Cemig (CMIG4) dispara 7,84% após balanço – mas grande destaque fica para dividendos

Companhia aprovou a distribuição de R$ 1,42 bilhão em dividendos

Felipe Moreira

Publicidade

A Cemig (CMIG4) divulgou seus números do segundo trimestre na véspera, mas o que realmente chamou a atenção foram os proventos bilionários aprovados. A companhia elétrica aprovou a distribuição de R$ 1,42 bilhão em dividendos, o que representa um rendimento robusto de 4,4%, puxando uma alta de 7,84%, a R$ 11,97, para as ações CMIG4 na sessão desta quarta-feira (14), segundo cotação de fechamento.

A Genial Investimentos destaca que a empresa tem apresentado de forma consistente resultados robustos trimestre após trimestre, em linha tanto com suas previsões quanto com as expectativas do mercado.

“Desta vez alguns destaques do trimestre que impulsionaram o resultado da empresa foram o reajuste tarifário para a distribuidora em 7,4%, reajuste tarifário para a Receita Anual Permitida (RAP) das transmissoras para o ciclo 2024-2025 em 5,4%, recebimento de R$ 2,74 bilhões referente a alienação da participação na Aliança Energia e reversão de provisões tributárias referentes a contribuições previdenciárias no valor de R$548 milhões”, explica a casa de análise.

Continua depois da publicidade

Com isso, a empresa apresentou um crescimento em suas receitas relevante e manteve certo controle rigoroso sobre os custos e despesas. Esse gerenciamento financeiro sólido tem sido fundamental para a geração de um fluxo de caixa robusto e para manter uma distribuição de dividendos interessantes, na faixa de 9% a 10% ao ano.

O Morgan Stanley, por sua vez, comenta que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado (excluindo renda variável e itens não recorrentes) de R$ 1,856 bilhão (aumento de 5% na base anual), veio em linha com sua estimativa de R$ 1,883 bilhão e média do consenso da Bloomberg.

Já o lucro líquido de R$ 1,689 bilhão superou a estimativa do Morgan Stanley, puxado por resultados financeiros melhores do que o esperado e reversão de provisões não recorrentes de R$ 600 milhões.

Continua depois da publicidade

O Itaú BBA ressalta que o Ebitda recorrente foi em linha, enquanto o anúncio dos proventos foi o destaque positivo: “prevemos que a empresa tenha capacidade de oferecer um rico dividend yield [dividendo em relação ao preço do ativo] de dois dígitos para este ano, especialmente considerando o ganho pontual significativo observado no 2T24 devido a uma reversão provisória e o impacto da venda da Aliança (a ser reconhecido nos resultados do 3T24), o que aumentará o lucro líquido da empresa. O pagamento da empresa é baseado no lucro líquido reportado, não em números ajustados”.

O JPMorgan destaca que a companhia elétrica apresentou desafios, como a queda nas vendas do segmento de geração e Gasmig, perdas crescentes e inadimplência, mas um bom desempenho de custos preservou o Ebitda.

Segundo o JPMorgan, o Ebitda foi sustentado por um crescimento impressionante no setor de distribuição compensando os números mais fracos na geração, que tiveram resultados extraordinários de comercialização no 2T23.

Continua depois da publicidade

A Gasmig apresentou volumes e EBITDA em queda devido às compensações tarifárias no 2T23.

O JPMorgan ainda destaca que a Cemig declarou dividendos adicionais de R$1,42 bilhões ou R$ 0,49 por ação (4,5% de rendimento de dividendos), que incluindo a política de dividendos de 50% que ainda deve ser anunciada pelos resultados do 4T24, o rendimento total de dividendos para o ano deve alcançar 12%.

O banco mantém recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 12. Já a Genial Investimentos reitera classificação neutra e preço-alvo de R$ 12,50.

Continua depois da publicidade

O Morgan Stanley comenta que dois pilares principais sustentam sua visão neutra e preço-alvo de R$ 11 para as ações: i) o perfil de risco-recompensa da companhia é relativamente menos atrativo em comparação a outras do setor (por exemplo, Sabesp, Eletrobras, Copel e Equatorial); e ii) o processo de aprovação da privatização da empresa é improvável e ainda mais desafiador após a indicação de federalização, o que pode limitar a visibilidade da estratégia de negócios de longo prazo e da estrutura corporativa da companhia.