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SÃO PAULO – Após quebrar três sessões de desvalorizações, o Ibovespa terminou o último pregão da semana em alta de 0,74% aos 54.463 pontos, fechando a semana perto da estabilidade, com variação negativa de 0,09%. O mercado demonstrou apreensão com o avanço do partido de extrema esquerda da Grécia na disputa pela eleição presidencial, enquanto as potencias europeis se mostraram dividas em soluções para socorrer a região.
Além da agência de classificação de risco Standard & Poor’s ter aumentado a aversão ao risco do mercado com o corte do rating de cinco bancos da Espanha, a retração da atividade industrial do China em maio coloca mais pressão para a adoção de medidas estímulos econômicos pelo governo chinês.
Ibovespa deve se manter de lado
Com o cenário externo ainda conturbado, o analista Luiz Roberto Monteiro, da Renascença Corretora, acredita que é difícil projetar uma reação otimista do mercado para a próxima semana. “Embora os mais pessimistas apontem que o Ibovespa deve testar o patamar dos 50.000 pontos, acredito ser mais provável o índice de ações caminhe de lado durante a semana”, destaca o analista.
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A atenção dos investidores no período deve continuar no noticiário europeu, diante do clima de instabilidade na Grécia, que abre caminho para a saída do país do euro, enquanto os líderes da região lutam por um acordo conjunto para recuperar a economia do bloco, na opinião do economista-chefe da Concórdia, Flávio Combat.
Para Combat, a reunião dos líderes da União Europeia prevista para acontecer durante a semana pode apontar alguma posição, tendo como a principal discussão a emissão de eurobonds, com forte resistência da Alemanha, e a garantia de crédito para os bancos.
“O cenário atualmente é de uma Europa dividida entre a França e os países que precisam de dinheiro contra uma Alemanha que tem o dinheiro. Enquanto os países que precisam de ajuda esperam por uma ação coordenada, o governo alemão luta para que essas nações arrumem antes a casa, estabelecendo novas medidas de austeridade”, completou Luiz Monteiro.
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Reunião do Copom é destaque nagenda doméstica
Já no front doméstico, o mercado deve seguir atento principalmente à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima quarta-feira (30).
Para Combat, a dificuldade de crescimento econômico externo deve abrir espaço para o Banco Central adotar uma postura um pouco mais agressiva. Segundo o economista-chefe, o BC deve chegar a mais dois cortes de 0,5 pontos percentuais ainda este ano.
Por fim, embora a agenda econômica norte-americana possa trazer algum reflexo, o economista-chefe não acredita que o foco esteja mais nos EUA, uma vez que a preocupação maior era com o mercado de trabalho, mas eles estão trilhando um caminho para a recuperação, embora ainda “arrastada”.