Casas Bahia inicia operação de FIDC com capital inicial de R$ 300 mi

Fundo possui compromisso firme de aporte de terceiros, com expectativa de atingir R$ 500 mi de patrimônio líquido nos próximos meses, disse a varejista

Reuters

Loja Casas Bahia inaugurada no Shopping Aricanduva, em São Paulo (Foto: Divulgação)
Loja Casas Bahia inaugurada no Shopping Aricanduva, em São Paulo (Foto: Divulgação)

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A Casas Bahia (BHIA3) anunciou nesta quinta-feira o início operacional de seu fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), com um capital inicial de R$ 300 milhões, buscando otimizar a operação de crediário da companhia.

O FIDC, estruturado pela Polígono Capital e com administração do BTG Pactual, já possui um compromisso firme de aporte de terceiros, com expectativa de atingir o montante de R$ 500 milhões de patrimônio líquido nos próximos meses, disse a varejista em fato relevante.

A Casas Bahia anunciou em novembro de 2023 a estruturação do FIDC. Após a primeira etapa de captação, o instrumento poderá contar com aportes adicionais, segundo a empresa.

“Ele pode crescer bem mais do que esses primeiros R$ 500 milhões”, afirmou o diretor financeiro do grupo, Elcio Ito, à Reuters. “Pelo o que a gente entende de necessidade, de demanda pelo crediário, ele tem muito espaço para crescer além daquele valor original.”

Segundo o executivo, o pagamento via crediário da Casas Bahia já representa cerca de 10% das vendas online, enquanto, nas lojas físicas, a modalidade responde por cerca de 27%. A carteira de crediário da companhia somava R$ 5,7 bilhões ao fim do terceiro trimestre de 2024, ele acrescentou.

Ito também disse que está atento ao “cenário macroeconômico desafiador” no Brasil, e que tem adotado postura cautelosa em relação à inadimplência com a concessão adicional, priorizando créditos de maior qualidade do que crescer com um risco maior.

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“Estou preferindo uma rentabilidade um pouco menor, mas crescendo de forma mais sustentável, diante desse desafio no cenário macro e a crescente de taxa de juros.”

No fato relevante desta quinta-feira, a Casas Bahia disse que a iniciativa é “alavanca fundamental” do plano de transformação da companhia e fortalece sua vantagem competitiva no segmento de varejo e crédito.

“É um marco importante porque, ao longo do tempo, a gente pretende continuar diversificando as fontes de financiamento”, disse Ito sobre o FIDC, que está ativo desde dezembro de 2024 para testes operacionais, com baixos volumes na carteira.