Como os analistas veem as ações do agronegócio? Bradesco BBI elege sua preferida

Em revisão para o setor, BBI aponta 3tentos como "top pick", enquanto tem SOJA3 e JALL3 como compra e é neutro para SLCE3 e SMTO3; já o BBA tem SLC como compra

Equipe InfoMoney

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Analistas de mercado revisitaram a cobertura para o setor de agronegócio, que recentemente passou por um “baque” na Bolsa com a recuperação judicial da Agrogalaxy (AGXY3).

O Bradesco BBI destacou a 3tentos (TTEN3) como a sua principal escolha (top pick) para posicionamento em um dos setores que o banco classifica entre os mais vibrantes do Brasil. A recomendação é de compra para as ações da 3tentos (R$ 18 por ação de preço-alvo), Boa Safra (SOJA3; R$ 20/ação) e Jalles Machado (JALL3; R$ 10/ação), enquanto possui recomendação neutra para SLC (SLCE3; R$ 22/ação) e São Martinho (SMTO3; R$ 32/ação).

A 3tentos é a principal recomendação do banco e com maior potencial de valorização em sua cobertura (o BBI estima uma taxa média de crescimento anual para o lucro líquido entre 2024-27 de 24%, 6 pontos percentuais, p.p., acima da média do setor), mais do que justificando o múltiplo de preço sobre lucro (P/L) esperado para 2025 de 11,1 vezes, 16% acima do setor.

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O ROIC (retorno sobre capital investido) também deve retornar a 17% até 2027, 3,5p.p. acima do setor, e isso antes que o atual ciclo de investimento amadureça totalmente, avalia o banco.

Já o P/L para 2025 normalizado de 6,3 vezes da Boa Safra a torna a ação mais barata do setor (34% de desconto), embora as oportunidades de crescimento além disso permaneçam firmes, aponta o BBI.

“Acreditamos que volumes mais fracos do que o inicialmente esperado este ano já estão precificados (SOJA3 negociando a 8 vezes o múltiplo P/L para 2024 significa um desconto de 17% para o setor), e cumprir nossas expectativas de lucros deve ser um importante evento de redução de risco”, avalia o BBI.

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O banco projeta que a Jalles, por sua vez, entregará um CAGR (taxa média de crescimento anual ponderado) para o EBIT (lucro antes de juros e impostos) entre 2025-28 de 7% à medida que o retorno dos investimentos amadurecem, traduzindo-se em um desconto de 29% para a São Martinho com base nos múltiplos finais do ano fiscal de 2028. O BBI vê um retorno atraente à medida que os múltiplos se contraem, o que também deve ser ajudado pelos preços elevados do açúcar e pelo aumento do mix de produção.

Já a recomendação neutra para as ações da SLC e São Martinho, avalia o BBI, não têm a ver com a qualidade das empresas, mas sim com a falta de gatilhos no curto prazo.

Os analistas veem que ambas as empresas oferecendo rendimentos de FCFE (fluxo de caixa do acionista) de um dígito alto no próximo ano fiscal, o que deve limitar o potencial de queda, mas não necessariamente se traduzir ainda em uma proposta de valor mais forte.

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O Itaú BBA, por sua vez, atualizou as suas estimativas para a SLC reforçando recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 25 para 2025 (ante R$ 24 para 2024).

Conforme destacam os analistas do banco, a empresa planeja aumentar a área plantada de algodão, soja e milho, resultando em uma previsão consolidada revisada para cima em 7%. Apesar de um ajuste para baixo nos preços de soja e algodão, a SLC continua a ser vista como uma oportunidade de investimento valiosa no agronegócio brasileiro, devido à sua posição como o produtor de menor custo no setor.

“O rendimento de FCFE projetado para 2025 é de 8,5%, o que pode não gerar entusiasmo imediato, mas apresenta uma assimetria positiva a longo prazo”, aponta o BBA.

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“Ainda consideramos a SLC como um ativo valioso para capitalizar sobre a crescente tendência estrutural do agronegócio no Brasil, já que a empresa é a operadora líder em seu segmento”, conclui o banco.