CEO do Magalu vê 4º tri como “virada” e cita vendas mais fortes no 1º bimestre

"Janeiro e fevereiro apresentaram crescimentos na linha de duplo dígito com grande potencial de melhoria para frente"

Ana Paula Ribeiro

(Flávio Santana)
(Flávio Santana)

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O resultado do quarto trimestre de 2023 do Magazine Luiza (MGLU3) mostrou melhora de rentabilidade, mas vendas mornas. Porém, o presidente-executivo da rede de varejo, Frederico Trajano, afirmou nesta terça-feira (19) que a rede de varejo registrou em janeiro e fevereiro crescimentos de vendas de dois dígitos sobre o mesmo período do ano passado.

“Janeiro e fevereiro apresentaram crescimentos na linha de duplo dígito com grande potencial de melhoria para frente”, afirmou o executivo durante teleconferência com analistas após a publicação dos resultados de quarto trimestre na noite da véspera.

Trajano ainda destacou que a melhora da rentabilidade observada no quarto trimestre deve continuar em 2024. O lucro líquido ajustado do Magazine Luiza foi de R$ 101,5 milhões no quarto trimestre de 2023, uma reversão do resultado negativo de R$ 15,2 milhões apurado no mesmo período de 2022. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado também ficou positivo ao final de dezembro: R$ 756,5 milhões, alta anual de 12,3%. A margem Ebitda (Ebitda sobre receita) ajustada foi de 7,2%, 1,2 ponto porcentual (p.p.) a mais que no ano anterior.

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“O resultado do quarto trimestre é um momento simbólico, uma virada. Foi um trimestre de crescimento de venda, de lucro, de aumento da geração de caixa. Depois da pandemia, tivemos um contexto macroeconômico com aumento de juros e impostos. Enfrentamos uma realidade muito dura e por dois anos não apresentamos resultado. O foco absoluto foi em retomar a lucratividade e foi exatamente o que a gente entregou no quarto trimestre. A gente sabe que vai perenizar esse resultado a partir desse ano”, avaliou.

Trajano lembra que a volta da lucratividade não foi trivial, dadas as dificuldades que o Magazine Luiza precisou superar. Segundo ele, foi preciso fazer um esforço de cerca de R$ 3 bilhões para compensar o efeito do aumento dos juros e dos impostos.

“Não foi trivial. Tivemos o aumento dos juros e de impostos pela volta do Difal (retomada da cobrança de alíquotas do ICMS). Foram adicionados (nos dois anos anteriores) R$ 3 bilhões ao nosso custo. Cerca de R$ 1,5 bilhão do aumento de juros e valor parecido do Difal. Conseguir extrair R$ 3 bilhões da operação é um trabalho nada trivial e exigiu um esforço muito grande”, disse durante teleconferência com analistas.

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O CEO do Magazine Luiza ainda reforçou o que acredita que serão as avenidas de crescimento para a empresa nos próximos trimestres e que não estão sempre avaliadas nas avaliações sobre a companhia: o desempenho da fintech, com a monetização de mais serviços, o Magalu Ads (plataforma de produtos patrocinados) e o Magalu Cloud (oferta de serviços em nuvem).

“São três avenidas de monetização. Já o Fulfillment (serviço de logística para os parceiros do marketplace) é uma agenda muito mais de melhoria de serviço de aumento de conversão e não de monetização. Queremos dar melhores prazos e menores custos. Isso acaba ajudando na concessão e crescimento do 3P mas não é um instrumento de aumento de rentabilidade”, explica.

Fechamento de lojas

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Trajano aponta ainda que o fechamento de lojas em 2024 deve ser pontual. “Temos um cenário muito mais positivo para lojas, mas se tiver alguma necessidade pontual (de fechar) vamos fazer. Queremos que as unidades contribuam positivamente para o nosso resultado. Tem a possibilidade de fechar, mas não vai ser significativo em relação ao parque. É um canal que estamos com uma perspectiva mais positiva pelo que materializamos em janeiro e fevereiro.”

O Magazine Luiza fechou 53 lojas no ano passado, terminando 2023 com 1.286.
Já Fabrício Bittar Garcia, vice-Presidente de operações, explicou que, apesar da boa perspectiva para as vendas em lojas físicas, não está prevista uma onda de aberturas. “Acho que não faz sentido a abertura de lojas agora porque abrimos várias em novas regiões, em que há mais competição, como Brasília (DF) e Rio (RJ). Temos muita oportunidade de captura de share nessas novas regiões. Dá para ganhar com as lojas que temos abertas hoje, então não tenhamos nenhum plano de expandir muito.”

Crediário para compras online

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Carlos Mauad, CEO da Fintech Magalu, ainda destacou os novos produtos da companhia, como a oferta de crediário para compras online. “O CDC (crédito direto ao consumidor) vai ser lançado no início do segundo semestre. É um novo método de pagamento no check out no 2P [transação de venda é realizada pelo varejista, mas a entrega é feita pelo parceiro que tem a estrutura do e-commerce] e 3P [marketplace]. E dado a expertise que a companhia tem com crédito, a gente vê como isso pode impulsionar vendas e construir margens. Quando olha no mercado como um todo, vemos 5% de share do CDC digital no checkout”, avalia.

(com Reuters)