Coinbase registra saques de US$ 1,2 bilhão em Bitcoin e traders se preparam para volatilidade iminente

Segundo analistas, fluxo de saída da Coinbase representa adoção institucional persistente do BTC como ativo macroeconômico

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Embora o movimento de queda do Bitcoin (BTC) tenha alarmado traders de varejo que operam com alavancagem, as instituições focadas em investimento de longo prazo parecem estar tranquilas.

Segundo a casa de análise Glassnode, isso fica evidente ao verificar o fluxo de saída de moedas da Coinbase, exchange de criptomoedas listada na Nasdaq e a maior dos Estados Unidos.

Dados avaliados pela Glassnode mostram que um total de 31.130 bitcoins (US$ 1,2 bilhão) deixaram a exchange na última semana, o maior número semanal desde 2017.

“Fluxos de saída grandes como esse fazem parte de uma tendência consistente no balanço da Coinbase, que tem gradativamente caído nos últimos dois anos”, afirmou Glassnode em newsletter publicada ontem.

“Visto que é a exchange com maior saldo de BTC e a ferramenta preferida para empresas com sede nos EUA, essa movimentação confirma a adoção do Bitcoin como um ativo macroeconômico por grandes instituições.”

O fluxo da última semana levou o número de moedas mantidas na Coinbase ao menor nível dos últimos quatro anos, de 649.500 BTC. O saldo de todas as exchanges centralizadas caiu para 2.519.403 BTC, o menor número desde novembro de 2018.

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Essa queda indica que menos criptomoedas estão disponíveis para liquidação na Coinbase. Ou seja, a liquidez de venda está começando a secar, apontando abertura de espaço para uma subida acentuada. É importante lembrar que criptomoedas removidas de exchanges são, em geral, levadas para carteiras frias, desconectadas da Internet e basicamente inativas.

“Se observarmos o indicador Razão de Choque de Oferta Ilíquida (ISSR, na sigla em inglês), podemos ver um crescimento significativo nesta semana, o que sugere que essas moedas retiradas foram colocadas em uma carteira com pouco ou nenhum histórico de gastos”, afirmou a Glassnode.

Aumento da volatilidade

Segundo dados da ferramenta Skew, a volatilidade implícita de um mês do Bitcoin (ou seja, a expectativa dos investidores de turbulência no preço da criptomoeda para as próximas quatro semanas) subiu de 68% para 77% neste mês, em possível sinal de traders comprando opções que se beneficiam de mudanças bruscas no preço da criptomoeda.

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Ainda mais importante é a volatilidade implícita de três meses, que se recuperou e se manteve acima da volatilidade realizada retroativa, após performance fraca no começo deste mês.

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O crescimento na volatilidade implícita indica um aumento na demanda por opções, que funcionam como instrumentos de proteção. Uma opção de compra (call) dá ao comprador o direito, mas não a obrigação, de comprar o ativo subjacente (no caso o Bitcoin) a um preço predeterminado em uma data específica ou antes dela. Já uma opção de venda (put) representa o direito de vender um ativo sob as mesmas condições.

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Traders experientes usam essas opções para cobrir riscos de alta ou queda e, muitas vezes, compram ambas para capturar retornos de qualquer divulgação de dados macroeconômicos ou volatilidade.

A precificação das opções sugere que as compras têm se concentrado principalmente em opções de compra de longo prazo, de três meses a um ano. Acredita-se, portanto, que traders estejam se buscando proteção contra o risco de uma alta repentina de preço nesse período.

Até o fechamento da matéria, o Bitcoin era negociado a US$ 38.600, uma queda de 2% no dia.

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