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Com o forte mercado de trabalho no Brasil e os programas sociais do governo, a administração da Casas Bahia espera que o atual momento positivo de vendas se mantenha no próximo ano. Por outro lado, com a Selic projetada para alcançar 14,25% no primeiro trimestre de 2025 (segundo o próprio Copom) a gestão destacou alguns riscos de desaceleração nas vendas, possivelmente no segundo semestre do ano que vem. O time de análise do Santander realizou uma videoconferência com o CEO da Casas Bahia (BHIA3), Renato Franklin, e o Diretor de Relações com Investidores, Gabriel Succar, trazendo algumas indicações da varejista para o próximo ano.
A administração mencionou que as vendas permaneceram positivas no 4T24, impulsionadas pelas boas promoções da Black Friday, e espera um bom desempenho em dezembro também.
Até o momento no trimestre, a Casas Bahia ganhou 2 pontos percentuais (p.p.) de participação de mercado em seus segmentos principais (eletrodomésticos, eletrônicos e móveis), de acordo com a gestão.
Diante das expectativas de vendas fortes mantidas para 2025, a administração antecipa ganhos de alavancagem operacional, combinados com disciplina em despesas, resultando em ganhos na margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita), que o Santander projeta em 8,9% em 2025 (alta de 180 pontos-base, ou bps, na base anual).
Em relação à monetização de créditos tributários, a Casas Bahia espera um aumento líquido de cerca de 30% na base em 2025, graças a novos acordos com governos estaduais.
No lado de crédito, a gestão destacou a qualidade da carteira de crédito e o perfil diferenciado dos clientes, o que deve permitir que a empresa continue ampliando as concessões de crédito de maneira rentável.
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Sobre o fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), estabelecido para otimizar a operação do crediário, foi mencionado que em 2024 a empresa construiu um histórico para os fundos e espera abri-los para captação em 2025, enquanto a estrutura atual para o negócio de crédito, via parceria com bancos, está funcionando bem e oferecendo custos atraentes.
Apesar da visão construtiva da gestão para o futuro, a situação fiscal do Brasil, combinada com a elevada alavancagem da empresa de 2,1 vezes Dívida Líquida/Ebitda (incluindo BNPL e acordo de contas a pagar) no 3T24,faz com que o Santander mantenha recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 3,90.