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A temporada de balanços do segundo trimestre de 2022 (2T22) para as educacionais tem início na noite desta quinta-feira (11) com a divulgação dos resultados da Cogna (COGN3).
A XP espera que as empresas de educação apresentem resultados neutros no 2T22. Os analistas apontam que o segundo trimestre de cada ano costuma não ter muitas novidades para as empresas de ensino superior, dado que não há uma grande temporada de captação e, portanto, a maior parte da receita é gerada por uma base de alunos previamente existente.
“No entanto, o Covid-19 foi um grande problema até meados do 1T22 e, portanto, as aulas presenciais não voltaram totalmente até o 2T22. Consequentemente, devemos ver alguma pressão dos custos de docentes nos resultados do trimestre”, avalia o analista Rafael Barros.
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A alavancagem também terá um papel importante, pois as empresas possuem grandes dívidas em um cenário de altas taxas de juros. “No geral, esperamos resultados sem grandes novidades – o que não necessariamente consideramos uma má notícia”, destaca.
Os analistas do Bradesco BBI esperam resultados mistos no 2T22 para as empresas de educação de sua cobertura. Ânima (ANIM3), na avaliação do banco, deve ser o destaque positivo devido ao crescimento orgânico da receita e expansão da margem Ebitda (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre receita líquida) enquanto a Yduqs ([ativo=YDU3]) deve ser o destaque negativo em função das quedas de receita e margem.
O Itaú BBA espera um foco maior dos clientes em taxas de evasão do ensino superior, dado registro do primeiro trimestre com números fortes de captação motivados pelos descontos dados no campus. A rentabilidade em geral deve ser afetada por maiores custos sazonais de marketing e provisão para devedores (PDA). “Em K-12 [educação primária e secundária] antecipamos uma receita sazonal menor, com ACV [Valor de Contrato Anual] mais saudável resultando em estabilização das margens e melhora de alavancagem operacional”, apontam os analistas.
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Confira os destaques por empresa:
Cogna (COGN3)
A XP espera que a Cogna apresente resultados neutros no 2T22. A projeção é de uma queda da receita na comparação anual devido a (i) taxas de evasão e graduação da Kroton, parcialmente compensadas por uma leve recuperação nos tickets médios e (ii) venda das escolas da Saber.
“No comparativo trimestral, a sazonalidade tanto na receita da Vasta quanto no PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático) também deve causar queda na receita. Esperamos que a margem Ebitda ajustada aumente em uma base anual, à medida que a empresa colhe os frutos de seu processo de reestruturação”, avalia o analista. Barros espera ainda um prejuízo líquido ajustado de R$ 27 milhões dada a alta alavancagem da empresa, mas destaca que a mesma está focando em diversas frentes para reduzir o seu endividamento e o custo da dívida.
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O Bradesco BBI projeta resultados neutros/mistos em geral. A receita (ajustada para o acordo Saber, ou seja, venda de escolas K12 e aquisição do sistema de ensino Eleva) deve crescer 1% e margem Ebitda deve melhorar 1,3 ponto percentual (p.p.) na variação anual.
Os resultados da Kroton devem melhorar nas receitas com menor queda na variação anual (3,4% contra 5% no 1T22), mas a margem Ebitda deve cair 3,2 p.p. na variação anual, para 34,6% (devido a uma base de comparação mais dura em custos e aumento em SG&A – despesas com vendas, gerais e administrativas). Já a receita da Vasta deve crescer 42% na variação anual (ante 36% no 1T22), devido ao crescimento de 35% do ACV (valor de caixa que representa o montante igual ao custo de reposição menos a depreciação de uma propriedade) em 2022 e maior reconhecimento de receita (17% contra 15% no 2T21). A margem Ebitda da Vasta, na visão do BBI, deve manter a significativa recuperação do 1T22, melhorando 24 p.p. na variação anual para 7% em alavancagem operacional e controle de custos.
Já para o Itaú BBA, a Kroton deve trazer mais um trimestre de queda de volume e receita para o segmento presencial, enquanto o digital segue entregando forte crescimento.
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O consenso Refinitiv projeta um prejuízo de R$ 42,10 milhões, Ebitda de R$ 294,12 milhões e receita de R$ 1,155 bilhão no trimestre.
Yduqs (YDUQ3)
A XP espera que a Yduqs apresente resultados ligeiramente negativos no 2T22. Para o analista, a receita líquida deve ser impactada (i) pela alta evasão no presencial devido à maior participação de calouros na base de alunos e (ii) pela sazonalidade da evasão no digital nos segundos trimestres dos anos.
“Projetamos que a margem Ebitda ajustada seja impactada tanto na base trimestral quanto na base anual devido aos maiores custos e despesas associados ao retorno das atividades presenciais e à queda nas receitas. Esperamos um prejuízo líquido ajustado de R$ 17 milhões, impactado pela alavancagem financeira da empresa em um ambiente de altas taxas de juros”, avalia o analista.
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Para o Itaú BBA, a companhia deve reportar uma queda de receita de aproximadamente 1,6% na base anual, dada a performance mais fraca no formato presencial.
O BBI espera resultados negativos devido a quedas na receita líquida e na margem Ebitda. A receita líquida (ajustada por R$ 7 milhões de descontos não recorrentes no 2T21) deve cair 2% na variação anual, impulsionando a primeira metade do ano para crescer 3,5%. O fraco desempenho deve-se principalmente ao ticket, impulsionado por precificação na campanha de captação deste ano (pressionando ticket apenas nos primeiros seis meses).
O crescimento de matrículas em EAD – ensino à distância – também deve desacelerar, para 20% na variação anual, com queda mais forte na admissão (-35% no 2T22, levando o primeiro semestre a crescer 9%). A margem Ebitda deve cair 3 p.p. na variação anual (ante alta de 4 pontos no 1T22) em maiores custos com a retomada das aulas presenciais, maiores
despesas com marketing e alavancagem operacional negativa.
O consenso Refinitiv projeta um Ebitda de R$ 398 milhões e receita de R$ 1,2 bilhão no trimestre.
Ser Educacional (SEER3)
A XP espera que a Ser Educacional registre resultados ligeiramente positivos no 2T22, com aumento de receita em uma comparação anual devido a (i) bons números de captação do 1T22, (ii) bom desempenho de na temporada de rematrículas e (iii) aquisição da FAEL.
Em uma base trimestral, as receitas devem aumentar à medida que os programas de desconto se tornam menos relevantes. A margem Ebitda ajustada na base anual deve ser impactada pela maior participação das operações presenciais na receita e maiores despesas relacionadas aos projetos de crescimento da empresa. “Projetamos um lucro líquido ajustado de R$ 26 milhões, impactado pela alavancagem financeira da companhia”, avalia o analista da XP.
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O Itaú BBA prevê uma receita de R$ 437 milhões, pela base forte de estudantes na base anual e crescimento do ticket na comparação trimestral.
Mais destaques do trimestre
O Bradesco BBI espera bons resultados para Ânima, principalmente devido à contínua expansão da margem Ebitda (alta de 1,2 ponto na variação anual, para 29%) apesar de uma base de comparação mais difícil.
Os analistas preveem ligeira desaceleração no crescimento da receita (-1% na variação trimestral em um trimestre que cresce sazonalmente, por exemplo, +1% na variação trimestral no 2T19) devido a uma maior taxa de evasão (9%, contra 5,7% no 2T21, liderado pela Laureate).
No entanto, a receita orgânica ainda deve crescer na casa dos dois dígitos na variação anual (11,7% no 1T22), suportado pelo ticket e maturação da Medicina (por exemplo, 7,7% nas matrículas no 1T22).
“Apesar dos menores custos no 1T21 relacionados à pandemia, estimamos margem Ebitda melhorando 1,2 ponto na variação anual (3,5 pontos na variação anual no 1T22) devido a contínuos ganhos de eficiência em custos com pessoal e uma menor provisão para devedores duvidosos”, avalia o BBI.
Já o Itaú BBA destaca a Cruzeiro do Sul (CSED3), prevendo mais um trimestre de forte dinâmica de receita para a empresa, impulsionado por boas taxas de renovação após os volumes robustos de entrada do 1T22 e por um ticket saudável
dinâmica. “Projetamos receita líquida de R$ 537 milhões”, destaca o BBA.
Em termos de rentabilidade, os analistas do banco esperam que os os ganhos de eficiência com a redução da estrutura de professores compensem um aumento em despesas de marketing e PDA, levando a uma expansão de margem de 2,3 pontos percentuais na base anual, para 30,2%.
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