Casas Bahia: gestão prevê vendas fortes em 2025, mas alerta para impacto da Selic

Administração antecipa ganhos de alavancagem operacional, combinados com disciplina em despesas, resultando em ganhos na margem Ebitda

Felipe Moreira

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Com o forte mercado de trabalho no Brasil e os programas sociais do governo, a administração da Casas Bahia espera que o atual momento positivo de vendas se mantenha no próximo ano. Por outro lado, com a Selic projetada para alcançar 14,25% no primeiro trimestre de 2025 (segundo o próprio Copom) a gestão destacou alguns riscos de desaceleração nas vendas, possivelmente no segundo semestre do ano que vem. O time de análise do Santander realizou uma videoconferência com o CEO da Casas Bahia (BHIA3), Renato Franklin, e o Diretor de Relações com Investidores, Gabriel Succar, trazendo algumas indicações da varejista para o próximo ano.

A administração mencionou que as vendas permaneceram positivas no 4T24, impulsionadas pelas boas promoções da Black Friday, e espera um bom desempenho em dezembro também.

Até o momento no trimestre, a Casas Bahia ganhou 2 pontos percentuais (p.p.) de participação de mercado em seus segmentos principais (eletrodomésticos, eletrônicos e móveis), de acordo com a gestão.

Diante das expectativas de vendas fortes mantidas para 2025, a administração antecipa ganhos de alavancagem operacional, combinados com disciplina em despesas, resultando em ganhos na margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita), que o Santander projeta em 8,9% em 2025 (alta de 180 pontos-base, ou bps, na base anual).

Em relação à monetização de créditos tributários, a Casas Bahia espera um aumento líquido de cerca de 30% na base em 2025, graças a novos acordos com governos estaduais.

No lado de crédito, a gestão destacou a qualidade da carteira de crédito e o perfil diferenciado dos clientes, o que deve permitir que a empresa continue ampliando as concessões de crédito de maneira rentável.

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Sobre o fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), estabelecido para otimizar a operação do crediário, foi mencionado que em 2024 a empresa construiu um histórico para os fundos e espera abri-los para captação em 2025, enquanto a estrutura atual para o negócio de crédito, via parceria com bancos, está funcionando bem e oferecendo custos atraentes.

Apesar da visão construtiva da gestão para o futuro, a situação fiscal do Brasil, combinada com a elevada alavancagem da empresa de 2,1 vezes Dívida Líquida/Ebitda (incluindo BNPL e acordo de contas a pagar) no 3T24,faz com que o Santander mantenha recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 3,90.