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Cenário macro no Brasil leva mais volatilidade ao mercado em meio às eleições nos EUA

Traders afirmam que a indefinição entre Trump e Kamala nos Estados Unidos traz apreensão, mas incertezas por aqui geram mais inquietações ao mercado

Augusto Diniz

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A eleição nesta terça (5) nos Estados Unidos para definir quem assume a Casa Branca nos próximos quatro anos aponta muita indefinição de quem saíra vencedor: se o republicano Donald Trump ou a democrata Kamala Harris.

Isso já é um forte motivo para se esperar volatilidade nos mercados. Mas, no Brasil, há um ingrediente a mais: as incertezas macro internas, que já vêm abalando os agentes econômicos há algumas semanas.

“O mercado lá fora não para de subir, enquanto a bolsa por aqui só cai, tornando questões domésticos relevantes”, diz Leandro Ross, analista da XP especializado em operações de curto prazo em ações e operações de daytrade em futuros.

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Brasil descolado do mercado de fora

“A eleição lá fora está muito equilibrada. É difícil cravar uma direção. De qualquer forma a gente vai ter volatilidade. Isso não tem dúvida. A gente já está vendo isso”, afirma.

Mas ele vê o mercado doméstico precificando muitos assuntos domésticos, principalmente relacionados ao equilíbrio fiscal. “Tem um reflexo aqui (da eleição americana), mas as notícias locais têm incomodado demais”, afirma.

Para o analista, é visível que há uma preocupação local abalando o mercado até mais do que a eleição americana.  “A gente está bem descolado do mercado externo e muito sensíveis às questões domésticas”, diz.

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Rodrigo Cohen, trader e analista de investimentos, vê o mercado “bem emotivo e volátil”.

“É uma semana não só de eleições (nos EUA), mas tem decisão da taxa de juros no Brasil e nos Estados Unidos”, ressalta.

Ele considera importante ver o que vão dizer os comunicados pós-decisão de juros do Federal Reserve nos Estados Unidos e do Banco Central aqui no Brasil.

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Semana com o pé atrás

Cohen lembra que o Boletim Focus divulgado nesta segunda (4) aumentou as projeções para a inflação e taxa de câmbio ainda para esse ano, faltando menos de dois meses para o fim de 2024.

“A gente tem um mercado bem volátil. É uma semana para ficar com o pé atrás, tentando ser muito mais seletivo nas operações”, ressalta.

Com relação especificamente à eleição nos Estados Unidos, ele acha que se sair diferente nas urnas o que indicavam as pesquisas em algum estado americano que for, pode-se esperar uma volatilidade muito grande nos mercados. Lá, a divulgação do resultado eleitoral é anunciada por estado.

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“A eleição pode não ser decidida na terça-feira”, lembra Cohen, destacando que a volatilidade dos mercados pode se arrastar por dias.

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