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Não será nesse semestre que a Cielo (CIEL3) deixará a B3, de acordo com análise da Genial Investimentos. O processo de oferta pública de ações (OPA) da adquirente pode demorar ainda mais de 5 meses para conclusão. O prazo é longo e pode afetar o operacional da companhia, na visão da corretora.
Desde seu anúncio, em 21 de fevereiro, analistas destacam que a OPA faz sentido para os acionistas, mas que Banco do Brasil e Bradesco teriam que oferecer mais. A decisão dos bancos de fechar o capital pretende deixar a Cielo mais “assertiva” e trata-se de um movimento estratégico, de acordo com o CEO do Bradesco, Marcelo Noronha.
O executivo apostava na adesão de minoritários às condições propostas mesmo “sem prêmio”. Na prática, não foi bem assim, uma vez que minoritários não concordaram com valor e buscam novo laudo para papéis, o que levou à suspensão do processo pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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Uma nova assembleia está marcada para terça-feira, 2 de abril, em que serão discutidos aspectos relacionados ao novo laudo, dentre eles a sua realização para novo preço e nova avaliação da empresa e a instituição responsável.
Os minoritários consideram R$ 7,89 como preço justo por ação, 47% acima do valor dos ofertantes de R$ 5,35 feita no dia 05/02/24. No entanto, a Genial não vê tanto apetite dos controladores de cobrir esse valor de R$ 7,89.
Gatilhos para ação
Para a Genial, a companhia encontra-se em “momento crucial” em relação à OPA e segue com futuro indefinido. Mesmo assim, a análise destacou alguns gatilhos interessantes para as ações.
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O primeiro deles seria a assembleia do próximo dia 2, na qual minoritários devem votar por novo laudo de avaliação e devem votar para maximizar valor final. O primeiro laudo foi realizado pelo Bank of America (BofA).
“A votação irá ser feita apenas pelos minoritários, por isso consideramos alta a probabilidade dos mesmos pedirem um novo laudo de avaliação para maximizar o valor final, dado que o preço da oferta do primeiro laudo foi de R$ 5,35, apenas +6,36% acima do preço de tela no dia do anúncio e a ação negocia hoje a R$ 5,33”, avaliam os analistas. Se o segundo laudo apresentar valor menor que o observado na oferta (R$ 5,35), prevalecerá o maior valor.
Após os ajustes pelos proventos a serem distribuídos em 2024 (data ex-dividendo em 18/03/2024), o valor por ação da oferta chegou à casa dos R$ 5,20. Hoje o papel negocia acima desse valor em R$ 5,33, o que indica haver uma boa possibilidade de um segundo laudo e dele trazer uma avaliação acima do valor ofertado, cita a casa de análise.
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O segundo gatilho citado pela Genial é a oportunidade de valorização adicional no curto prazo para investidores, após a realização do laudo (que estaria pronto em 2 de maio). Contudo, se o documento não contar com a aprovação dos controladores, a oferta será cancelada. Esse seria o pior cenário, de acordo com a corretora, uma vez que afetaria o desempenho das ações e teria sequelas operacionais. Uma nova OPA só poderia acontecer dali a 12 meses, dependendo da documentação já entregue.
Caso o processo continue, o leilão da OPA aconteceria entre agosto e setembro de 2024, após aprovação do novo laudo ainda em maio, avaliação da CVM e publicação de edital em julho. Após a divulgação do edital, a oferta precisa ser aceita por acionistas e, caso controladores alcancem 95% ou mais de participação, é possível forçar a saída de remanescentes para fechamento do capital.
Apesar dos riscos, tendo em vista a oferta e o destravamento de valor através desses gatilhos de curto prazo, os analistas da Genial mudaram a sua recomendação para os ativos de manutenção para compra, aumentando o preço alvo de R$ 5,20 para R$ 6,13, que implica em uma valorização de 15%.
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