuniões, vimos a divulgação de resultados mais fortes de atividade econômica em um ambiente de crescente percepção de que a economia estaria operando acima do seu potencial”.
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Os patamares recordes da utilização da capacidade industrial, o desemprego em patamar abaixo do estimado como taxa natural e pressão da demanda na dinâmica de inflação são os principais pontos que levam o ABN a apostar na predominância da cautela da minuta que será divulgada na próxima quinta-feira.
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