C&A lucra R$ 70,9 milhões no 1T24 com créditos fiscais e melhora de indicadores

Receita cresceu 17% e Ebitda ajustado disparou 125%, com forte crescimento nas vendas, o que fez alavancagem despencar de 4x para 1,5x em apenas 1 ano

Lucas Sampaio

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A C&A (CEAB3) bateu a expectativa de mercado e registrou um lucro líquido de R$ 70,9 milhões no primeiro trimestre de 2024, revertendo prejuízo de R$ 126,3 milhões no mesmo período do ano passado.

O resultado foi impulsionado pela recuperação de créditos fiscais, é verdade, mas a varejista de moda continuou melhorando seus indicadores operacionais — o que também contribuiu para o bom resultado. Sem os créditos fiscais, a empresa teve um prejuízo ajustado de R$ 61,4 milhões.

Mesmo o resultado ajustado “bateu o mercado”, pois o consenso LSEG estimava um prejuízo de R$ 81,7 milhões para a empresa, e e esse prejuízo foi menos da metade do registrado no primeiro trimestre de 2023 (para varejistas a sazonalidade pesa nos resultados, e o começo do ano é sempre o mais desafiador, enquanto o fim do ano é o da bonança).

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Entre os indicadores operacionais, a receita líquida consolidada da C&A cresceu 17,1% na comparação anual, para R$ 1,453 bilhão, e 21,9% nas vendas mesmas lojas (SSS) de vestuário. Isso levou a um Ebitda ajustado de R$ 180,5 milhões (alta de 125%) e a uma margem Ebitda ajustada de 12,4% (alta de 6 pontos porcentuais).

“Tivemos números realmente de destaque neste trimestre”, afirma Paulo Correa, CEO da varejista. Ele destaca o “crescimento acompanhado de uma margem maior” da companhia, com o 9º trimestre seguido de aumento de margem (na comparação anual).

“Essa combinação mostra o nível de aceitação da nossa proposta comercial e da qualidade da execução da nossa estratégia”, disse Correa ao InfoMoney, logo após a divulgação do resultado. “E o crescimento das venda e da margem permitiu a diluição das despesas”.

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O CEO se refere às despesas operacionais, que até cresceram 12,1% na comparação anual, mas tiveram uma redução de 1,8 p.p. como porcentagem da receita líquida, porque o faturamento cresceu bem mais.

Outro destaque do resultado foi resultado financeiro. Apesar de negativo em R$ 3,9 milhões, ele caiu expressivos 96% em relação a 2023. Já a dívida líquida da companhia caiu 30,4%, para R$ 1,046 bilhão, o que fez a alavancagem (dívida líquida sobre o Ebitda ajustado pré-IFRS 16 dos últimos 12 meses) despencar de 4,0x para 1,5x em apenas um ano. “Foi a nossa melhor performance desde o IPO”, resume Correa.

(Com Estadão Conteúdo)

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.