Publicidade
O JPMorgan atualizou as estimativas para as companhias aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), incorporando os resultados do primeiro trimestre de 2024 (1T24) e a curva mais recente do combustível de aviação.
Para analistas, a indústria aérea continua a mostrar tendências operacionais favoráveis, evidenciadas pelo aumento da capacidade enquanto os yields ainda estão próximos de níveis recordes.
Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos
Na frente macroeconômica, o combustível de aviação caiu 8,6% nos últimos três meses, mas, por outro lado, o real depreciou cerca de 7% durante esse período.
Em termos relativos, o JPMorgan disse gostar da Azul e reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), pois a ação está sendo negociada a 4,4 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda de 2024 (40% de desconto em relação ao histórico). O preço-alvo para dezembro de 2024 foi cortado de R$ 27 para R$ 24,50, mas ainda implica em um upside de 157%, já levando em conta a diluição de capital esperada e o desembolso adicional de caixa relacionado às suas obrigações de arrendamento.
Além disso, de acordo com o banco, a Azul tem uma posição relativamente melhor do ponto de vista competitivo para o mercado doméstico brasileiro, dada sua exposição a rotas subpenetradas e viajantes do setor industrial e do agronegócio.
Continua depois da publicidade
Por outro lado, o JPMorgan mantém classificação underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) na Gol devido ao seu processo de recuperação judicial nos EUA, e espera-se que tenha US$ 1,5 bilhão em dinheiro no (ante valor de mercado de US$ 85 milhões) como parte do seu financiamento de saída, implicando uma diluição significativa de capital. O banco não estabeleceu preço-alvo para GOLL4.
Por fim, o banco vê o recente anúncio de codeshare como positivo para as duas empresas aéreas, mas continua a ver uma potencial fusão e aquisição (M&A) como desafiadora.
Fusão de Gol e Azul faz sentido, mas deve impor desafios
Em meio às notícias sobre a fusão entre Gol e Azul, os analistas do banco acreditam que a consolidação no mercado de aviação brasileiro faria sentido, dado o baixo nível de sobreposição entre Azul e outras transportadoras e poderia apoiar níveis de rentabilidade mais saudáveis.
Continua depois da publicidade
Leia também
Gol e Azul: qual ação ganharia mais com uma eventual fusão?
No entanto, o processo de integração entre Gol e Azul pode enfrentar alguns desafios, como abordar a estrutura de controle da potencial nova companhia e gerenciar uma estrutura de financiamento combinada durante o processo de recuperação judicial da Gol nos EUA.
Continua depois da publicidade
O banco também aponta que a análise da agência antitruste (Cade) pode levar mais de um ano com base em transações passadas e provavelmente implicar em remédios. Além disso, ambas as empresas possuem uma composição de frota diversa, o que poderia tornar o processo de integração complexo – a Gol opera apenas Boeing 737s, enquanto a Azul tem 35% de sua frota composta por Airbus e 31% composta por Embraer.