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No último dia 23 de agosto, a BM&F BOVESPA completou 120 anos e partiu para a busca de cinco milhões de investidores até 2015. Em uma primeira impressão, parece ser uma meta quase impossível de ser atingida, mas, na nossa opinião, perfeitamente factível. A busca será principalmente por investidores das classes C e D que, segundo a publicação “Economia Brasileira em Perspectiva” do Ministério da Fazenda, continuarão em sua expansão.
Neste ano de 2010, o relatório mostra que a classe C já tem 103 milhões de brasileiros com renda, em sua somatória, maior que a dos participantes das classes A e B. Para 2014, ano da Copa do mundo no Brasil, a expectativa é que a classe C atinja 113 milhões, aumentando ainda mais seu potencial de consumo.
No que diz respeito ao ingresso na BM&F Bovespa, a classe C que poupa todos os meses (embora de maneira irregular), pode chegar a 14 milhões de investidores. Hoje em dia, as classes A e B participam nessa modalidade de investimento com 2,6% e a classe C com insignificantes 0,03%, números esses que guardam uma força latente e extraordinária de crescimento de aplicadores em bolsa de valores.
“Hoje, em relação à nossa |
Em meados de agosto deste ano, a BM&F Bovespa começou uma campanha publicitária de longo alcance para a divulgação do mercado de ações para esse público potencial de investidores. Hoje, em relação à nossa população de 193,304 milhões (IBGE, 2010), temos 598.352 investidores, o que é terrivelmente baixo se comparado a outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, para uma população de 310,023 milhões (U.S.Bureau of Census), temos 90 milhões de investidores.
Na República Popular da China (www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook), para uma população de 1,338 bilhão, temos 40 milhões de investidores. Já no Japão, para uma população de 126,8 milhões (www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook), temos 35 milhões de investidores. Note-se que as fontes referentes Às populações são as citadas, ao passo que os números de investidores foram obtidos em jornais e revistas de circulação nacional e também em alguns sites especializados.
Porque acreditamos nos 5 milhões de investidores até 2015
O ano de 2010 deu início no Brasil à década da infraestrutura, com o maior número de grandes obras dos últimos trinta anos. E, de hoje até 2015, uma quantia de meio trilhão de dólares deverá ser investida (PAC). Soma-se a isso o estudo do Consórcio Copa 2014 para o Ministério do Esporte, onde foi concluído que o Mundial de Futebol tem potencial para gerar investimentos de R$ 184 bilhões, distribuídos da seguinte forma: R$ 48 bilhões em investimentos diretos (infraestrutura, aumento de demanda por bens e serviços e gastos com turismo) e R$ 136 bilhões em investimentos indiretos (estímulo a toda e qualquer atividade econômica), e ainda com um reflexo positivo de 0,26% em média no PIB, entre 2010 e 2014, equivalendo a outros R$ 47 bilhões.
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Quando ocorrer o Mundial de Futebol, segundo projeções do FMI, o PIB do mundo será equivalente a US$ 89 trilhões, assim distribuídos: 49% em países ricos, ou seja, US$ 43,610 trilhões; e 51% em países pobres, ou seja, US$ 45,390 trilhões.
Dois anos depois, em 2016, iremos sediar no Rio de Janeiro os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, com um orçamento previsto no dossiê de candidatura de US$ 14,4 bilhões nominais, com investimentos em infraestrutura, serviços e ações governamentais, bem como US$ 11,6 bilhões da iniciativa privada (Revista Principios: Ricardo Leyser Gonçalves). O Ministério do Esporte encomendou à Fundação Instituto de Administração (FIA) estudos de impactos socioeconômicos referentes à realização desses megaeventos no Rio de Janeiro, cuja conclusão foi a de que os gastos públicos e privados adicionais produzirão efeitos multiplicadores amplos e diversificados em vários níveis.
Por fim, não podemos deixar de mencionar que, se a economia mundial sofrer nova recessão nos Estados Unidos e União Européia e na hipótese adicional de desaquecimento da economia chinesa, novamente sofreremos as conseqüências por estarmos inseridos mais do que nunca nesse mundo globalizado, adiando o sonho dos 5 milhões de investidores ativos na BM&F Bovespa para mais a frente. Mas, sejamos otimistas, pois, matematicamente, a probabilidade desses eventos ocorrerem simultaneamente é muito pequena, então VAMOS AOS CINCO MILHÕES!
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Decio Pecequilo é operador sênior da corretora TOV e escreve mensalmente na InfoMoney.
decio.pecequilo@infomoney.com.br