CEO da Terra Santa vê fim do crédito rural e oportunidades em CRA, LCA e abertura de capital

Instrumentos de captação no mercado de capitais apresentam tendência positiva para o agronegócio

Fernando Ladeira

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“O crédito rural caminha para o fim, está com os dias contados.” A frase é do CEO da Terra Santa, Arlindo Moura, mencionada durante o evento Agrifinance Brazil, em São Paulo. Moura explica que não se sabe quando de fato isso acontecerá, mas que pode ocorrer em dois ou três anos.

O crédito rural é um programa do governo que tem como objetivo facilitar o acesso a recursos para custeio, investimento ou comercialização para produtores rurais e cooperativas.

Para Moura, uma solução para reforçar o caixa dessas empresas será cada vez mais buscar recursos no mercado, que traz instrumentos como emissões de CRAs e LCAs ou até mesmo a abertura de capital. Todas essas fontes de financiamento têm em comum a participação de investidores pessoa física no processo.

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A Terra Santa é uma das maiores empresas do agronegócio brasileiro, surgindo pela união das empresas Brasil Ecodiesel, Maeda Agroindustrial e Vanguarda Participações.

 Barreira ao mercado de capitais

Falando especificamente das empresas do agronegócio negociadas em Bolsa, Moura acredita que a pouca presença no mercado acionário se deve a questões envolvendo, principalmente, governança e legislação. “A legislação é benéfica à Pessoa Física, então à medida que existem impostos menores para as pessoas físicas, isso não incentiva o segmento de pessoa jurídica”, explica.

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O CFO da São Martinho, Felipe Vicchiato, acrescentou durante o mesmo evento que muitas empresas ainda contam com estruturas familiares, dificultando a entrada no mercado de capitias em termos de governança.

A rentabilidade também é apontada como um fator que impede a entrada de novos participantes, sobretudo nos últimos anos, quando o congelamento de preços para a gasolina no governo anterior prejudicou em especial os segmentos de açúcar e etanol.

Arlindo Moura, no entanto, revela otimismo com os próximos anos, e diz que ele mesmo ainda quer abrir o capital de algumas empresas na Bolsa. “Antes de me aposentar, quero abrir duas ou três empresas na Bolsa”, afirma.

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