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A China suspendeu nesta terça-feira licenças de importação de soja de três empresas norte-americanas e interrompeu as importações de madeira serrada dos EUA, intensificando a retaliação depois que os Estados Unidos impuseram tarifas adicionais sobre produtos chineses.
No início do dia, a China também impôs taxas de importação no valor de US$21 bilhões em produtos agrícolas e alimentícios dos EUA, incluindo soja, trigo, carne e algodão.
As três empresas norte-americanas afetadas pela suspensão das licenças são a cooperativa de agricultores CHS Inc, a exportadora global de grãos Louis Dreyfus Company Grains Merchandising LLC e a operadora de terminais de exportação de grãos EGT, informou o departamento de alfândega da China em comunicado.
A alfândega disse que detectou cravagem e agente de revestimento de sementes na soja importada dos EUA, enquanto a suspensão das importações de madeira serrada dos EUA ocorreu devido à detecção de pequenos vermes, aspergillus e outras pragas.
Os representantes da Louis Dreyfus, CHS e Bunge Global, que detém participação na EGT, não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
As medidas retaliatórias de Pequim foram em resposta à decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifa extra de 10% sobre a China, com vigência a partir de terça-feira, resultando em uma tarifa cumulativa de 20% em resposta ao que a Casa Branca considera a inação chinesa em relação aos fluxos de drogas.
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Cerca de metade das exportações de soja dos EUA é enviada para a China, totalizando quase US$12,8 bilhões em comércio em 2024, de acordo com o US Census Bureau.
A suspensão da madeira serrada dos EUA foi uma resposta direta à decisão de Trump, em 1º de março, de ordenar uma investigação comercial sobre a madeira serrada importada. Trump havia dito anteriormente a repórteres que estava pensando em impor uma tarifa de 25% sobre a madeira serrada e produtos florestais.
A China é um dos maiores importadores de produtos de madeira do mundo e o terceiro maior destino da madeira serrada dos EUA. O país importou cerca de US$850 milhões em produtos madeireiros dos EUA em 2024, de acordo com dados da alfândega chinesa.
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PUNIÇÃO AOS AGRICULTORES
As taxas adicionais impostas pela China na terça-feira incluíram uma tarifa de 15% sobre frango, trigo, milho e algodão dos EUA e uma taxa extra de 10% sobre as importações de soja, sorgo, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas e legumes e laticínios dos EUA, em vigor a partir de 10 de março.
A suspensão dos três exportadores de soja, além das tarifas de importação mais altas, restringirá ainda mais as importações da semente oleaginosa para a China.