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SÃO PAULO – Uma série de indicadores econômicos divulgados na China na madrugada desta sexta-feira (11) frustraram as expectativas do mercado e sugerem mais medidas do governo para estimular o crescimento.
A produção industrial chamou atenção, desacelerando-se de um crescimento anual de 11,9% em março para um de 9,3% em abril – o número mais fraco desde maio de 2009. Do mesmo modo, as vendas no varejo passaram de 15,2% para 14,1% e os investimentos em ativos fixos mostrou uma alta de 20,2% nos quatro primeiros meses do ano, o menor ritmo desde dezembro de 2002.
Além deles, constam a redução dos gastos fiscais do governo, de 35% para 8% em abril, assim como os novos empréstimos bancários, de 682 bilhões de yuans, muito abaixo dos 780 bilhões de yuans esperados pelo mercado. Por fim, dados do setor imobiliário também não foram animadores, com destaque para o investimento no setor, cujo crescimento desacelerou de 19,6% para 9,2% no mês.
Por outro lado, a inflação de 3,4%, contra os 3,6% no mês anterior, veio em linha com o esperado. Todos os dados estão na comparação ano a ano.
Compulsório pode ser cortado
Em um relatório intitulado “dados de atividade da China em abril gritam por mais medidas de alívio”, o analista Wei Yao, do Société Générale, escreve que os dados forçarão Pequim a tomar alguma atitude.
“Nós acreditamos que o relatório desta sexta-feira forçará os formuladores de políticas a aliviar, e isso pode vir em mais corte de compulsório para enfrentar a desaceleração. Nós esperamos ações em três áreas”, afirma.
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Dessa forma, a atuação do governo chinês se daria via investimentos em infraestrutura, o que irá necessitar mais empréstimos bancários, além de uma política de incentivo ao setor imobiliário e um pacote de estímulo ao consumo. “Agora é a hora certa para agir”, complementa.
Wei Yao diz que um corte de 50 pontos–base no compulsório deve ser a primeira medida e pode ser anunciada a qualquer momento.
Além disso, o analista alerta que os números de abril confirmam a visão de que o primeiro trimestre não era o fundo do poço, tendo em vista que a tendência parece um pouco pior do que era estimada no crescimento de 7,8% do PIB (Produto Interno Bruto) projetada para o segundo trimestre.