CEO da Celsius embolsa ganhos após token da plataforma cripto falida disparar

Esta é a primeira vez que o endereço atribuído ao cofundador Alex Mashinsky foi usado desde que a empresa congelou saques e entrou com pedido de falência

CoinDesk

Alex Mashinsky, ex-CEO da Celsius (Piaras Ó Mídheach/Web Summit)
Alex Mashinsky, ex-CEO da Celsius (Piaras Ó Mídheach/Web Summit)

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Enquanto um grupo de traders organizava um short squeeze na criptomoeda da plataforma Celsius Network (CEL), que pediu falência no mês passado, o fundador e CEO da empresa, Alex Mashinsky aproveitou para vender parte de seus tokens, que se multiplicaram em valor mesmo em meio às dificuldades da companhia.

Dados consultados via blockchain mostram um endereço de carteira de criptomoedas identificado pelas empresas de inteligência Nansen e Arkham Intelligence como sendo de Mashinsky, identificado quando o executivo fez suas primeiras transações nesse endereço, em maio.

A carteira vendeu tokens CEL em várias operações no sábado (6) e na terça-feira (9), trocando 17.475 CEL por US$ 28.242 em Ethereum (ETH) na exchange descentralizada Uniswap (UNI), de acordo com o rastreador de dados blockchain Etherscan.

As transferências foram identificadas pela primeira vez por um usuário anônimo do Twitter. Celsius e Alex Mashinsky não responderam ao pedido de comentário do CoinDesk enviado por e-mail.

Mashinsky se desfaz do token CEL enquanto ele e a Celsius se preparam para uma segunda audiência em um tribunal federal de falências em Nova York, marcada para a próxima semana. Ao mesmo tempo, o Comitê de Credores Não-segurados (UCC, na sigla em inglês), formado para proteger os interesses daqueles que depositaram dinheiro na plataforma Celsius, está se preparando para investigar Mashinsky e outros envolvidos.

A Celsius enfrentou dificuldades financeiras e congelou saques de clientes em junho, e entrou com pedido de recuperação judicial em 13 de julho. A moeda CEL, emitida pela plataforma de empréstimo de criptomoedas como um token de utilidade, também passa por um embate regulatório contra a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), por não ser registrado como um valor mobiliário.

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Mashinsky está entre os maiores detentores individuais da criptomoeda CEL, depois da Celsius. Muito antes de seus problemas financeiros, a Celsius divulgou uma lista com os maiores detentores de CEL em sua página na internet.

Foi descoberto então que Mashinsky detém mais tokens do que os outros quatro maiores detentores combinados. A informação veio da Arkham em julho, após uma longa investigação sobre a Celsius e Mashinsky.

Arkham identificou várias wallets (carteiras) de propriedade de Mashinsky, que vendia regularmente grandes quantidades de tokens CEL em várias exchanges descentralizadas, totalizando US$ 44 milhões ao longo de vários anos.

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A carteira específica que concluiu as transações detinha, no momento desta publicação, cerca de US$ 1,1 milhão em tokens CEL e alguns ETH e USD Coin (USDC) de acordo com o rastreador de portfólio da Nansen.

O token CEL se valorizou em uma tentativa de short squeeze conduzida pela comunidade. Short squeezes são picos repentinos de preços de um ativo a ponto de forçar quem opera vendido a recomprar o item por um preço mais alto para cobrir suas posições, de forma a evitar liquidações.

A cripto era negociada em torno de US$ 2 nesta quarta, o que representa um aumento de treze vezes no preço desde que atingiu US$ 0,15 no dia em que a Celsius anunciou a suspensão dos saques.

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