Publicidade
A Cogna (COGN3) apresentou seus resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) após o fechamento do pregão desta quarta-feira (7). A companhia de educação apresentou alta no lucro líquido ajustado, para R$ 50,5 milhões, uma alta de 359% frente o 2T23 (ante os R$ 11 milhões reportados no 2T23). A receita líquida apresentou crescimento de 4%, em R$ 1,441 bilhão ante o 2T23.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente cresceu 13,1%, em R$ 481,6 milhões. A margem Ebitda recorrente, por sua vez, alcançou a marca de 33,4%, com crescimento de 2,7 pontos percentuais (p.p.)
Leia mais:
Temporada de resultados: em quais ações e setores ficar de olho no 2T24?
“Esse foi um trimestre muito bom, especialmente do ponto de vista de rentabilidade. Foi um crescimento muito forte de Ebitda recorrente e de margem Ebitda. Isso mostra a nossa capacidade de estar sempre melhorando os processos, ganhando eficiência, reduzindo custos”, comenta o CEO da Cogna, Roberto Valério, em entrevista exclusiva ao InfoMoney.
No segundo trimestre de 2024, a Geração de Caixa Operacional (GCO) após gasto de capital (Capex, em inglês) foi de R$ 96,9 milhões, redução de 43,3% versus o 2T23. A Geração de Caixa Operacional após Capex e serviço da dívida foi negativo em R$ 104,6 milhões no trimestre, resultado do processo de liability management (manejo da dívida) realizado pela Cogna ao longo do 2T24. Devido aos pré-pagamentos de dívidas, a Cogna informou que antecipou R$ 103,0 milhões de juros no 2T24 que ocorreriam somente em trimestres posteriores.
Continua depois da publicidade
Em relação à alavancagem, o CEO explica que houve estabilidade no trimestre mas que a expectativa da companhia é que, até o fim de 2024, haja redução do patamar atual, de acordo com a Cogna. “Nossa expectativa é que o segundo semestre seja de maior geração de caixa e, portanto, redução mais forte na alavancagem”, comenta.
Na comparação anual, a relação entre dívida líquida e Ebitda em doze meses reduziu de 1,98 vez no 2T23 para 1,79 vez no 2T24. A dívida líquida diminuiu 1,2% em relação ao 2T23, de R$ 3,36 bilhões para R$ 3,32 bilhões, principalmente pelo pagamento de juros sobre empréstimos e nas obrigações de M&A (fusões de aquisições)
Kroton como destaque
Dentre as frentes da companhia, o destaque positivo foi a Kroton, divisão de ensino universitário. A frente apresentou crescimento de base de alunos de quase 16%, tanto com crescimento na captação quanto na taxa de rematrícula. “Então, o que tem melhorado de processos, de sistemas, foco no cliente para que consiga se antecipar, ter modelos preditivos, está ajudando muito nesse resultado”, afirma Valério.
Continua depois da publicidade
Do ponto de vista operacional, a companhia ganhou cerca de 5 pontos de margem Ebitda com ganhos de eficiência em frentes como despesas operacionais, provisão para devedores duvidosos (PDD), contas a receber e menores investimentos em marketing (como já esperado no planejamento da companhia).
Para a Vasta, focada em ensino escolar e soluções de conteúdo, o crescimento é observado a partir do ciclo comercial (que se inicia no quarto trimestre do ano anterior, dada a natureza do negócio). Assim, o segundo trimestre de 2024 corresponde ao terceiro trimestre do ciclo comercial de 2024 para a Vasta. Os resultados alcançados nesse período mostram que a unidade de negócios continua crescendo, em conformidade com as expectativas da empresa.
No ciclo de 2024, a receita líquida foi de R$ 1,3 bilhão, impulsionado pelo crescimento nas vendas para o Governo (B2G), com um aumento de 70,6% e do crescimento das vendas de soluções complementares de 19,9%.
Continua depois da publicidade
Leia também:
Confira o calendário de resultados do 2º trimestre de 2024 da Bolsa brasileira
Na base de negócios Saber, “é um trimestre sem muita história”, de acordo com o CEO. Pelo ciclo do principal programa da frente, o Programa Nacional de Livro Didático (PNLD), 2024 é considerado ano de recompra. Assim, a expectativa é que haja queda nos números. Ainda assim, Valério destaca ganhos de eficiência na frente. “Quando olha o semestre da Saber, o ganho é de 17% de Ebitda, também com custos de materiais e fretes, que estão mais eficientes nesse semestre. Estamos ganhando esses pontos de eficiência”, comenta.
Continua depois da publicidade
Queda de 56% dos papéis em 2024
Apesar da companhia viver bom momento operacional, os papéis caem 55,26% nos últimos 12 meses e 56% apenas em 2024. “A minha leitura é que a gente está fazendo o nosso trabalho e quando o mercado voltar, quando a taxa de juros e o contexto melhorar, deveria crescer de maneira forte o valor da ação”, afirma Valério.