Com taxação do aço, Trump atende região dos EUA de forte apelo político, diz analista

O centro-oeste ou meio-oeste americano tem alta concentração de siderúrgicas e metalúrgicas, além dos chamados estados-chaves da eleição

Augusto Diniz

Conteúdo XP

Publicidade

A tarifa de importação ao aço e alumínio de 25% imposta pelos Estados Unidos, que atinge o Brasil, é muito mais do que uma ação de caráter econômico. Ele pode estar atendendo interesses políticos do presidente Donald Trump.

Rachel de Sá, estrategista de investimento da XP, comandou o programa Morning Call da XP nesta terça (11) e explicou que a medida de Trump beneficia a região centro-oeste ou meio-oeste americana, onde se concentra o cinturão do aço dos EUA e se localizam siderúrgicas e metalúrgicas.

Lado político

“Há um lado político de toda essa negociação. A região considerada cinturão do aço nos Estados Unidos é de grande apelo político a todos os políticos americanos. Por conta disso, a discussão sobre a indústria pesada nos Estados Unidos tende a ganhar bastante relevância”, ressalta ela.

Continua depois da publicidade

Dos estados que compõem o cinturão do aço americano na região centro-oeste, três fazem parte do chamados estados-chave ou estado-pêndulo nos Estados Unidos, que costumam decidir a eleição naquele país pela imprevisibilidade de seus eleitores no pleito. Estes estados são: Michigan, Pensilvânia e Wisconsin.

Estados-chave

Na última eleição, Donald Trump venceu nesses três estados-chave (além dos outros quatro que compõe o grupo de estados-pêndulo). O movimento do republicano de tarifação de importação do aço e alumínio, portanto, pode ser visto também como um aceno político à região.

“Em 2018, já havia sido imposto uma tarifa”, lembra ela do primeiro período de Donald Trump na presidência. “A União Europeia respondeu com taxação”, complementa. Segundo ainda Rachel De Sá, isso acabou impactando o comércio entre os dois países.