Carrefour (CRFB3): venda de imóveis e dados prévios animam e ação salta 5,2%

Varejista divulgou sua prévia do 3T24 e uma operação de sales-leaseback

Felipe Moreira

Carrefour Express é uma das marcas do grupo francês, usada para o varejo de proximidade. Foto: Divulgação
Carrefour Express é uma das marcas do grupo francês, usada para o varejo de proximidade. Foto: Divulgação

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O Carrefour Brasil (CRFB3) publicou na última terça-feira (22) seus números preliminares de vendas do terceiro trimestre de 2024 (3T24), que foram melhores do que o esperado pelo mercado, além de divulgar e a assinatura de um contrato de sales-leaseback (onde o antigo proprietário se torna locatário do imóvel) relativo a 15 lojas Atacadão por R$ 725 milhões e a uma taxa de capitalização de 8%.

O Bradesco BBI destacou que já esperava uma reação positiva na sessão de negociação de hoje devido a esses dois eventos: desempenho de vendas melhor do que o esperado no 3T24 e operação de leaseback de vendas menor e positiva de curto prazo. Isso se concretizou, uma vez que os papéis CRFB3 subiram 5,24%, a R$ 7,43; na máxima do dia, os ativos subiram 7,08%, a R$ 7,56.

Os analistas do BBI também ressaltam que a inflação de alimentos mais saudáveis ​​em setembro é um bom presságio não apenas para o Carrefour, mas também para as perspectivas de receita de outros varejistas de alimentos do Brasil antes da temporada do 4T24.

Todos os olhos agora estão em (i) níveis de lucratividade (o banco espera que o Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, consolidado caia 20 pontos-base na comparação anual para 5,2% no 3T24) e (ii) dinâmica de capital de giro, principalmente recebíveis considerando a prática recente de parcelas de 3 meses.

O BBI mantém classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 10 por ação com base na avaliação de 9,1 vezes Preço/ Lucro para 2025.

Para o JPMorgan, o Carrefour Brasil reportou números de receita ligeiramente acima das expectativas, com vendas brutas consolidadas subindo 4,8% ano a ano, totalizando R$ 29,5 bilhões.

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Com relação ao contrato de venda e locação, o JPMorgan acredita que deve ajudar marginalmente na alavancagem.

O destaque para analistas do JPMorgan foram as vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) da divisão de varejo, com 6,5% (ajustado para o calendário), puxado também por comparações fracas, enquanto o SSS do Atacadão – a operação mais relevante, responsável por 72% das vendas – foi de 5,6% (ajustado para o calendário), desacelerando em relação ao trimestre anterior, mas ligeiramente acima da inflação de alimentos.

No entanto, o JPMorgan avalia que o SSS geral foi beneficiado pelo bom desempenho das lojas convertidas, o que provavelmente indica que as lojas C&C (cash-and-carry, ou atacarejo) legado apresentaram desempenho um pouco abaixo da inflação de alimentos. O ponto negativo foi o Sam’s Club, com SSS de 3,2% (ajustado para o calendário).

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Com as ações sendo negociadas a 9 vezes o P/L estimado para 2025, o JPMorgan mantém classificação neutra para Carrefour.

Já o Morgan Stanley avalia que a prévia do 3T24 apoia a convicção em torno do potencial de crescimento do cash & carry. O banco mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 10,50.

A XP Investimentos reforça que o Carrefour Brasil reportou uma prévia de vendas encorajadora para o 3T24. O SSS consolidado (ex-postos de gasolina) ficou em +5,8% na base anual, com o Atacadão surpreendendo positivamente (+5,6%) e o desempenho do varejo acelerando (+7,1% ano a ano).

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A empresa observou que o desempenho do C&C foi sustentado principalmente por um setembro sólido e dinâmicas de volume positivas, compensando uma demanda B2B ainda fraca em meio à deflação de alimentos mês a mês.

Na avaliação da XP, o acordo de sale-leaseback foi fechado a uma taxa atraente, o que considera positivo. No entanto, mantém classificação neutra para as ações CRFB3, pois espera que as margens sejam pressionadas, enquanto prefere outros varejistas de alimentos com estratégias mais claras.

Embora relativamente pequeno no contexto geral do grupo, o Goldman Sachs acredita que investidores podem acolher positivamente o anúncio da operação de venda e arrendamento e as notícias de uma possível venda de determinados ativos varejistas adquiridos da BIG.