Ventos contrários? Klabin e Suzano vão encontrar novo cenário de preço no 2º semestre

Analistas debatem as perspectivas para os preços de papel e celulose

Camille Bocanegra

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Com demanda enfraquecida e oferta crescente, os ventos contrários nos preços de celulose foram intensificados. De acordo com análise do Bradesco BBI, aumentos que foram propostos em pedidos de junho na China foram retirados. Ainda assim, na expectativa de analistas, um declínio acentuado parece pouco provável.

Na Europa, de acordo com o BBI, os preços se mantiveram estáveis no comparativo semanal. Para madeira dura, os preços na região se estabilizaram após semanas consecutivas de aumentos.

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“Olhando para o futuro, embora reconheçamos que atingimos o pico do ciclo, não esperamos ver uma deterioração acentuada nos preços da celulose nas principais regiões”, considera a análise.

O Research da XP projeta que a celulose deve apresentar melhor desempenho no segundo trimestre de 2024. Para companhias brasileiras, como Suzano (SUBZ3), Klabin (KLBN11) e Irani (RANI3), isso significa crescimento de receita.

“Nossas estimativas preliminares do término do segundo trimestre de 2024 indicam um desempenho de receita de +18% de trimestre a trimestre (T/T) para a Suzano, +12% de T/T para a Klabin e +10% de T/T para a Irani”, apontam os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, da XP.

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Ações de papel e celulose: tendências positivas

Além das mudanças da China, a análise da XP destaca que a desistência de aquisição da International Paper pela Suzano foi positiva tanto para o mercado quanto para a companhia.  

“Vemos isso como uma notícia positiva no curto prazo, pois reduz a incerteza relacionada a uma potencial sobreoferta e alivia as preocupações em relação ao aumento da alavancagem resultante do eventual deal (negócio)”, afirmaram.

Para as principais companhias do setor, os resultados do segundo trimestre devem refletir os preços mais altos apresentados até agora. O Itaú BBA destaca que há expectativa de aumento de 27% no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, em inglês) para a Suzano.

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De acordo com a análise, o resultado reflete alta de quase US$ 80 na tonelada nos preços de celulose. Assim, a tonelada atingiu aproximadamente US$ 700, segundo o BBA. O aumento do Ebitda deve ser similar para a Klabin. A projeção estima alta de 21%, apoiados por resultados da celulose com preços e volumes mais altos.