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O episódio 223 do GainCast reuniu 25 traders, que debateram o momento atual do mercado. Além disso, debateram sobre automação e copy trade, controle emocional e resiliência, crescimento pessoal e técnico. O especial foi apresentado por Roberto Indech, head de Relações Institucionais de Renda Variável da XP, e André Moraes, analista de investimentos e sócio da XP. Confira a seguir os principais trechos:
- Guilherme Cardoso lembra que o mercado é feito de altos e baixos. “E o ser humano também é cheio de altos e baixos em suas emoções”, diz. “Mas o grande lance do trading é que independente de como esteja a economia, temos capacidade de especular e fazer grana nas duas pontas, tanto na alta como na baixa. O que vai lhe fazer performar melhor é ter a propriedade do método, aquilo que faz sentido para o trader operar”, acrescenta.
- Mauro Botto vê o mercado entre 80 e 90% dos dias lateralizado. “Opera-se com alvos mais curtos. Não dá para ter alvos muito longos. É vantajoso operar o Price Action (análise gráfica) com índice lateral. Mas tem que saber o que está fazendo”, ressalta.
- Bruno Marques comenta que é preciso ajustar as expectativas. “Mas qual o tempo certo? Cada um tem seu tempo certo. Tem gente que tem mais facilidade. Tem gente com mais tempo de estudar. Cada um tem sua realidade. Dá para viver de trade, mas é uma profissão de alta performance”, afirma.
Dólar e o Brasil
- Milson Junior, o Jukira, aponta cenário positivo para o trade que opera com dólar. “O fluxo fica muito bom por conta da volatilidade. E nós, que fazemos leitura de fluxo, buscamos alguém comprando, um vendendo e um ficando mal posicionado. Assim, é muito mais fácil atuar no mercado com esse tipo de situação”, explica.
- José Mograbi vê um “combo nefasto” no momento. “A gente tem várias coisas que apontam para o mesmo lado. Tem o dólar para cima, os juros para cima, inflação para cima e, por enquanto, ainda tem um crescimento que vai durar pouco tempo. Isso complica para quem opera mais longo, em position trade”, afirma.
- Wall G Trader aponta preocupação, especialmente, em relação às sete maiores da bolsa, como Vale, Petrobras e bancos, que juntas representam 47% do Ibovespa.
- Rodrigo Cohen diz ser um “eterno otimista”. “Espero que a bolsa volte a subir, crescer. Assim, mais gente vai poder entrar na bolsa. Sou da época que a bolsa tinha 500 mil CPFs e depois cresceu, chegou a 5 milhões de CPFs. A gente ouve que 35 milhões de pessoas investem em criptomoedas no Brasil. É legal pensar nisso”, diz.
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Automação e copy trade
- Matheus Cavalcanti destaca o potencial do copy trade como uma ferramenta para validar resultados no mercado financeiro. “A tendência é que o copy cresça cada vez mais, porque é uma forma de provar o resultado, diferente de muitos que vendem ilusão e não comprovam seus números”, afirma. Para Matheus, o copy trade tem sido um dos maiores acertos de sua trajetória, e ele planeja investir ainda mais na área.
- Márcio Kieling, no entanto, reconhece a pressão e a responsabilidade que o copy trade impõe. “Eu não opero no copy da mesma maneira que opero na minha conta, porque no copy tenho a responsabilidade de saber que, do outro lado, existem pessoas com sonhos e metas”, explica. Ele também destaca o valor da educação e do planejamento no trade, mencionando que pretende obter o CNPI (Certificação Nacional do Profissional de Investimento) em 2025 para ter mais credibilidade no mercado.
- Cleiton Oliveira diz que os robôs de abertura do pregão têm sido a chave para seus melhores resultados no mercado financeiro. “Tendência é nossa amiga, mas está difícil essa amiga aparecer no mercado. O mercado está muito lateral”, lamenta, no entanto, o andamento do mercado hoje. Ele explica que diversificar com uma carteira de robôs facilita a consistência, mesmo em condições desafiadoras.
- Danilo Leandro, que também opera trade com automação, diz que o mercado a todo momento se molda pelas dificuldades. “A gente tem que se adaptar”, afirma. “A vantagem que vejo operando robô é que quando se faz uma análise quantitativa, devemos criar uma carteira em que ela vai estar preparada tanto para uma força (de mercado) direcional quanto para esse momento indeciso”, diz.
- Marcelo Carvalho opera com automação desde 2017. Ele destaca que “o robô só executa uma estratégia que o criador colocou por trás dele”. E alerta que muitas estratégias funcionam bem em backtests (testagem de modelo), mas falham na prática devido a inconsistências, como alvos curtos e stops desproporcionais. “Muita gente desliga o robô no loss e perde o momento da recuperação. É preciso deixar o robô operar sozinho para alcançar consistência”, aconselha.
- Maxwell Silva diz que o ano foi marcante, especialmente pela adoção por ele da metodologia de Richard Wyckoff como sua “religião” no trading. “Foi o ano em que Wyckoff dominou. Eu criei o livro que chamo de ‘Bíblia do Day Trade’ e fundei a marca Wyckoff Salva-Vidas, mostrando que essa metodologia muda o jogo”, afirma. Ele diz também ter enfrentado grandes desafios com o copy trade, descrevendo a experiência como extremamente pesada. “Operar sabendo que outras pessoas dependem de cada clique meu foi muito difícil”, relata.
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Controle emocional e resiliência no trading
- Aryane Oliveira considerou 2024 um ano de grande crescimento pessoal e profissional. Ela frisa o equilíbrio necessário para gerenciar tantas responsabilidades e elogia a democracia do mercado financeiro. “Na hora que eu estou clicando, o mercado não sabe se sou homem ou mulher, se tenho 20 ou 60 anos. Isso é o maravilhoso no mercado”, afirma.
- Nelson Lee destaca a relação entre comportamento humano e sucesso no mercado financeiro, apontando que os padrões do dia a dia se refletem diretamente no trade. Ele ressalta a importância de alinhar expectativas à preparação, afirmando: “A fórmula da frustração é se ter sonhos, mas sem ter as ferramentas, sem estar preparado para que isso aconteça.” Para Nelson, o mercado exige estudo, prática e clareza sobre onde se quer chegar, além da busca por mentores e treinadores que auxiliem no desenvolvimento de alta performance.
- Rafael Perretti aponta a importância do autoconhecimento e da adaptação no mercado financeiro. “Quando se tem um sistema bem definido e clareza, consegue se adaptar ao mercado”, afirma. Ele também compartilhou um ensinamento de seu pai, trader desde o pregão: “Cansei de perder dinheiro quando estava com a cabeça cheia. Em dias assim, talvez seja melhor não operar.” Para Perretti, o autoconhecimento é fundamental para evitar decisões impulsivas e manter a consistência.
- Guilherme Muniz, pelo seu lado, aponta que trabalha na construção de valores e na identificação de gatilhos emocionais que impactam o desempenho. “Tem cara que está há seis anos na bolsa patinando. O cara que está começando do zero, ele deve começar a pegar as causas e efeitos dentro para fazer um operacional sustentável”, afirma. Para o trader, o processo é personalizado, respeitando as histórias e desafios únicos de cada um, o que resulta em avanços mais consistentes e duradouros ao longo do tempo.
- Ariane Campolim destacou 2024 como um ano desafiador, mas repleto de aprendizados sobre controle emocional e resiliência no trading. “O trade era o que menos me estressou esse ano, porque nele tem o seu plano e se executa ele”, explica. Apesar de alguns dias sem operar devido à construção de sua casa onde enfrentou alguns problemas de prazo, ela aprendeu a manter a calma e enxergar oportunidades.
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Educação e adaptação no mercado
- Felippe Aranha destaca que o day trade é um desafio diário. “Para quem opera day trade, é pedreira todo dia. Mas oportunidade na bolsa tem todo dia, e a possibilidade de correr risco e de se machucar também”, afirma. Ele reforçou que a estabilidade no day trade exige educação e aprendizado constante, essenciais para aproveitar as chances que o mercado oferece. “A chave é a educação, bastante tempo de tela e experiência”, acrescenta.
- Altino Júnior ressalta os desafios de 2024, marcados pela perda de correlações no mercado financeiro e a necessidade de adaptação. “O mercado perdeu muito a correlação. Antes, era muita mais direta entre os ativos, como Ibovespa, índice e mercado americano, juros, dólar e índice. Foi um ano bem desafiador”, explica. Além disso, Altino expõe a importância de conscientizar traders sobre alavancagem e gestão de risco, afirmando que é essencial que analistas, copy traders ou qualquer profissional do mercado trabalhe para promover esse esclarecimento.
- Tatiane Nomalismo pontua como sua trajetória no mercado financeiro exigiu adaptação e disciplina. “Eu usava estrutura de hotel, 4G, e lembro de ouvir que não se deve operar sem wi-fi ou computador, mas fui me adaptando”, conta. Operando durante viagens de moto pelo Brasil, ela migrou para um motorhome, onde conseguiu mais estrutura. Para ela, a disciplina no day trade é comparável às artes marciais. “É uma constância, se faz aquilo todos os dias para alcançar a excelência” conclui.
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Crescimento pessoal e técnico
- William Marques vê no trading que o foco deve estar no risco-retorno, não na pontuação. “Pra mim, não importa quantos pontos o mercado andou, mas sim arriscar 1% para ganhar 3%, 4%, 5%”, afirma. Ele ressalta a importância de saber quando não operar, especialmente em momentos de impulso. “O mais difícil é resistir ao calor do momento, como ver o mercado disparar e não entrar em um trade ruim só para compensar”, explica. Para Willian, controlar riscos e saber quando agir são as chaves para se destacar no mercado financeiro no longo prazo.
- Felipe Arakaki diz da importância dos ciclos do mercado como aprendizado. “Os ciclos ajudam muito a gente a se alinhar. Nas épocas que se assemelham com alguma situação, a gente lembra: foi assim que agi, é dali extrai valor”. Ele também pontua que certas lições não são ensináveis. “Posso te ensinar uma técnica, mas tem coisas que se precisa aprender consigo, e isso vai te engrandecer de alguma forma”, reflete. Para Felipe, o gerenciamento e a reflexão sobre experiências passadas são essenciais para o crescimento no mercado.
- Murilo Abdala relata sua transição do futebol e da música para o mercado financeiro, iniciada durante a pandemia, quando encontrou no trading uma nova paixão. “Em um ano, estou indo muito bem, e quero dizer para quem está assistindo que é possível sim viver do trade”, afirma. Ele atribui grande parte do seu sucesso ao gerenciamento, habilidade que trouxe do pôquer, aplicando conceitos como aceitar perdas, ajustar posições e atacar nos momentos certos. “Acredito que viver de trade é sobre aceitar a perda e ter gerenciamento acima de tudo, principalmente para quem busca resultados consistentes a longo prazo”, explica.
- Renan Rossa reflete sobre os desafios e aprendizados do ano, destacando que foi um período de adaptação a condições de mercado que não eram as suas preferidas. “Eu gosto de mercado direcional e de operar o que chamo de alta probabilidade, com uma taxa muito pequena de stop, mas o mercado não deu tantas oportunidades nesse sentido”, explica. Ele argumenta que o segredo no mercado é saber lidar com as perdas. “Quem vence no mercado não é o cara que ganha mais do que perde, é o cara que sabe perder menos do que ele é capaz de ganhar”, afirma. Para Renan, esses desafios foram valiosos, ajudando a criar experiência e a se preparar melhor para as mudanças do mercado.
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