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Em relatório publicado nesta semana, o time do Itaú BBA afirmou estar overweight (acima da média do mercado, equivalente à compra) com diversas ações brasileiras do setor de commodities. As visões mais positivas, para os analistas do banco, estão, principalmente, para as empresas de petróleo e de celulose.
O time da instituição, encabeçado por Daniel Gewehr, menciona que o Brasil tem exposição maior aos produtos não manufaturados do que a maioria dos emergentes. Para fins de comparação, essas empresas atualmente respondem a 37,9% do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, enquanto a exposição do índice de mercados emergentes (EM) é de menos de 15%. Por sinal, as commodities “seguraram o Ibovespa no mês de abril” para não registrar uma queda tão forte (a baixa foi de “apenas” 1,7% no mês passado, com queda “amortecida” por conta da composição do índice, ressaltou a XP).
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Eles ponderam, porém, que tanto o petróleo quanto a celulose, apesar das altas recentes, se encontram em patamares mais baixos do que um ano atrás. No ano passado, a recuperação pós-pandemia e as taxas de juros menores impulsionaram o consumo desses produtos. No começo de 2024, no entanto, quedas das demandas passaram a ser percebidas, com as desacelerações das atividades econômicas.
Mais fraco, mas ainda forte
“As previsões de nossos analistas para os próximos anos apontam para tendências inferiores de spread de ROIC [retorno de capital investido, na sigla em inglês], indicando ciclicidade em seus negócios. Apesar disso, entendemos que as empresas brasileiras podem ter vantagens competitivas sobre seus pares, principalmente no aspecto de custo”, diz o BBA.
No entanto, como já mencionado, as duas também ganharam certas visões positivas nos últimos meses.
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Para o petróleo, apesar da queda na base anual, a visão dos analistas é de que 2024 deve ser marcado por um leve desequilíbrio entre oferta e demanda, principalmente por conta do corte de produção da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo). “Os riscos geopolíticos também devem persistir até o final do ano, levando-nos a prever um prêmio de US$ 5 por barril no mercado, podendo chegar a US$ 20 se as infraestruturas na região forem afetadas ou se sanções forem impostas”, falam.
Já para a celulose, a demanda vem surpreendendo positivamente na Europa e na América do Norte, sendo que, do lado da oferta, há ainda paralisações e a crise no mar vermelho. O BBA enxerga a tonelada da celulosa hardwood em US$ 670. “Os produtores de celulose têm conseguido implementar sucessivas rodadas de aumentos de preços. Olhando para o futuro, continuamos a ver uma perspectiva positiva”, dizem os analistas.
Empresas bem posicionadas
Fora isso, o BBA enxerga, como já mencionado, as empresas brasileiras bem posicionadas. No caso da Petrobras (PETR4), por exemplo, apesar de ainda estarem neutros para o papel, os analistas mencionam que é esperado agora que a estatal entregue o melhor dividendo e fluxo de caixa de 2024 ). Já caso da Suzano (SUZB3), que tem recomendação de compra, diferenciais operacionais e momentum são a base do otimismo.
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Outras empresas, como BRF (BRFS3), São Martinho (SMTO3), PRIO (PRIO3) e Minerva (BEEF3) também são mencionadas. A primeira pelo fato de o seu Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) estar sendo revisado constantemente para cima e as outras pelos seus valuations estarem, aos olhos do banco, atrativos.
Por fim, para além do diferencial operacional das brasileiras, o time de analistas também expõe que as empresas de commodities podem ser boas opções para quem quer certa proteção à oscilação do câmbio. Recentemente o real – assim como outras moedas de países emergentes – vem se desvalorizando, com a perspectiva de juros mais altos por mais tempo nos EUA tirando capital do país.
O Itaú BBA só está um pouco mais pessimista para as empresas de mineração e siderurgia, antecipando uma relação oferta e demanda “desequilibrada”, com o mercado mais frouxo e novas capacidades entrando. O time, inclusive, tem atualmente recomendação de venda para os papéis da mineradora.
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“Acreditamos que esse mercado mais frouxo provavelmente levará a preços mais baixos do minério de ferro, que agora prevemos uma média de US$ 110 por tonelada em 2024, uma queda de US$ 10 em relação às médias de 2022 e 2023. Na frente do aço, continuamos a ver uma perspectiva desafiadora para os fabricantes brasileiros de aço pela demanda lenta e por um nível mais alto de importações”, dizem.
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