Cogna: XP eleva COGN3 para compra por reestruturação e alavancagem; ação salta 5,4%

Otimismo com o setor e maiores oportunidades no cenário macro são pilares da tese para Cogna

Camille Bocanegra

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Com cenário mais otimista para o setor e condições macroeconômicas mais favoráveis, a Cogna (COGN3) torna-se novamente um nome para apostar, de acordo com o research da XP. Os analistas da casa atualizaram as estimativas para o nome, elevaram o papel de neutro para compra e o preço alvo para fim de 2024 de R$ 3,90 para R$ 4,20. Com isso, no pregão desta terça-feira (5) os papéis subiram 5,43%, a R$ 2,72.

O relatório destaca que os papéis do setor apresentaram forte alta, que foi vista também nos papéis da Cogna nos últimos 12 meses, com avanço de mais de 30%. Contudo, a posterior queda brusca da companhia, que amarga recuo de 26% em 2024 (enquanto o restante do setor recuou 8%) não está conectada aos fundamentos, na visão da XP. A análise destaca que não vê alterações na tese que justifiquem o desempenho negativo da companhia, pelo contrário, considera que perspectivas de captação estão melhores para o primeiro semestre de 2024, assim como oportunidades de economia.

Somados aos aspectos macro, a equipe de análise destaca como pontos de mudança para a companhia a alavancagem melhor que o esperado nas estimativas anteriores e a avaliação para o papel considerada em linha com o setor. Além disso, a Cogna passou por processo de reestruturação, com redesenho do portfólio de marcas e foco na Kroton. A reestruturação é vista como bem sucedida, uma vez que seus efeitos foram observados nos últimos meses, em especial na lucratividade da Kroton.

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Ainda assim, de acordo com a XP, a companhia opera com utilização de capacidade inferior ao ideal, o que garante espaço para eficiências adicionais. E apresenta capacidade física acima do ideal e, na visão da corretora, há expectativa de redução sistemática do tamanho e de número de contratos de arrendamentos no futuro. Nos cálculos da XP, se houvesse uma redução de R$ 100 milhões nos pagamentos anuais de aluguel (cerca de 22% do total de pagamentos de aluguel), haveria impacto de R$ 852 milhões no valor do patrimônio. A estimativa é considerada conservadora mas a análise considera ser possível redução ainda maior nos pagamentos de aluguel, com impacto maior no patrimônio.

A alavancagem, anteriormente um dos pontos de atenção para a tese, não é mais um dos riscos para o nome.

“O endividamento não é tão preocupante. A alavancagem foi um dos principais pontos de atenção da tese, pois vimos a empresa com uma dívida líquida de 3,9x em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado no ano de 2023 Entretanto, os passivos de arrendamento podem estar superestimados e, portanto, a alavancagem pode ser menor do que pensávamos e a estrutura de capital pode ser uma preocupação menor”, considera a XP.

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Dentre as principais preocupações atuais para o nome, a regulação ainda se apresenta como um “vento contrário”, porque ainda não há definição sobre maior regramentos no ensino digital. Assim, a XP optou por reduzir as premissas de diluição de custos com docentes, reduzindo também a expansão da margem.