Casas Bahia, Magalu e o dilema que continua: no que ficar de olho no 2T24?

Expectativa é de que Casas Bahia siga na sua trajetória de recuperação, que deve afetar as vendas, enquanto Magalu foca em rentabilidade

Lara Rizério

(Shutterstock)
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Crescimento ou rentabilidade? A questão para o e-commerce continua no segundo trimestre de 2024 (2T24), enquanto as companhias brasileiras buscam recuperação. O Grupo Casas Bahia (BHIA3), que divulga seus resultados nesta quarta-feira (7), após o fechamento, e para o Magazine Luiza (MGLU3), que revela seus números na quinta.

Para a XP, os players de comércio eletrônico devem seguir apresentando desempenho de receita pressionado, já que cenário macro fraco continua impactando a demanda. No entanto, a rentabilidade deve ser o destaque, especialmente em Magalu, com as companhias adotando uma estratégia promocional mais racional e se concentrando em categorias mais rentáveis.

Confira o que esperar para os resultados das duas companhias:

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Casas Bahia (BHIA3)

A expectativa é de que o Grupo Casas Bahia reporte mais um conjunto de resultados nebulosos, pois a reestruturação deve continuar impactando a receita, embora as margens comecem a mostrar sinais iniciais de melhoria, avalia a XP.

O GMV (volume bruto de mercadorias, na sigla em inglês) total, projeta a casa, deve cair 15% anualmente, principalmente impactado pelo fraco desempenho do 1P, ou estoque próprio (-30%), refletindo o cenário macroeconômico desafiador e os ajustes contínuos de canal e sortimento, juntamente com o momento ainda fraco do canal físico (SSS em -6% na base anual).

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Em termos de lucratividade, a margem bruta deve mostrar os primeiros sinais de melhoria, aumentando 200 pontos-base na comparação anual, resultando de uma maior penetração de serviços e uma abordagem promocional mais racional, enquanto a desalavancagem operacional deve limitar a expansão do Ebitda ajustado a subir 30 pontos-base (bps). “Finalmente, estimamos um prejuízo líquido de R$ 225 milhões, ainda pressionado por despesas financeiras mais pesadas”, avalia a XP.

O Bradesco BBI espera que a empresa continue focada em sua jornada para eliminar as vendas não lucrativas que têm afetado significativamente suas vendas (contração de 15% no ano no 2T24), embora refletindo essa lucratividade mais saudável (mostrando uma expansão da margem bruta de 1,4 ponto percentual, ou p.p).

Seguindo seu plano de reestruturação, o Grupo deve ter a receita líquida em queda de 14% na base anual, segundo o Safra, devido (i) a uma queda de 30% na base anual em 1P devido a ajustes de sortimento; (ii) queda de 5% na base anual no canal físico devido a uma oferta de crédito menor; e (iii) 3P (marketplace) estável ano a ano.

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“No entanto, um aumento na margem bruta devido à combinação de maior penetração de serviços nas vendas e melhoria no mix de vendas deve mais do que compensar a desaceleração no giro, levando a um aumento de 15 bps ao ano na margem Ebitda para 6,4%”, avalia. Além disso, espera um prejuízo líquido de R$ 265 milhões contra -R$ 493 milhões no 2T23 devido a menores despesas financeiras. Por fim, projeta um ciclo de caixa melhorado devido a uma redução de 10 dias no estoque.

Magazine Luiza (MGLU3)

Para o Magazine Luiza, a XP espera um conjunto de resultados melhorados no segundo trimestre, com desempenho de receita ainda fraco, mas acelerando, e uma expansão sólida de margem.

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Apesar do cenário macroeconômico ainda desafiador, a equipe de análise espera que o desempenho de receita da empresa acelere ligeiramente em relação ao primeiro trimestre, com o GMV total subindo 4% (versus +3% no primeiro trimestre), apoiado pelo canal físico (SSS em +9%) e 3P (+6% ano a ano), enquanto 1P deve ficar estável. Em termos de lucratividade, espera que a margem bruta aumente 170 pontos-base na comparação anual, devido ao mix de canais e repasse do DIFAL, enquanto a margem Ebitda ajustada deve aumentar 250 bps ano a ano, resultando da alavancagem operacional. A projeção da XP é de um lucro líquido deve ser de R$ 17 milhões.

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O BBI também acredita que a varejista deve continuar apresentando melhorias graduais tanto nas vendas quanto, principalmente, no resultado operacional, já que a empresa continua focada em melhorar seus resultados. O banco espera que o lucro líquido melhore em R$ 226 milhões em base anual, saltando para R$ 25 milhões.

O BBA espera que as tendências de melhoria no varejo físico (crescimento de 15% nas vendas nas mesmas lojas) e o foco em ganhos de rentabilidade continuem a ser os destaques, com a margem Ebitda subindo 2,5 pp, para 7,6%.

O Safra acredita que a companhia deve registrar R$ 8,9 bilhões em vendas atribuíveis a (i) aumento de 3P (+12% ano a ano) devido à expansão do GMV e crescimento da taxa de comissão e (ii) expansão do canal físico (+9% na base anual).

Por outro lado, o mercado continua difícil para eletrônicos e eletrodomésticos, que continuam mantendo o 1P como retardatário (projeção de alta de +1% anualmente). Já o resultado positivo de 3P apoia a esperada expansão da margem bruta (+86 bps na base anual), que deve mais do que compensar as maiores despesas de vendas, gerais e administrativas, levando a uma melhoria de 197 bps na margem Ebitda na base anual, para 7,8%. O Safra espera que o Ebitda deva totalizar R$ 700 milhões, um aumento de 39% ano a ano.

“Esperamos um prejuízo líquido de apenas R$ 6 milhões no 2T24, em comparação com um prejuízo de R$ 157 milhões no 2T23, devido à melhoria no desempenho operacional e menores despesas financeiras relacionadas ao adiantamento de recebíveis”, avalia.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.