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A temporada de divulgação de resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) começou, oficialmente, nesta terça (16). Para os nomes do varejo de alimentos, no entanto, a safra de balanços terá início dia 22, com a apresentação dos dados do Carrefour (CRFB3).
As expectativas para o setor são de vendas melhorando, reestruturações em curso mas ainda varejo sob pressão. O Bradesco BBI destacou, no entanto, que a inflação alimentar deve acelerar até o terceiro trimestre de 2024. O dado pode impactar positivamente todos os nomes do setor, mas, em especial, o Carrefour Brasil (pelo Atacadão).
Carrefour
Para o Carrefour Brasil, dono do Atacadão, o Research da XP projeta resultados melhores no trimestre. Os dados apontam para aceleração de vendas nas mesmas lojas, pela maturação de diversas lojas. A melhora nas vendas líquidas seria impulsionada, para a XP, pela aceleração do Atacadão e o desempenho sólido do Sam’s Club.
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Os bons números das duas frentes devem compensar eventuais ajustes no segmento de varejo, que a XP projeta queda de 11%. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) deve ficar em R$ 1,5 bilhão, com lucro líquido de R$ 191 milhões na projeção da XP.
O Bradesco BBI, por sua vez, alterou sua preferência de Assaí (ASAI3) para Carrefour ao analisar as projeções para o 2T24. A dona do Atacadão deve, na visão do banco, apresentar menor impacto das taxas de juros (com custos de dívidas mais baixos) e maior exposição à inflação alimentar.
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Nos dados que serão divulgados na semana que vem, a expectativa do BBI é que o Carrefour traga mudanças estruturais que o deixem mais perto da liderança do setor. O nome deve apresentar melhor margem Ebitda e lucro mais forte do setor.
Já o Itaú BBA considera que o Carrefour deverá ser o destaque do setor, com crescimento de 5,4% nas vendas nas mesmas lojas no braço do atacarejo. Além disso, a análise destaca o aumento anual de 0,6% na rentabilidade do consolidado, com melhores margens no varejo.
Assaí
O Assaí, por sua vez, deve manter margem Ebitda estável, segundo a análise do Bradesco BBI. A exposição às expectativas de taxas de juros mais alto fez com que a projeção de lucro líquido fosse revisada para baixo em 20%. “Em nossa opinião, o principal direcionador para o Assaí recuperar sua posição de primeira escolha na nossa cobertura de varejo alimentar seria uma redução acentuada no endividamento medido pela relação dívida líquida/EBITDA de cerca de 3,0x em 2024, reduzindo a volatilidade dos lucros de curto prazo, juntamente com um melhor perfil da dívida em termos de custos médios e vencimento”, aponta o BBI.
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Já a XP projeta números mistos para a gigante do atacarejo, com crescimento de receita desacelerando em relação ao apresentado no primeiro trimestre. Apesar disso, o a margem bruta deve aumentar em 0,3 pontos percentuais (p.p.) em relação ao ano anterior. Na análise da XP, o aumento é ligado à maturação das lojas e crescimento dos serviços, com margem Ebitda ajustada praticamente estável em relação ao ano anterior. O lucro líquido projetado pela corretora é de R$ 111 milhões, com queda de 29% na comparação anual. A explicação para o recuo seria a maior pressão de despesas financeiras ainda presentes.
O BBA estima que será um trimestre “sem grandes eventos” para o Assaí, com desaceleração nas tendências de receita (com crescimento de 13%). A lucratividade deve seguir mais resistente, acompanhando as conversões de lojas.
Grupo Mateus
O Grupo Mateus (GMAT3) deve acompanhar o Assaí na ausência de grandes eventos no trimestre, de acordo com o BBA. O crescimento da receita deve desacelerar mas ainda ficar em 18%. O BBI destaca que as bases de comparação mais fortes do setor devem, de fato, atrapalhar o ritmo de crescimento das vendas nas mesmas lojas do Grupo Mateus.
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A estimativa do banco é que o desempenho do nome será inferior em relação aos seus pares. As estimativas do banco são de lucro líquido com queda de 3,4% na comparação anual, de R$ 283 milhões. O Ebitda ajustado, por sua vez, deve ficar em R$ 545, com alta de 13%.
GPA – Grupo Pão de Açúcar
Já o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que ainda protagoniza reestruturação de suas operações, deve apresentar ganhos de rentabilidade, na visão do BBA. A projeção da análise é de alta de 1,6 p.p. na margem Ebitda, para 8,3%. Apesar disso, o banco estima que os resultados serão neutros para o nome. O GPA negou ontem o conhecimento de possível venda de suas ações pela Casino.