Com recomendação de compra à Magazine Luiza (MGLU3) e venda à Via (VIIA3), Goldman Sachs revisa varejistas e reduz preço-alvo

Mesmo com a diminuição das projeções dos preços das ações, banco destacou preferências por Mercado Livre, Assai, RD, Lojas Renner, Arezzo e Magazine Luiza

Equipe InfoMoney

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O Goldman Sachs revisou suas perspectivas para o setor varejista, em relatório a clientes, reduzindo o preço-alvo das ações das empresas de seu universo de cobertura do segmento.

Mesmo com a diminuição das projeções dos preços das ações, o Goldman Sachs apontou as suas preferidas do setor: Mercado Livre (MELI34), Assai (ASAI3), RD (RADL3), Lojas Renner (LREN3), Arezzo (ARZZ3) e Magazine Luiza (MGLU3).

Enquanto isso, as ações de Via (VIIA3) foram as únicas classificadas com a recomendação de venda.

O que levou o Goldman Sachs a reduzir o preço-alvo das varejistas?

Conforme o relatório assinado por Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini, o consumidor brasileiro tem sofrido uma pressão notável nos últimos seis meses – com aceleração da inflação, combinada com a redução e eventual eliminação do auxílio emergencial, além de uma alta taxa de desemprego.

“O enfraquecimento resultante na demanda subjacente foi mais notável para varejistas de bens duráveis, como Magazine Luiza e Via Varejo, que registraram uma forte desaceleração no crescimento acumulado de 2 anos, off e online no 3T21, e apontaram para uma expectativa de trimestres desafiadores à frente”, diz a análise.

No entanto, escreveu o banco, a desaceleração não foi isolada e também impactou segmentos mais defensivos, como cash & carry. Os principais varejistas de alimentos, como o Assai, apontaram uma queda entre marcas e categorias, já que os consumidores estão enfrentando uma forte inflação de alimentos.

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“A inflação de alimentos, energia elétrica (+21% no ano) e combustíveis (+49% em 2021) juntos respondem por grande parte da renda mensal”, reforça no documento os analistas. “Para as famílias de menor renda, acreditamos que o peso desses componentes está bem acima de 50% da renda mensal.”

Por isso, à medida que as pressões inflacionárias continuem em 2022, o Goldman Sachs acredita que a perspectiva de demanda seguirá sendo restringida, especialmente para famílias de baixa renda. E os varejistas estão mais expostos a elas.

Leia também: Ações de Magalu, Americanas e Via seguem em baixa no início de 2022

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Ômicron e vacinação

De acordo com o relatório, a rápida disseminação da ômicron não rendeu novas restrições severas ao comércio por parte dos governos estaduais, o que é uma boa notícia. Mas a nova variante do vírus que causa a covid-19, em comunhão com uma epidemia de influenza, pode causar impactos imediatos ao varejo ainda no primeiro trimestre.

O Goldman Sachs acredita que os consumidores podem optar mais uma vez por compras online. “Portanto, reconhecemos o risco de um vento contrário temporário nas vendas nas lojas no 1T22, mas também observamos que a base de comparação é relativamente pouco exigente devido ao fechamento de lojas implementado na maior parte do Brasil em março de 2021”, acrescentou.

Riscos políticos

Além das incertezas macroeconômicas, há o risco político, com eleições de 2022 batendo à porta. “Esperamos um ano dominado pela incerteza” na área política, dizem os analistas.

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“Embora não tenhamos uma visão sobre os resultados potenciais e as escolhas de políticas resultantes, avaliamos as ações em nossa cobertura para uma série de variáveis macro importantes, incluindo crescimento econômico, inflação, câmbio e taxas de juros”, explicam.

Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) têm preço-alvo alterado

“No contexto de maior volatilidade e percepção de risco, acreditamos que subsetores defensivos como alimentos e varejo de drogarias, ambos vinculados a perfis de demanda relativamente mais estáveis, podem continuar a superar os varejistas discricionários”, destacou o relatório.

E acrescentou: “Embora sejamos geralmente cautelosos com as perspectivas de curto prazo para gastos discricionários, vemos oportunidades para certas empresas desafiarem uma macro desafiadora, por meio de ganhos de ações e tendências seculares, como a mudança online do varejo”, diz a Goldman Sachs.

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Entre as empresas com recomendação de compra, o Goldman Sachs alterou o preço-alvo de Assaí (ASAI3), de R$ 25,00 para R$ 22,00; de Espaçolaser (ESPA3) de R$ 14,00 para R$ 12,00; de Lojas Renner (LREN3), de R$ 43,00 para R$ 37,00; de Magazine Luiza (MGLU3), de R$ 13,00 para R$ 12,00; de Mobly (MBLY3), de R$ 8,60 para R$ 7,40; e de Raia Drogasil (RADL3), de R$ 34,00 para R$ 33,00.

No grupo das empresas com recomendação neutra, o Goldman Sachs reduziu os valores de Americanas (AMER3), de R$ 39,00 para R$ 36,00; de GPA (PCAR3), de R$ 29,00 para R$ 25,00; do Grupo SBF (SBFG3), de R$ 33,00 para R$ 29,00.; e de Natura (NTCO3), de R$ 31,00 para R$ 27,00.

Por fim, o preço-alvo de Via (VIIA3), única com recomendação de venda, caiu de R$ 5,50 para R$ 4,70.

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