Celulose vai subir? Os sinais que mostram melhora do mercado, segundo analistas

Mesmo com ciclo de queda, analistas estimam que piso de preço será superior ao observado em 2023 e que há menos volatilidade no setor

Camille Bocanegra

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Após impulso no primeiro semestre de 2024, a celulose começou a registrar baixa em agosto. Mesmo assim, de acordo com analistas, o movimento de correção para a commodity já teria ficado para trás. A expectativa, agora, é de menos volatilidade e piso de preço mais alto nesse ciclo.

Nas últimas semanas, os preços da celulose de fibra curta (BHKP) na China e na Europa caíram cerca de US$ 150/tonelada e US$ 110/tonelada, respectivamente. Com o movimento, o Itaú BBA sustenta que é possível que os preços na China tenham já atingido seu patamar mínimo em US$ 500-550/tonelada, bem acima do preço observado em maio de 2023, em US$ 475/tonelada.

O Bradesco BBI afirma que a queda vista na última semana é a sexta consecutiva nos preços de madeira de lei na China. Mesmo entendendo que os preços não devem se recuperar tão cedo, a análise sustenta que é improvável que outra queda dessa magnitude ocorra tão cedo. O BBI projeta os preços na mesma faixa estimada pelo BBA.

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Por trás disso, há três razões, de acordo com a divisão de análise do Itaú. A primeira delas seria a normalização dos níveis de estoques, seguida do aumento da diferença de preço entre a madeira dura e madeira macia, o que pode estimular a substituição de fibras e, por fim, os custos de produção ainda elevados.

Momentum na China

Mesmo com expectativas mais positivas, o momento na China deve ser acompanhado de perto, de acordo com o Goldman Sachs. Apesar do aumento de compras em agosto e antecipação de demanda sazonalmente melhor em setembro/outubro, compradores seguem cautelosos em relação a um grande reabastecimento pelo sentimento macroeconômico ainda negativo.

Em um cenário de tendências macroeconômicas relativamente fracas, notamos que a lucratividade do papel é fundamental para a intenção de compra dos produtores, e aconselhamos os investidores a monitorar de perto o momentum dos preços do papel.

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O Goldman destaca, ainda, que a demanda mais forte fez com que produtores de papel doméstico na China anunciassem aumentos de preços. Ainda que a implementação pareça mais difícil pela tendência de queda nos preços, o banco estrangeiro aponta como possível apoio para mais compras de celulose no curto prazo.

O BBA reforça que, mesmo com baixa, é possível estimar piso de preço mais alto nesse ciclo do que o observado no primeiro semestre de 2023. O banco destaca, ainda, que o aumento de relevância da China nas commodities poderia trazer mais volatilidade. Apesar disso, a celulose tem menos volatilidade em comparação com outras commodities.

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