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Mais uma vez, as expectativas para os resultados do setor de saúde se mantêm em suspenso aguardando a recuperação. Mais lenta do que o esperado para alguns nomes, a retomada do setor de saúde ainda não deve acontecer nesse trimestre. Ainda assim, há expectativas de bons números para Rede D’Or (RDOR3) e Hapvida (HAPV3).
Em resumo, analistas esperam que operadoras tentem melhorar seu medical loss ratio (MLR, na sigla em inglês, o índice que mede a sinistralidade médica) buscando tanto aumentos de preços quanto a redução na utilização. Os esforços para tanto têm sido acompanhados de perto e seguem como foco da revisão, inclusive de regulamentação, que o segmento enfrenta. Os hospitais tendem a apresentar números melhores, como já tem sido visto nos últimos trimestres, mas ainda devem lidar com pontos de pressão.
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O primeiro balanço do setor será divulgado nesta quinta-feira, 25, com os dados da Hypera (HYPE3). A companhia deve apresentar dados em linha com as orientações fornecidas (guidance, na sigla em inglês), de acordo com a XP.
Hypera – 25 de julho
Além dos dados dentro das expectativas do guidance, a XP considera que a Hypera deve apresentar diminuição das receitas líquidas na comparação anual. Isso se dá, em especial, pela base de comparação forte no 2T23. Em paralelo a isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) deve ser impactados por resultados financeiros, na visão do Research da corretora.
O Santander antecipa que a companhia ainda enfrenta um momentum de ganhos fracos e que tem base de comparação mais difícil tanto no crescimento. A dengue foi responsável, também, pelo impacto em produtos de maior margem. Mais uma vezes, os dados de um segundo trimestre poderão apresentar retração pelas temperaturas mais altas no período. A estimativa para o lucro líquido pelo Santander é de R$ 479 milhões enquanto a XP projeta ligeiramente menos, em R$ 460 milhões, próximo da expectativa do Itaú BBA.
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Odontoprev – 06 de agosto
A Odontoprev (ODPV3) deve trazer números neutros, na análise da XP. A expectativa é de aumento de receita líquida, em especial considerando adições de clientes corporativos e pequena-média empresas (PME). Isso se soma a alguns aumentos de ticket médio, de acordo com a corretora. O lucro líquido, que deve ficar em R$ 130 milhões, deve seguir se beneficiando do saldo de caixa da empresa, na visão dos analistas da XP. O BBA considera que a sinistralidade deve ficar por volta de 41,3% e a margem Ebitda ajustada em 27,8%.
Blau – 06 de agosto
A Blau (BLAU3) deve apresentar continuidade das tendências anteriores, com crescimento de receita e melhora sequencial de rentabilidade, acordo com o BBA. A XP considera que a companhia deve trazer resultados neutros e que as receitas devem aumentar com base nos esforços de vendas.
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O ponto negativo seria a margem Ebitda ajustada, que apresentaria queda na comparação anual pelo mix. Em uma base trimestral, o aumento das vendas devem ajudar na diluição de custos, com impacto de maiores despesas. O lucro líquido ajustado deve ficar em R$ 45 milhões e não deve ser comprometido por despesas financeiras líquidas.
Hapvida – 08 de agosto
A Hapvida deve ser destaque positivo de acordo com XP, BBA e Santander. A expectativa geral é que a companhia siga apresentando melhorias operacionais, com crescimento na receita líquida na comparação anual. O avanço seria motivado por aumentos de preços de planos de saúde em quase 2 dígitos.
Pelo lado negativo, a perda de 25 mil mesmo (versus 11 mil no 1T24) ainda assim garante uma base estável para a companhia, em comparação com o primeiro trimestre. Já a sinistralidade deve demonstrar melhoria na comparação anual, embora traga deterioração na comparação trimestral.
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“A margem EBITDA pode melhorar ano a ano, principalmente devido à redução da MLR, juntamente com um leve impulso dos ganhos em G&A, mesmo considerando as comparações difíceis das despesas com as reversões de provisões no 2T23”, considera a XP.
Para o Santander, o lucro líquido ajustado deve ficar em R$ 376 milhões, ante os R$ 507 milhões registrados no 1T24. A projeção da XP é mais otimista, em R$ 392 milhões enquanto o BBA estima R$ 256 milhões (sem ajustes).
Fleury – 08 de agosto
O otimismo também se estende aos dados que serão apresentados pelo Fleury (FLRY3). A rede de laboratórios devem trazer resultados positivos, com receitas líquidas aumentando ano a ano. Os ganhos devem ser apoiados por todas as chamadas “avenidas” da rede, com exceção da frente “Novos Elos” (ainda em estabelecimento). A XP estima que a margem Ebitda deve crescer também na comparação anual, em especial pela base mais franca do 2T23.
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A alavancagem financeira, por sua vez, não deve comprometer lucro líquido. As despesas líquidas devem consumir cerca de 20% do Ebitda da empresa, na análise da corretora, com lucro líquido de R$ 168 milhões. A projeção é idêntica no Santander, que considera que a receita deve acelerar e as margens se expandir no 2T24.
“Projetamos uma recuperação de crescimento no trimestre, ajudado por um melhor mix de receitas com rentabilidade mais elevada e sinergias da integração com Hermes Pardini, levando a uma expansão anual de 1,1 pp na margem Ebitda ajustada”, estima o BBA.
Oncoclínicas – 13 de agosto
Um dos pontos que deve marcar o balanço da Oncoclínicas (ONCO3) é justamente a estabilidade da dívida líquida em relação ao trimestre anterior, de acordo com o Santander. Além disso, a expectativa é de melhorias na geração de caixa, impulsionada pr uma dinâmica mais favorável na frente de contas a receber.
“No entanto, os pagamentos de built-to-suit (~R$80 milhões) e os juros das debêntures devem levar a geração de fluxo de caixa livre (FCF) para um território ligeiramente negativo. Esperamos que a provisão para desconsideração melhore ligeiramente em relação ao trimestre anterior e que o crescimento da receita líquida acelere para 16% ano a ano (contra 13% ano a ano no 1T24)”, afirma o banco.
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O BBA espera crescimento de 21% na receita no segundo trimestre, ajudando pelo aumento de preços. O Ebitda também deve crescer considerando reajustes de preços com certos pagadores e redução de despesas gerais e administrativas. Há projeção, ainda, de melhoria nas contas a receber, em especial com normalização de recebíveis da Unimed FERK e menor queima de caixa.
Rede D’Or – 14 de agosto
A Rede D’Or, assim como a Hapvida, deve trazer dados positivos no trimestre e se destacar dentre as companhias do setor. A expectativa é que as tendências de ganhos vistas no primeiro trimestre sigam por todo o ano de 2024.
“A expansão da receita e as melhorias operacionais podem impulsionar o lucro líquido ano a ano, mesmo considerando a pressão financeira causada pelo alto saldo de dívida líquida da empresa”, estima a XP.
Na frente composta tanto por segmentos de hospitais quanto oncologia, a companhia deve trazer expansão de capacidade de leitos, boa taxa de ocupação e crescimento de volume. O BBA também projeta uma melhora de rentabilidade. A XP é mesmo otimista em relação à taxa de ocupação, projetando leve queda. Ainda assim, a tendência é que as margens dos hospitais sigam com melhorias na comparação anual, respondendo às iniciativas de eficiência de custos e diluição de despesas. O Santander estima R$ 6,9 bilhões de receita líquida (+8% ano a ano).
Na divisão operadora representada pela SulAmérica), o banco projeta aumento de base de beneficiários e uma piora sequencial de 2,0 pp de sinistralidade. O Santander estima aumento de receita líquida em 11,3% na comparação anual, para R$ 7,3 milhões. O crescimento seria sustentado por aumento de preços e relação melhor de perdas consolidadas.