Citigroup eleva o preço-alvo para as ações da BRF, mas reduz recomendação

Ganhos operacionais com sinergia fundamentam a análise positiva; múltiplos caros intimidam novas investidas no papel

Rafael de Souza

Publicidade

SÃO PAULO – Otimistas com os próximos resultados, os analistas do Citigroup elevaram o preço-alvo para as ações da BRF (Brasil Foods) de R$ 48,00 para R$ 58,00, o que garante um potencial de valorização 24% frente o fechamento do último pregão.

A equipe, ao incorporar em seu modelo de precificação a oferta secundária de ações realizada pela empresa e os números da Sadia, prevê ganhos significativos para a Brasil Foods (PRGA3) em termos de sinergia, a se refletir nos números trimestrais do conglomerado.

Entretanto, a alta anual de aproximadamente 57% limita o upside do papel, avalia o banco, de modo que reduziu a recomendação para as ações de compra para manutenção, tendo em vista a valorização dos múltiplos em 2009.

Ganhos de sinergia

Os analisas esperam uma significativa recuperação das margens operacionais da empresa entre o segundo semestre deste ano e 2010. Segundo os cálculos, o Ebitda (geração operacional de caixa) deverá saltar 50% entre 2009 e o próximo ano, com base na recuperação do setor em função da economia mundial e doméstica.

No modelo, os ganhos de sinergia da operação ultrapassarão a marca de R$ 637 milhões ao ano, a serem capturadas em 2010 e plenamente incorporadas às estruturas operacionais da BRF em 2013. Isso se traduz em um valor de mercado de R$ 25,3 bilhões.

Outro fator que deve influenciar positivamente será o desempenho declinante do preço dos grãos no mercado internacional, uma vez que as estimativas atuais apontam para uma produção recorde por parte dos EUA, Brasil e Argentina em 2010, elevando a oferta pelo produto.

Continua depois da publicidade

Expectativa dos analistas

Conta (R$ milhões) 2008 2009* 2010*
Receita 11.393 22.215 24.157
Ebitda 1.166 1.718 2.570
Lucro líquido 54,0 573,0 1.008

*Expectativa dos analistas do Citigroup